Capitulo 28

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Taylor Rick:

Ouvir tudo aquilo da Kate, foi horrível. Ela Ainda me ama, mas não está disposta a tentar e superar o que houve, não a julgo, também não sei se seria capaz de me perdoar. Pra algumas pessoas, não é tão simples assim, Ainda mais quando a decepção vem de quem você menos espera.
Vou sentir muita falta Dela, nem sei direito como ser eu, sem ela. Parece que só me restou o Taylor de antes, frio, mulherengo e problemático. É so o que eu sei ser. Quando eu estava com a Kate, conseguia ser minha melhor versão, era forte o suficiente pra lidar com meus problemas e ser uma pessoa melhor, mas agora, que não a tenho mais. Não consigo seguir sozinho.
Afasto esses pensamentos e me sento no sofá. E fico assim, calado, só pensando.
Agora já é noite, passei o dia praticamente na mesma posição. De repente, a porta se abre e o Ricardo aparece, assim que me vê, ele vem até mim e se senta no sofá, ao meu lado. Depois me encara, como se tivesse tentando arranjar as palavras certas.

-você já sabe de tudo né?- pergunto completamente  sem animo.

-sim. O Felipe me contou tudo ontem. Cara... não sei nem o que falar...

-bom, vejamos.... você pode dizer  que eu sou um completo idiota, que eu perdi uma garota sensacional e que eu estou na merda de novo. Pode falar, eu já estou ciente - digo, demonstrando como estou abalado.

-é Taylor. Não preciso dizer nada disso. Você já sabe. O que eu posso dizer agora é que, eu sinto muito, de verdade - ele diz e eu suspiro.

-obrigado- digo apenas.

-você sabe que eu estou do seu lado né? Pode contar comigo pra qualquer coisa - ele diz sincero.

-eu sei. Obrigado irmão. - digo e nos abraçamos.

-quer uma cerveja?- pergunta tentando descontrair o clima pesado.

-quero- respondo e ele vai até a geladeira. Pega duas cervejas e se senta ao meu lado. Viro o líquido inteiro na minha boca e o Ricardo arregala os olhos.

-vai com calma, cara.

-preciso de algo mais forte - digo e vou até o armário, onde tem vários tipos de bebidas. Pego um whisky, não sou nada fã dessa bebida, mas ela é forte o suficiente pra me fazer ficar louco. Viro um copo e encho o outro, voltando a se sentar ao lado do Ricardo, e colocando a bebida no centro.

-você odeia o wisky- ele diz entranhando.

-odeio- digo e viro o líquido de novo, já enchendo o copo outra vez- mas foda-se.

-ah não, cara. Não vou ficar vendo você entrar nessa de novo. Você sabe que quando começa, não consegue parar - ele diz, tentando me fazer ir devagar, mas eu não tenho motivos pra isso. Minha vida tá uma merda, essa bebida só vai me fazer relaxar um pouco.

-fica de boa, Ricardo. Bebe aí também - digo, na intenção de fazer ele relaxar. Ele suspira e enche seu copo também. Começamos a beber e virar, eu muito mais que o Ricardo. Logo depois, a porta se abriu e o Felipe chegou.

-vocês estão bebendo? - o Felipe pergunta, estranhando o fato da gente nunca beber assim, sem motivos.

-estamos, pega um copo aí - digo e ele me encara por alguns segundos. Depois pega o copo e coloca a bebida pra ele. Começo a virar mais e já me sinto um pouco fora de si. Acho que estou bêbado. É até bom, porque só assim, consigo me sentir mais relaxado.

-um brinde- digo e os dois me olham se entender nada.

-brinde? - Felipe pergunta, com as sobrancelhas franzidas.

-é. Um brinde ao idiota que eu sou. Eu mereço tudo de ruim que acontece na minha vida. - digo, totalmente irracional. Eu levanto o copo, para brindar, mas nenhum dos dois se mexe.

-acho melhor você parar de beber- o Ricardo diz e tenta pegar o copo da minha mão, mas eu não permito.

-vocês são chatos. Vou dá um volta - levanto e os dois se levantam também, tentando me impedir de passar.

-Taylor cara, para com isso. Pra onde você vai a essa hora? - o Felipe pergunta, ficando na minha frente e impedindo a passagem.

-vou andar. Eu estou bem Felipe. Me deixa sair, eu não vou tentar me matar ou algo do tipo ta? Só vou dá um volta - digo, tentando parecer consciente. Ele suspira e sai da minha frente.

-só não faz nenhuma besteira- ele diz, antes que eu saia. Eu balanço a cabeça afirmando e saio de casa. Desço as escadas e começo a andar pela rua, sem rumo. Eu estava sufocado naquela casa, precisava andar um pouco. Sento em um banco da praça e fico vendo a movimentação da rua, as pessoas andam de um lado pro outro, sempre com pressa. Olho pro lado e vejo um grupo de homens, eles estão usando algum tipo de droga e conversando, nessa mesma hora, uma mulher passa e um deles esbarra nela propositalmente, a bolsa da mulher cai no chão e ela se abaixa pra pegar, com um cara assustada. O cara imprensa ela contra a parede, assim que ela fica de pé, enquanto os outros, riem e assiste a situação. Escrotos. Levanto e vou até eles.

-Deixa a garota em paz - digo, fazendo o cara a soltar e se virar pra me encarar. A mulher, que agora está livre, sai praticamente correndo dali. Fugindo.

-e quem você pensa que é? - o cara pergunta se aproximando, mas eu não me intimido. Apesar dele ser alto e forte, eu também sou.

-não te interessa- digo e ele sorri irônico.

-vou te ensinar a não se meter onde não é chamado - ele diz e repentinamente, dá um murro na minha cara. O meu sangue simplesmente ferve. Então, eu retribuo, dando também um murro nele. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido, alguns amigos dele se meteram na briga, me deixando em desvantagem. Eu caio no chão, diante de tantas pessoas me batendo. Eles continuam e chutam o meu estômago, me fazendo se contorcer de dor.

-já chega, vamos embora - escuto um dos amigos falando, e eles saem, me deixando jogado no chão. Com muita dificuldade. eu me levanto. Meu estômago está doendo e minha cabeça parece que vai explodir, mas no fundo isso é bom, pelo menos estou sentindo alguma coisa, além de culpa e raiva. Caminho com dificuldade até o meu prédio, subo pelo elevador e tiro as chaves do bolso, entrando logo em seguida. Assim, que eu abro a porta. Dou de cara com a Laura e o Ricardo, os dois, estavam namorando no sofá. Assim que notam a minha presenca, a Laura põe a mão na boca, assustada e o Ricardo me olha preocupado.

-o que aconteceu com você? - Ricardo pergunta se levantando do sofá. Eu me sento na cadeira, Ainda com dificuldade e respiro fundo.

-Taylor, você está sangrando - A Laura diz, Ainda assustada.

-eu tô bem gente, não foi nada demais. Me meti em uma briga, só isso. Vou sobreviver - digo e me levanto novamente.
-estou indo dormir, boa noite pra vocês- falo e entro no quarto. O Felipe já estava dormindo, ótimo, significa que eu não terei que me explicar nem ouvir sermão. Tiro a camisa, coloco uma calça moletom, tomo um analgésico e limpo o sangue que estava escorrendo. Depois, me deito na cama, sentindo meu corpo dolorido, relaxando aos poucos...
A dor emocional é muito maior que qualquer dor física. Só queria voltar no tempo, e concertar tudo....

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