Imortalidade

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A festa havia acabado e todos retornaram para suas alas e reinos. A grande maioria comentava todavia sobre o casamento, alegando que viram uma noiva um tanto desanimada, mas o que os mesmos poderiam fazer para uma jovem mortal que foi adotada por uma deusa? Simplesmente nada então somente desejaram boa sorte e que a mesma consiga sobreviver a escuridão que é Hades.

A flor e a morte acabaram de chegar ao reino sombrio onde foram em direção ao Castelo Negro. O submundo era silencioso e tinha várias divisões, uma para cada parte de seus polos:

A esquerda era o tártaro, o lugar onde os titãs e almas malignas ficavam e eram torturados. A frente o lago das memórias onde os mortos que não continham o pagamento de Caronte nadavam sem rumo em seu esquecimento. A direita uma grande vila onde vários espectros viviam, havia de tudo alí, uma feira de alimentos, casas, um templo do deus da morte, era um lugar calmo e rústico. Ao lado de trás um grande campo seco com algumas árvores mortas onde as almas boas vagam, e no fim destas, a moradia de Hécate. No centro estava o grande e temeroso castelo do medo onde somente os serviçais de seu senhor podiam ter acesso.

Era iluminado por velas e lustres medievais, quase tudo em tons negro, vinho, roxeado e vermelho sangue, com um conjunto de objetos de prata e obsidiana. A luz de Ying iluminava todo o submundo, dando a entender que esta era a lua dos mortos, uma linda lua em tons azuis. Sendo assim Yang era o seu oposto, um sol em tons vermelho alaranjado que como o próprio Hades disse, aquecia boa parte dos dias invernosos.

Ambos caminhavam no extenso corredor com poucas trocas de diálogos, ela estava pensativa e ele buscava tirar todas as suas dúvidas, mesmo que suas perguntas não fossem metade de seus questionamentos. Havia dito aos empregados que não queria ser incomodado nesta noite e que não aparecem no castelo para não assustarem sua esposa, ele queria estar com ela não como um rei mas sim como o homem que agora poderia ser chamado de marido.

A porta em tons escuros se abriu, era o quarto que agora compartilharia com ele. Era como o castelo, tinha os mesmo tons:

As roupas de cama eram vermelho cereja, havia uma grande sacada com cortinas escuras que dava vista para uma linda parte da floresta mórbida, onde também podia-se ver perfeitamente a localização de Ying e Yang, um enorme banheiro e um vestiário adequado para ambos, onde continha vários tipos de vestimenta, tanto para ele quanto para ela.

Continha uma pequena mesa ao fundo do cômodo e também uma penteadeira com flores azuis e lilás na mesma, era sofisticado, era um lugar que por mais que fosse desconhecido, lhe acolhia.

— Gostaste? -pergunta vendo seu olhar admirar o quarto.

— Deveras encantador Tio, lhe agradeço muito. -responde em baixo tom, ainda maravilhada com todo o ambiente.

— Creio que podes parar de chamar-me de "Tio", não concorda? -diz depois de fechar a porta e encaminhar-se em direção a ela.

— Como devo chama-lo então? -o questiona.

— Marido. -diz Hades selando ambos os lábios. — Estas deslumbrante com este vestido, minha flor.  -lhe analisa.

— Obrigada, também estás muito bonito. -envergonhada lhe devolve o elogio.

— Te sinto tensa. Deseja tomar algo? -se distancia para pegar uma taça de vinho.

— Não, obrigada. Só estou sentindo como se tivessem acertado minha cabeça com uma das pedras de Cracto. -diz rindo sendo acompanhada por Hades.

— Porque não me disse antes, deixe-me ver. -observa e beija o local tirando sua dor. — Melhor agora, minha rosa? -a encara.

— Muito. Obrigada Hades. -agradece o olhando em seus olhos.

Nesse momento ambos se olhavam intensamente até unirem seus lábios em um só. Tudo era lentamente prazeroso e a cada respiração as roupas iam se perdendo em meio as carícias, sendo deixadas no chão até ambos estarem nus.

Voltam a se beijar e a distribuir selares pelo corpo de ambos até se sentirem prontos para o que aconteceria. Quando tudo ocorreria ela volta a ficar tensa fazendo o mesmo a encarar tentando lhe acalmar.

— Hades. -diz em um suspiro.

— Sim? -volta seu olhar para sua face.

— Jure. Jure que não iras lastimar-me. -diz tensa porém firme.

— Eu juro. Juro por tudo que me é sagrado, juro pelo amor que sinto por ti e pelo amor que farei sentires por mim. Eu lhe juro minha esposa. -lhe beija com delicadeza.

O único que se podia ouvir eram suas respirações até um grito e uma lágrima surgirem. Os olhos voltaram ao violeta, ela por fim era sua.

Todos poderiam dizer que a Hades era uma besta desprezível mas ele a amou e desejo a flor como ninguém mais o fez, ele cuidou dela e a tomou como sua pela eternidade.

             Cora era sua eterna flor imortal.

Olá roseslunaris! Desculpem as atualizações serem mais tarde, estou bem ocupada com a estreia que teremos amanhã então isso me tira um pouco do tempo. Espero que gostem do capítulo, fiz com muito carinho e amor, assim como todos os outros. Me perdoem caso haja algum erro ortográfico, não se esqueçam de dar estrelinha e comentar o que estão achando da história. Nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙

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