Cap. 12

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Dia seguinte...

Pai, Sarah, a gente vai casar!!!! — Estávamos em chamada de vídeo, eu havia dito para eles que tínhamos uma novidade para contar e que não era gravidez já para não criarem expectativas. Nanda estava com as mãos nos meus ombros, atrás de mim, com a cabeça apoiada em uma delas. Sorria ansiosa pela resposta do meu pai e da minha boadrasta assim como eu.

Meu pai sorriu, de imediato olhou para a Sarah. Se tem uma coisa que com certeza ele está pensando e provavelmente também vai falar é "Como estou ficando velho".

— Como estou ficando velho!!! — Todos nós rimos, pois não esperávamos outra resposta vinda dele.

Sarah se emocionou. Em seu olhar era possível enxergar a sensação de realização. Talvez por ter me criado, por me ver me visto crescer, assim como o meu pai. Ela me trata como o filho que ela não teve.

— Eu não sei nem o que dizer para vocês — ela sorri. — Esperei muito pelo dia que ouviria isso. Vocês são muito lindos juntos. Um casal daqueles de filme adolescente — acabamos rindo com esse comentário. — Vocês sabem que tem e sempre terão o nosso apoio em tudo, somos sempre por vocês.

— Sim!! Incrível, né? Quando ele tinha seis anos eu estava explicando como tratar bem uma mulher, como agir em determinadas situações, como não ser um babaca com uma... E, olha, eu acho que deu certo, viu? — Meu pai se gaba, nos fazendo rir também. — Brincadeiras a parte, estamos super felizes por vocês. No que pudermos ajudar para que essa festa seja perfeita, estaremos aqui sempre.

— Deu certo, sim, pai — risos.

— Muito obrigada pelo apoio de vocês, é tão importante para a gente ter vocês presentes em nossa relação.

— A gente que agradece por você ser essa pessoa de bom coração que conquistou nosso menininho.

— É, você foi muito importante para o desenvolvimento dele, Fernanda. Na verdade os dois evoluíram juntos. Muito gratificante ver que uma relação de adolescentes que muitos não davam nada, deu mais do que certo — Meu pai finaliza.

Conversamos mais um pouco com os dois, que ficaram super empolgados para saber o que já tínhamos feito, sendo que nem os primeiros preparativos a gente começou ~ rindo de nervoso ~.

— Liga para os seus pais. Sua vez — risos.

Nanda pegou seu celular em cima da mesinha azul ao lado da cama e mexeu um pouco até cair na chamada da ligação de seus pais. Meus sogros são cristãos e sempre esperaram por esse momento, porque segundo eles, fomos feitos um para o outro e para a relação ser totalmente abençoada casar-se é primordial. São daqueles cristãos que frequentam a igreja, pregam a palavra, mas ao mesmo tempo não vivem em uma bolha. São liberais com a filha, pois acreditam que devemos seguir nossos princípios, mesmo que sejam errados. Até porque aprendemos a nunca mais errar a partir do primeiro erro. Típico de "eu avisei" quando dá merda. E sempre dizem para Nanda fazer o que acha certo, mas tentando ouvir Jesus no coração. Bom, até hoje ela nunca tomou uma atitude precipitada, sempre foi uma mulher decidida, livre para voar, sem dono.

— Mãe, pai, temos uma notícia para contar para vocês. Não, não é gravidez — deixa claro, rindo. — O que queremos contar é que eu e Miguel vamos casar!!!!

Eles ficaram em silêncio. A única reação foi as mãos na boca. Os dois se entreolharam e logo após sorriram para a gente. Por um momento fiquei com medo de uma reação negativa, totalmente ao contrário do que eu esperava. Mas não vou negar que até isso acontecer eu estava muito, muito apreensivo.

— Que bênção, senhor!!!! Eu esperei tanto por esse momento — Dona Vera sorriu de orelha a orelha.

— Esperamos o tempo de vocês porque só vocês sabiam o momento certo, ninguém é capaz de opinar na relação alheia.

— Exatamente! Sabemos que foram feitos um para o outro, são lindos juntos. Desde a primeira vez que vi Miguel se ajoelhar para pedir a nossa filha em namoro já sabíamos que ia durar, que era certo. Sentimos!

— Já tem data definida?

— Então, seu José, será ano que vem, no próximo aniversário da Nanda.

— Vocês combinaram? — Verinha sorriu novamente. Aliás, ela não tirava o sorriso do rosto por nada.

— Bom... Miguel que me fez essa surpresa, mãe — seus olhinhos brilhavam para mim.

— A verdade é que estamos muito felizes por vocês, meus amores. São jovens, cheios de vida e amor para dar ainda. Vocês escolheram a melhor idade para que esse sonho se tornasse real.

— Sim, minha filha, estamos muito orgulhosos das pessoas que vocês se tornaram e ainda estão se tornando. Muito agradecido por Miguel estar cuidando tão bem de você, como queríamos que um dia fosse cuidada. Desejamos o melhor sempre.

— Se você está feliz, nós também estamos — minha sogra finaliza, com a felicidade estampada no rosto.

Conversamos também mais um pouco com eles até finalizarmos a chamada por vídeo. Estávamos bobos com a reação de cada um deles, foi tão importante para a gente. Às vezes nem a gente acredita que começamos uma história aos quinze anos e que provavelmente vai durar a vida toda.

— É, amor, se a vida não nos separou até agora, ela que lute para separar algum dia, porque eu não vou deixar — me deposita um beijo na boca, em seguida sorriu.

— Você acredita que eu estava pensando nisso ainda agora? Vamos fazer isso continuar dando certo, assim como sempre fizemos. Eu te amo, sempre vou te amar simplesmente por você ser você, entende?

— Eu te amo. Te amo, te amo, te amoooo!

Suas gargalhadas eram tudo para mim. Eram como uma bela canção tocando na rádio em uma tarde de sábado com um céu deslumbrante. Nada do que imagino é exagero, é tão real, é o que eu sinto. Estamos na casa dela, inclusive...

— O que será que Romero e Maia estão aprontando, meu Deus — toco na testa. — Devo estar em sinal de alerta com esses dois sempre. Nunca estive preparado para o momento que minha irmã começasse a ter rolo com alguém.

— Amor?

Olho para ela, que começou a rir de repente, me deixando um pouco confuso.

— O quê?

— Relaxa! Só relaxa! A Maia já é grandinha, já vai fazer vinte anos. Não acha que se fosse para ela ter algum tipo de relação com Romero ou qualquer outra pessoa, ela não saberia os riscos que está correndo não se protegendo?

— O quê? Você está pensando na possibilidade de ela fazer sexo com o meu melhor amigo e primo de consideração? Meu Deus, eu ainda estava imaginando um possível beijo dos dois. É verdade, essa geração tá muito evoluída mesmo, devo me preocupar mais.

— Chega, ok? Cabou, chega de drama, você já tem vinte e três anos, amor, deixa a sua irmã viver a vida dela também.

— Está bem, está bem, não toco mais nesse assunto.

— Eu sei que na verdade você não sente todo esse ciúmes, que 99% é drama.

— Como descobriu, superpoderosa? — Debocho.

— Porque você ama um drama e acha que a Maia só vai te respeitar se fingir estar bravo ou com ciúmes. Ela não precisa disso.

— "Cunhada defende mais a irmã do namorado do que o próprio namorado. Segundo ele, cujo nome é Miguel, morreu de tristeza ao perceber que estava a ser trocado." — Finjo uma reportagem.

— Está vendo? Disso que tô falando — risos. — Seu bobão.

— Tô brincando, amor. Mas a Maia também é dramática, chumbo trocado não dói.

— Sim, por isso não dá certo tanto drama. Positivo com positivo dá positivo, o que quer dizer: drama com drama, dá mais drama.

— Chega de cálculo de drama e vamos fazer um outro?

— Qual? — sorri.

— Quantos beijos podemos dar até a hora de eu ir embora — começo dando-lhe um selinho.

— Porque? Se você pode dormir aqui...

— Olha que eu não acho uma má ideia, viu?

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora