Cap. 10

208 17 1
                                    

— Você está pronto, Miguel? Ao seu comando.

Mais uma vez olho lá para baixo, a vida da garotinha dependia de mim. Um segundo a mais ou menos já faria diferença.

— Estou pronto.

Seguro no concreto do qual estava sentado e dou um impulso para o centro, ficando sob condição das cordas. Minha visão passa por Sérgio, apenas assinto com a cabeça. Foram me descendo a cada metro. Apesar da lanterna nas minhas mãos, tudo ainda estava bastante escuro.

O que você vê aí, Miguel?

— Por enquanto nada.

Meu coração disparava um pouco mais rápido do que o normal. A situação não permitia ensaios e aquilo tudo era adrenalina na veia. Daquelas bem aplicadas.

E , Miguel, algum sinal?

Não, Sargento.

Estaremos esperando por um retorno seu. Você desceu cinco metros.

Por um momento as cordas perdem o controle e param de repente.

O que foi isso? — Me assusto, qesutionando no rádio.

— Pequeno problema técnico, resolvido. Pode continuar. Agora são sete metros. Está indo bem.

Quando se aproximou dos dez metros eu já consegui ver a menina com mais clareza.

Estou vendo ela, podem descer mais.

Assim que desceram toda a corda eu segurei na parede afim de fazer as cordas pararem de balançar.

Soltem mais um metro de corda, por favor.

E assim fizeram. Esse um metro serviu para eu me movimentar com mais precisão dentro do poço. A água não estava tão suja como imaginei, e nem precisei pegar equipamento de mergulho nenhum, pois a água que tinha ali era rasa e já dava pé na terra ali em baixo. Virei o rosto da garotinha para mim, ela estava bastante machucada e com escoriações por todo o corpo. Pelo menos um braço e uma perna quebrada, provavelmente na hora que foi amortecer a queda.

Quais as situações que a menina se encontra, Miguel?

Escoriações por todo o corpo, perna esquerda e braço direito quebrados, possivelmente por conta da ação imediata de amortecer a queda.

— Ela está com sinais vitais?

Essa era a parte mais temida e mais importante de todo o processo do resgate dela. Eu já conseguia escutar a ambulância pelo rádio do Sargento. Posicionei os dois dedos no pescoço da criança com o coração na mão, rezando tanto quanto a mãe dela. E.. tun... 📉 tun... 📉

— Ela está viva!

O sargento respirou aliviado, mal conseguia conter a felicidade.

Podemos subir os dois?

Ainda estou posicionando ela, um momento.

Peguei a menina com todo o cuidado para não piorar o quadro dos ossos quebrados e dei o comando para subirem. A menina, mesmo com os machucados no rosto, ainda sim lembrava muito a mãe. Loira, assim como ela. Não perguntei, mas a criança em meus braços aparenta seus cinco anos de idade. Assim que subiram total a corda e eu avistei todos, imediatamente todos também focaram seus olhares atentos e apreensivos em minha direção. Dessa vez parece ter o dobro de bombeiros e paramédicos no local.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora