Vigésimo

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Acordou com os raios solares batendo em sua tez pálida. Jogou o cobertor roxo para longe da cama e enfiou a cabeça no travesseiro. Não queria acordar, isto é, se algum maldito mal-amado não tivesse começado a bater loucamente em sua porta.

– O que é, porra? – gritou abafado pelo tecido branco.

– Acorde agora! – Kabuto ordenou. – Orochimaru-sama o espera. Você tem uma missão.

– Mas que merda! – resmungou, se sentando na cama. – Diga a Orochimaru que já vou!

Kabuto bufou. Aquele garoto não sabia respeitar ao mais temido sannin desses últimos tempos, sinceramente não sabia como Orochimaru o aguentava.

Bagunçou seus cabelos negros e tocou com os pés descalços no chão frio. Andou até a cômoda e retirou sua típica roupa de treinamento e uma cueca boxer preta. Entrou no banheiro que tinha embutido em seu quarto – encheu muito o saco de Orochimaru para ter a única suíte do esconderijo – e dobrou lentamente suas roupas, as deixando sobre o cesto e se enfiando debaixo da água gelada das seis da manhã.

Lavou seus cabelos sedosos – até porque eles tinham que ficar perfeitos – e ensaboou seu corpo pálido por inteiro. Depois de tomar um banho de dez minutos, já que era Orochimaru quem pagava a porra da conta, Sasuke se secou com a tolha macia e vestiu sua roupa rapidamente, escovando lentamente os dentes e penteando os cabelos com os dedos longos.

Saiu do quarto e passou a andar pelos enormes corredores em espiral. Aquele era outro esconderijo de Orochimaru. Haviam se mudado para lá faz uma semana e Sasuke até que tinha se acostumado a essa rotina de mudança a cada seis meses. A parte boa é que ele não se apegava a aqueles lugares melancólicos, o lado ruim, no entanto, era não ver mais "ele'.

Sasuke não via Naruto a praticamente três anos e o único contato que tinham eram as conversas por meio das cobras mensageiras. Mesmo que não admitisse, ele sentia saudades das constantes brigas que tinham por absolutamente nada, dos enormes sorrisos de Naruto e das pequenas puxadas de bochechas que dava quando estava perto dele. Sim, ele queria estar perto daquele maldito Usuratonkachi.

Ele queria cortar todos os seus laços com aquele loiro maldito, realmente queria, mas era algo impossível. Às vezes estava treinando seus novos jutsus baseados com chakra Raiton, olhava para o lado e via a silhueta de Naruto o observando com um sorriso. Definitivamente estava ficando doente. Doente por Naruto.

E em meio a tantos sonhos nada castos e recaídas na madrugada, Sasuke notou-se conectado a Naruto. Necessitado da imensidão dos olhos azuis. Iluminado pelo brilho de seus dentes perfeitos. Precário por seu cheiro de menta e hortelã. Apaixonado por seu jeito, suas cores, suas atitudes, seu todo.

Sasuke o queria tanto que nem sabia pôr em gestos ou em palavras. Será que Naruto havia arrumado alguém? O Uzumaki não era mais virgem, afinal.

Kabuto havia o contado um dia que Orochimaru obrigou Naruto a ter relações sexuais com Guren a fim de o “amadurecer” como pessoa. Ele devia ter quase catorze anos. Sasuke ficou tão puto que cortou os cabelos do sannin com sua katana – Orochimaru não gostou muito de ter perdido sua cabeleira, no fim das contas. Desde aquele dia, ficou de olho nos atos de Guren e até ficou aliviado quando o Uzumaki saiu dali. Guren virou sua rival e sabia que o sentimento de ódio era recíproco, mas ela que fosse para a puta que pariu. Naruto era seu e de mais ninguém.

Passou na cozinha e pegou uma maçã vermelha. Enquanto comia a fruta, andou até a sala de reuniões e, ao chegar no local, Orochimaru conversava algo com a maldita Guren e Yuukimaru, o garotinho estranho que o sannin trouxe para ali há meses atrás, enchia o saco de Kabuto com perguntas sobre camélias.

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