Nineteen

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          O clima no jantar foi totalmente estranho. Ryan tentava pegar minha mão quase toda hora e eu afastava, o deixando frustado, mas isso não foi o suficiente para ele perceber, pois tentou o mesmo ato várias e várias vezes. O jeito como ele descobriu tudo não foi uma das melhores formas.

          Depois do jantar, Ryan e eu fomos até o carro dele. Ficamos andando de carro pela cidade ouvindo música até que ele perguntou se poderíamos passar na casa dele para assistir um filme, já que não era tão tarde da noite. Aceitei, pois achei que era um lugar melhor para conversarmos. Chegamos em seu apartamento, onde ele morava sozinho e nos sentamos no sofá. Ele colocou um filme, o qual não prestei atenção no nome pois estava ocupado ficando nervoso sem saber por onde começar a conversa.

          Quando já se passavam uns vinte minutos do filme, Ryan começou a se aproximar de mim. Ele grudou seu corpo no meu e passou seu braço pelo meu ombro. Eu continuava na mesma posição de antes. Ele virou meu rosto com a outra mão e começamos a nos beijar. O clima estava começando a esquentar ali no cômodo. Ele me puxou, me fazendo sentar no colo dele, de frente para ele, não quebrando o contato entre nossos lábios.

          - Eu te amo - Ryan sussurrou quando nos separamos para recuperar o fôlego.

          Olhei para ele assustado e me levantei rapidamente.

          - O que aconteceu, Noah? - Ele se levantou junto a mim, segurando minha mão, a qual soltei - Você está estranho a noite inteira, achei que você estava confuso com os meus sentimentos em relação a você.

          - Não, Ryan. Eu... Eu to querendo conversar com você faz tempo, mas não queria te magoar. - Ele me olhava confuso e triste.

          - Fala logo!

          - Eu te amo, Ryan, mas não desse jeito. Eu te amo como amigo. Eu juro que tentei te ver como algo a mais que isso, eu tentei por você, mas eu não consegui. Me desculpa.

          - Ta bom. Só vai embora, Noah. - Ele foi até a cozinha, mas eu o segui.

          - Ryan, me desculpa, de verdade. Eu não queria te deixar assim.

          - E por isso imaginou que se ficasse comigo por mais alguns dias seria mais fácil para eu aceitar?

          - Eu errei fazendo isso, devia ter falado logo.

          - Pois é, devia. Se você pensou que seria mais fácil, fique sabendo que não é. A cada dia que passávamos juntos, mais eu me apaixonava por você. O que você fez foi cruel. Você me iludiu, me usou. Você nunca gostou de mim e mesmo assim me beijava, me fazia sentir que tudo era recíproco. - Nós dois nos encontrávamos chorando.

          - Eu não queria perder sua amizade, por isso estava com medo de falar.

          - Eu vou continuar sendo seu amigo, Noah. Por que, por mais que doa, eu amo sua amizade, amo estar perto de você. Eu só preciso de um tempo para pensar e esquecer essa ideia de que seríamos um casal.

          - Tudo bem. Se você quer se afastar de mim, tudo bem. Mas não se afasta do pessoal. Eles te querem bem e vão estar do seu lado.

          Peguei minhas coisas e saí do local. A casa dele era a quinze minutos da minha, o que me permitiu ir andando e pensar em como fui um idiota. Ele não merecia isso e quando fiz, nem se quer pensei nos sentimentos dele.

          [...]

          Depois de um tempo caminhando, finalmente cheguei em casa. Abri a porta devagar, rezando para minha mãe não estar na sala, o que não aconteceu.

          - Como foi, filho? - perguntou assim que fechei a porta.

          - Horrível. - Me joguei ao seu lado no sofá.

          - Vocês brigaram? - Ela desligou a TV para prestar a atenção no que eu falava.

          - Sim.

          - Pelo menos você falou toda a verdade dessa vez?

          - Sim. Ele ta muito triste, mãe. Eu fui muito escroto com ele.

          - Filho, ele ficaria triste de qualquer jeito. Você errou quando devia ter falado logo e não ter alimentado esse sentimento, mas ao menos você reconheceu isso. Ele vai te perdoar, só dá um tempo a ele.

          - Eu vou dar.

          - Quer contar como tudo aconteceu?

          - A gente foi pra casa dele depois do jantar para assistir filme, por mais que já tinha planejado de usar esse momento para falar pra ele. Ele começou a me beijar e, no calor do momento, eu retribuí. Então, quando nos separamos, ele falou que me amava e eu contei a verdade para ele. Mãe, eu amo ele, mas como amigo. Ele foi quem mais se aproximou de mim quando nos mudamos pra cá. Eu me sinto tão mal.

          - Está tudo bem. - Ela me abraçou, fazendo com que as lágrimas que eu estava segurando saíssem - Você não escolhe quem irá amar e por mais que ele esteja mal agora e que esteja essa situação chata, é por um curto período. Seria pior, como disse a você, ficar preso numa coisa que iria machucar aos dois por um longo período e ainda correr o risco de a amizade acabar depois de tudo. Você sabe que essa amizade vai voltar aos poucos, só tenha paciência e dê tempo a ele.

Oie, espero que tenham gostado. Vocês sabem que me adoram. Beijinhos

~Isah

         

After The Storm - Josh Beauchamp & Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora