Capítulo 28

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Depois do breve encontro com Isabel e lorde Plimont, Madeline decidiu fazer uma caminhada. Não costumava fazer coisas sozinhas, sempre acompanhada de Violet ou de alguém da família. Gostava de conversar.

Nos últimos dias, entretanto, sua mente pedia por silêncio. Haviam muitas coisas para serem refletiras. Violet estava certa em suas palavras e Elena não foi menos sábia em seus conselhos. Ela precisava encontrar o próprio caminho e descobrir o que fazer com ele, como ser feliz em sua nova vida.

Mesmo que não encontrasse um marido, mesmo que ficasse sozinha. Talvez até preferisse, por um tempo. Um pouco de solidão. Para se lembrar de quem era, de quem gostaria de ser.

Queria ser digna do amor que tantas pessoas nutriam por ela. E, mais do que isso, queria nutrir amor por si mesma.

Caminhou silenciosamente até o jardim de estátuas, depois se dirigiu até o vale, cuja as árvores floriam de forma exuberante.

Uma brisa mais gélida a trespassou, fazendo seus ombros tremerem levemente, então ela decidiu que era hora de retornar. Não queria pegar um resfriado.

Quando se virou para começar a caminhada de volta para a casa, foi surpreendida ao ver, distante, um homem se aproximar em sua montaria.

Só percebeu quem era quando ele já estava muito perto e isso a fez ficar instantaneamente nervosa. Devia estar pálida e despenteada. Não era assim que queria que ele a visse.

— Lady Madeline Turner. — ele a cumprimentou.

— Lorde Dankworth. — Madeline devolveu o cumprimento.

O homem desceu do cavalo, segurando-o pelas rédeas.

— Que desconcertante. — disse ele, em um tom bem humorado.

Madeline sorriu.

— Fomos desmascarados. — falou. — Achei que viria somente para o chá.

Eles começaram a caminhar, indo em direção a uma das árvores.

— Fiquei curioso e decidi cavalgar despretensiosamente por essas bandas. — foi a resposta cortês de lorde Dankworth.

— Esperava me encontrar? — indagou Madeline, sentindo uma sensação estranha no estômago e as mãos geladas.

Não estava acostumada a ficar nervosa e era... desconcertante.

— Não posso admitir, seria inapropriado. — respondeu ele, em um tom de falso fingimento.

— Estou feliz em vê-lo. — admitiu Madeline. — Gostaria de caminhar comigo?

Ele pausou o passo e a encarou, o que a fez imaginar que havia feito algo errado.

— Eu pretendia fazer o convite, — começou ele, aproximando o cavalo de uma das árvores. — estava só terminando de amarrando minha montaria.

Madeline abaixou o olhar para os próprios pés, desconcertada.

— Ah, me desculpe. — disse ela.

— Não se desculpe. — replicou o lorde, oferendo o braço para ela assim que se distanciou do cavalo. — Só não é muito comum por aqui. Uma jovem dama solteira convidando um cavalheiro, também solteiro, para uma caminhada. — e se aproximando um pouco mais de Madeline, murmurou: — Escandaloso.

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