— Você está pronto, Miguel? Ao seu comando.
Mais uma vez olho lá para baixo, a vida da garotinha dependia de mim. Um segundo a mais ou menos já faria diferença.
— Estou pronto.
Seguro no concreto do qual estava sentado e dou um impulso para o centro, ficando sob condição das cordas. Minha visão passa por Sérgio, apenas assinto com a cabeça. Foram me descendo a cada metro. Apesar da lanterna nas minhas mãos, tudo ainda estava bastante escuro.
— O que você vê aí, Miguel?
— Por enquanto nada.
Meu coração disparava um pouco mais rápido do que o normal. A situação não permitia ensaios e aquilo tudo era adrenalina na veia. Daquelas bem aplicadas.
— E aí, Miguel, algum sinal?
— Não, Sargento.
— Estaremos esperando por um retorno seu. Você já desceu cinco metros.
Por um momento as cordas perdem o controle e param de repente.
— O que foi isso? — Me assusto, qesutionando no rádio.
— Pequeno problema técnico, já resolvido. Pode continuar. Agora já são sete metros. Está indo bem.
Quando se aproximou dos dez metros eu já consegui ver a menina com mais clareza.
— Estou vendo ela, podem descer mais.
Assim que desceram toda a corda eu segurei na parede afim de fazer as cordas pararem de balançar.
— Soltem mais um metro de corda, por favor.
E assim fizeram. Esse um metro serviu para eu me movimentar com mais precisão dentro do poço. A água não estava tão suja como imaginei, e nem precisei pegar equipamento de mergulho nenhum, pois a água que tinha ali era rasa e já dava pé na terra ali em baixo. Virei o rosto da garotinha para mim, ela estava bastante machucada e com escoriações por todo o corpo. Pelo menos um braço e uma perna quebrada, provavelmente na hora que foi amortecer a queda.
— Quais as situações que a menina se encontra, Miguel?
— Escoriações por todo o corpo, perna esquerda e braço direito quebrados, possivelmente por conta da ação imediata de amortecer a queda.
— Ela está com sinais vitais?
Essa era a parte mais temida e mais importante de todo o processo do resgate dela. Eu já conseguia escutar a ambulância pelo rádio do Sargento. Posicionei os dois dedos no pescoço da criança com o coração na mão, rezando tanto quanto a mãe dela. E.. tun... 📉 tun... 📉
— Ela está viva!
O sargento respirou aliviado, mal conseguia conter a felicidade.
— Podemos subir os dois?
— Ainda estou posicionando ela, um momento.
Peguei a menina com todo o cuidado para não piorar o quadro dos ossos quebrados e dei o comando para subirem. A menina, mesmo com os machucados no rosto, ainda sim lembrava muito a mãe. Loira, assim como ela. Não perguntei, mas a criança em meus braços aparenta seus cinco anos de idade. Assim que subiram total a corda e eu avistei todos, imediatamente todos também focaram seus olhares atentos e apreensivos em minha direção. Dessa vez parece ter o dobro de bombeiros e paramédicos no local.
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Para Sempre Desde Sempre
RomanceComo muitos jovens de vinte e três anos, Miguel e seus amigos adoram uma resenha. Bombeiro e com estabilidade financeira, ele só quer aproveitar a vida ao lado dos amigos e da namorada. Mas uma grande perda o faz ter que mudar radicalmente seu estil...