Cap. 28

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Música Maps - Maroon 5 (Legendado)

— Você não pode entrar, senhor. O caso dela é complicado e precisamos de mais espaço.

Passo as mãos pelos cabelos, devastado em um nível absurdo. A ambulância segue caminho do hospital. Observo o carro de Nanda. Ele está totalmente amassado e destruído. Aquilo me fez chorar o dobro. O destino dela estava claro, eu só não conseguia e não podia acreditar. Entro no carro às pressas, preciso receber notícias dela. De preferência, noticias boas.

Ligo para o meu pai várias vezes seguidas. Ele não atende, parece estar ocupado ou dormindo. Eu tremia, tremia muito. Era um olho no farol e outro no celular na minha mão. Disco rapidamente o número da Sarah. Ela também não atende. O QUE ELES ESTÃO FAZENDO QUE NÃO PODEM ME ATENDER?

— Alô, Miguelzinho — Romero brinca. Naquele momento eu já estava cheio. — Miguel? Miguel? Fala alguma coisa... Você está chorando? Onde você está? Responde!

Ela está morrendo... — choro.

— Quem? O que aconteceu, irmão? Onde você está?

— A Nanda. Minha noiva está mal... — eu já nem sabia o que estava falando.

— Onde vocês estão? ME FALA!

Não aguento, encerro a ligação. As lágrimas não cessavam nem por um único minuto. Acelerei, provavelmente terei multas para pagar nas próximas semanas. Mas que se foda, eu quero saber da minha mulher. Eu quero poder ver o sorriso maravilhoso dela mais uma vez, quero poder me hipnotizar com seus olhos escuros outra vez. Quero poder ter a chance de fazer tudo diferente. Tudo muito melhor.

Estaciono em uma rua antes do hospital, saio trancando as portas do veículo e correndo o mais rápido que eu conseguia até a entrada do mesmo. Estavam entrando com a maca dela dentro do hospital.

— Nanda, acorda! Meu amor, por favor! Eu te amo... — sentia meu rosto mais molhado do que nunca.

— Senhor, com licença — me empurraram para longe.

Eu estava atordoado. Ver minha noiva entrar por aquela sala de emergência com uns cinco médicos ao redor de sua maca me deixou tão triste, tão triste!

— Jovem... — olho para o lado, era uma senhora de uns setenta anos. Espero ela continuar — você está aqui por quem?

Fiquei segundos sem responder. Olho para os meus pés, eles não paravam de tocar ao chão nem por um instante. Assim como as minhas mãos, que tremiam como nunca.

— Minha noiva — lágrimas descem. — Ela acabou de sofrer um acidente...

— Oh, anjo... — se entristece. — Eu desejo melhoras, viu? Meu marido também teve princípio de infarto e acabou de entrar pela emergência.

Sorrio de leve, eu queria poder levar esperança a ela, mas nem eu mesmo tinha esse sentimento de sobra dentro de mim.

— Ele está ali!

Olho para a entrada, era Romero. Atrás dele estava toda a galera.

— O que aconteceu, Miguel? Fala para a gente — Maia se agachou até a minha altura, sentado. Seu olhar era de pura preocupação.

— Você está muito mal, eu percebi pela ligação. Cadê a Nanda?

Era muita coisa para eu processar. Eu só conseguia pensar nela, somente nela. Entendo a preocupação deles, eu nem expliquei nada, mas eu não podia. Eu não conseguia.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora