Capítulo 15

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Em vinte e cinco anos Sebastian e Isabel tinham brigado com certa frequência. Eles discutiam tanto quando eram pequenos que uma vez o pai ameaçou mandar cada um para um lado da Inglaterra. Sebastian acordou na manhã seguinte e, ao não encontrar a gêmea na cama, chorou tanto e tão alto que os pais imaginaram que algo pior tinha acontecido, mas Isabel só tinha decido para procurar uma de suas bonecas e acabou adormecendo em uma poltrona no salão de jogos.

O duque nunca mais ameaçou separar os gêmeos ou qualquer coisa semelhante a isso e as brigas foram diminuindo à medida que os anos passavam. Na verdade, fazia muito tempo que não ocorria nada semelhante a uma discussão entre eles, o que mudou na fatídica tarde anterior, quando Isabel invadiu o escritório do marido parecendo um furão raivoso.

Sebastian sabia que tinha que se desculpar com a irmã, mas isso não tornava as coisas menos irritantes.

Se ela não estivesse grávida...

Ainda assim ele pediria desculpas.

Gostasse ou não, passara a vida inteira se desculpando com as mulheres que amava e, com tantas irmãs e primas, ele amava muitas mulheres.

Depois de tomar banho e vestir a primeira parte das vestes sociais, ele foi até a sala de chá, onde uma das criadas informara que Isabel estava.

A irmã tricotava alguma coisa em azul e parecia bastante entretida. Era uma imagem reconfortante, que o enchia de esperança e cautela ao mesmo tempo.

Sebastian ocupou um lugar na frente dela.

— Estamos bem? — indagou, se servindo de alguns biscoitos.

Ela ergueu o olhar para ele, uma sobrancelha ruiva arqueada em uma provocação explícita.

— Como estão as coisas entre você e meu marido?

— Ainda não consegui levá-lo para a cama, mas sinto que falta pouco. — Sebastian relaxou na cadeira. — Uma caixa de bombons e...

— Você é ridículo. — um sorriso brincou nos lábios de Isabel.

Se sentindo mais tranquilo ao perceber a falta de mágoa nos trejeitos da irmã, ele também sorriu.

— Nós vamos nos resolver. — garantiu com honestidade.

Isabel se empertigou na cadeira, bebericando o chá antes de se voltar para Sebastian com expressão de genuína satisfação.

— Há algo que quero que faça antes de perdoá-lo complemente.

— Também houveram condições para que perdoasse Albernathy?

— Ele passou a noite acatando todas as minhas ordens, caso você queira realmente saber.

Sebastian fez uma expressão de nojo.

— Eu teria furado meus dois ouvidos a dez segundos atrás se soubesse que você diria isso.

Isabel sorriu mais ainda.

— Há uma moça que quero que você conheça. — disse ela.

— Eu sabia que você estava planejando algo do tipo. — o conde retrucou desdenhosamente. — Você é absolutamente previsível.

— Eu não estava. — a irmã se defendeu. — É uma amiga de lady Madeline. Conversei com ela e achei que talvez fosse ser do seu interesse.

— E desde quando você sabe que tipo de mulher me interessa?

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