Four

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Noah 

          - Oi, mãe! - Entrei em sua sala após ela finalmente terminar sua consulta.

          - Oi, querido! Como foi seu primeiro dia de aula?

          - Bem legal. E aqui? Tudo certo?

          - Que bom. Sim, meu primeiro paciente acabou de sair.

          - Eu vi ele, nós acabamos nos esbarrando na recepção.

          - É, pelo jeito, vai ser bem complicado.

          - Por que?

          - Ai filho, gostaria de poder conversar com você sobre essas coisas, mas sabe que não posso. São meus pacientes, não posso falar sobre a vida deles com ninguém.

          - Tudo bem, eu sei. - Abracei ela - Bom, já vou indo pra casa. Podemos pedir algo para comer pra comemorar os primeiros dias de sucesso.

          - Pode ser. Quando chegar, resolvemos. Beijo.

          - Beijo, mãe, te amo!

          - Também te amo, Noah!

Dia seguinte

          Hoje, logo após a faculdade, começo meu trabalho na sorveteria. Quero ajudar minha mãe com esse dinheiro que vou ganhar, pois a faculdade é cara e ela já gastou muito com nossa mudança pra cá. A sorveteria fica do outro lado da rua de uma das praias maravilhosas de Los Angeles. E por ser perto da praia e estar um dia quente, o local estava cheio, o que estava me atrapalhando um pouco, por não ter experiência.

          Agora estava no meu pequeno intervalo, e quando pego meu celular, encontro chamadas perdidas de meu pai e mensagens de Linsey, minha irmã mais velha.

"Atende a merda do telefone, Noah!"

"O que vocês tanto querem comigo?"

"O pai quer falar com a sua mãe sobre os papéis do divórcio."

"Ela também é sua mãe, ok? Para de ficar dando corda pro pai."

"Me passa o número dela pra eles se resolverem."

"Não! Deixa ela esfriar um pouco a cabeça, Linsey. Faz uma semana que estamos aqui, por enquanto ela tem coisas mais importantes para resolver."


          Desliguei o celular para não ser importunado por ninguém mais. O guardei novamente na mochila e voltei para meu posto. Logo o sino da porta soa, o que significa que tinham clientes entrando. Direcionei meu olhar à porta e um menino loiro entrava, acompanhado por duas pessoas. Sabia que o conhecia de algum lugar e em seguida lembrei. Foi ele quem vi saindo da sala da minha mãe ontem e que estava aparentemente chorando.

          - Boa tarde! - Eles responderam e logo fizeram seus pedidos. Ele ficou de cabeça baixa o tempo inteiro, provavelmente se lembrando do episódio de ontem.

          Preparei os pedidos e fui levar até a mesa onde os três haviam sentado. Eles agradeceram e eu sorri para eles, mais especificamente para Ele, que corou e voltou seu olhar para os outros na mesa. Quando eles acabaram, o loiro veio até mim para pagar. Senti seu olhar sobre mim enquanto pegava o troco.

          - Aqui está! - Entreguei a ele.

          - Obrigado! - ele agradeceu e saiu.

          A cor dos olhos dele não saíam da minha cabeça naquela tarde. O que será que acontece com ele para passar com a minha mãe e sair tão devastado daquele jeito? Não pude evitar pensar nisso.

          [...]

          Meu horário tinha chego ao fim. Peguei minhas coisas e fui pra casa. Chegando lá, minha mãe se encontrava em seu pequeno escritório, arrumando as fichas de seus pacientes.

          - Cheguei! - Entrei na sala e a abracei, batendo os olhos nos papéis espalhados na mesa. O único nome que consegui ler antes de ela os recolher foi "Kyle", não vi nem o primeiro nome, nem o sobrenome, mas logo associei ao dono dos olhos azuis que tive a oportunidade de encontrar novamente.

          Jantamos e depois ajudei minha mãe a organizar a cozinha. Enquanto lavava a louça, resolvi comentar sobre minha conversa ou discussão com Linsey.

          - Vou ligar pra ele para resolver logo tudo isso - ela disse depois de soltar um suspiro, mostrando estar cansada do assunto.

          - Mãe, não precisa fazer isso agora. Vamos nos familiarizar com nossa rotina e resolver as coisas que faltam aqui primeiro. Eles podem esperar um pouco.

          - Eu cuido disso, filho. Quanto antes resolvermos, mais rápido ele para de nos encher...

Oie, espero que tenham gostado. Vocês sabem que me adoram. Beijinhos

~Isah

After The Storm - Josh Beauchamp & Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora