Seven

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          No final da consulta, a única coisa que conseguia fazer era chorar. De tristeza, de raiva, de saudade. A Dra. Urrea somente olhava para mim.

          - Ok, Josh. - Ela se levantou e pegou um copo de água, o entregando para mim em seguida.

          - Eu sinto falta deles.

          - Eu sei, querido. Isso é perfeitamente normal. Ninguém está preparado para perder uma pessoa importante. Todos nós já passamos ou vamos passar por isso alguma vez na vida. E dói, dói muito. Mas a vida continua, isso é um ciclo. Por mais novo que ele fosse, agora está descansando. Eu sei que isso pode soar como um clichê, que todos falam. Mas é a verdade. Não vou mentir pra você e falar que nunca mais vai doer quando se lembrar disso, mas com o tempo, a dor vai ser menor. E no fim... Só vai restar a saudade.

          - Mas e a Any? Ela podia ter pelo menos se despedido, falar que queria recomeçar e deixar tudo no passado, mas ela simplesmente sumiu.

          - Cada um lida com o luto do jeito que consegue. O jeito dela foi apagando tudo o que remetia ao Lamar. Por mais que seja uma decisão equivocada. Entendo que você queria uma explicação, ou pelo menos que ela mantivesse o contato, mesmo de longe.

          - Só queria saber como ela está.

          - Ela deve estar bem, com certeza. Estava pensando... Você poderia escrever cartas contando sobre o que sente? Podem ser destinadas a quem você quiser, mas não precisa enviar se não quiser. Só deixe com que tudo o que você sente saia. É um bom método, já que você não gosta de se abrir.

          - Ok, posso tentar.

          - Ótimo. A primeira, se você quiser claro, pode ser para o Lamar. Conte tudo o que você sente em relação a ele e a sua partida... E também, irei receitar dois remédios para que você comece seu tratamento...

          Saí da pequena sala e fiquei a espera da minha mãe. Rapidamente, ela chegou e fomos para casa. Jantamos todos juntos e eu subi pro meu quarto logo em seguida. Fiquei pensando em Joalin, em como não a agradeci, como estou sendo um babaca com ela. Levantei da minha cama e fui até seu quarto. Abri a porta lentamente e ela se encontrava deitada para o lado oposto da porta. Seus ombros mexiam lentamente, que logo percebi que era por causa de um choro baixo.

          - Ei - a chamei e ela levantou assustada, limpando rapidamente as lágrimas.

          - Josh? - Ela ficou surpresa. Me sentei ao seu lado e ela me olhava confusa.

          - Podemos conversar?

          - Sim.

          - Eu... Eu só queria agradecer a você... Por ter me salvado. Você não merecia presenciar tudo aquilo e eu não merecia sua ajuda, por ter sido tão estúpido com você desde o acidente. Mas obrigado!

          - Não diga que você não merecia, por favor. - Ela se pôs a chorar novamente. Eu a abracei - Você não merecia passar por tudo aquilo, isso sim. Graças a Deus eu te encontrei antes que... - Ela me abraçou forte - Por favor Josh, não faz mais aquilo, eu te imploro.

          - Claro que não. Nunca faria aquilo de novo. - Já me encontrava chorando também.

          - É tudo minha culpa. Me desculpa.

          - Para! Não se desculpa. Eu sou um otário te culpando por aquilo. Você não tem culpa. Nenhum de nós tem. Só aconteceu. Você que tem que me desculpar. Por colocar essa culpa dentro de você sendo que você não tem nada a ver... Me perdoa?

          - É claro que eu te perdoo... Eu achei que você nunca ia me desculpar, que nunca mais ia falar comigo.

          - Isso nunca ia acontecer. Eu só não achava que estava pronto para conversar. Me desculpa também pela demora. - Ouvi batidas na porta e logo minha mãe aparece.

          - Josh, o que faz aqui? - ela perguntou ao me ver, também surpresa.

          - Nós estávamos conversando - respondi me levantando.

          - Eu to tão orgulhosa de você. - Seus olhos se encheram.

          - Não chora também! - Ela veio e abraçou nós dois. Sorri levemente.

          - Vim dar boa noite - ela disse, deu um beijo em Joalin e depois em mim - Querido, você tem que tomar o remédio que a Dra. receitou. - Ela me entregou, já sabendo minha opinião sobre tomá-los - Tome, por favor.

          - Mãe... Você sabe que isso não muda nada. Já falei o que penso sobre isso.

          - Por favor, Josh - Joalin pediu e eu revirei os olhos, engolindo os comprimidos.

          - Pronto, não doeu - minha mãe disse sorrindo e saiu.

          - Você quer assistir um filme? - Joalin perguntou hesitante e eu assenti, me acomodando ao seu lado na cama.

          Na metade do filme, Joalin já tinha pego no sono e logo em seguida, eu também...

Chorei escrevendo isso ( um desabafo slksksksksk ). Espero que vocês tenham gostado. Vocês sabem que me adoram. Beijinhos

~Isah

After The Storm - Josh Beauchamp & Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora