Desvaneios

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Enquanto seguia em busca da luz de Hiperión, pôde ver várias lembranças de vários deuses mas optou por ignorá-las até ouvir canto específico que surpreendentemente chamou vossa atenção.

A Bela mulher estava apática e chorava muito enquanto sussurrava seu nome, "Perséfone". Aproximou-se e vira algo que realmente lhe assustou, vossa mãe com o coração da mortal falecida em mãos.

"— A criança é minha e somente minha. Mas fique tranquila, garantirei que não a vejas no Mundo Inferior, para todos os efeitos você a a abandonou."

Dizia enquanto mostrava um sorriso maléfico, o que somente perturbou mais Perséfone.

Confusa e amedrontada, buscou retirar-se daquele corredor enquanto mais vozes a atormentavam. Começou a correr enquanto chorava, estava desesperada pela cena de sua "bondosa" mãe. Mas afinal, o que tentavam lhe dizer?

Com as mãos em ambos ouvidos gritou em súplica até que tudo tornou-se silêncio e somente uma voz fosse ouvida ao fundo.

— A filha da dor chora, seu rosto é de sua Mãe mas seus olhos se tingirão como os de seu grande Pai. -diz serenamente.

Ainda entorpecida tentou acalmar-se a medida que uma sombra se formava a sua frente, possivelmente era Hades que ouvira seus gritos e teria vindo para encerrar o jogo. Mas não, em realidade era apenas um ser que se apiedou dela.

— Fique calma, eles não podem te pegar, só se sentir medo. -com sua voz rouca porém leve, acalma a deusa.

— Quem és? -questiona ainda perdida.

— Mania. -lhe oferece um sorriso sincero.

— A personificação da loucura? Creia que era apenas um mito. -vociferar em tom baixo.

— Gosto que pensem assim afinal, todos servem a mim de alguma forma. Em todo ser habita loucura, estou em tudo e em todos, principalmente em ti Perséfone.

— Como sabes meu nome? -a olha com espanto.

— Como não conhecer a amada esposa de Hades? És famosa por sua beleza e generosidade, embora se digam que és selvagem. Além deste fato, tu estavas nos sonhos de minha irmã. -diz simplista.

— Sabe dizer-me onde estou e como encontro a luz de Hiperión?

— Não há luz. -responde de forma direta.

— Como?! -entra em conflito novamente.

— Busque o que foi perdido e perdoe o que está sendo punido. -diz por fim.

Após desaparecer deixando várias incógnitas Perséfone decidiu correr na direção em que a criatura desapareceu. Ela correu por longos minutos até aparentemente chegar ao núcleo do local, um lugar aparentemente abandonado.

Decepcionada, essa palavra a definia, não havia mais do que vidros que refletiam lembranças, entretanto estranhou que todas as lembranças eram com ela: de suas primeiras palavras, seus primeiros passos, até seus belos passeios durante a noite no Submundo. Eram as memórias afetivas de Hades, as únicas que se permitiu guardar em seu sombrio coração.

Chegando a questionar se o objetivo do jogo era fazer-la ver o quão amada era, notou que no centro havia uma bela rosa azul que parecia estar desfalecendo, notou ser mesmo que ganhara dele, sua criação particular. Com tristeza permitiu-se beijar suas pétalas até que uma grande rajada de vento começa-se a mover seus cabelos, era Hades quem os afagava. Mesmo que pudesse ocultar, decidiu mostrar uma pequena escadaria subterrânea, era onde chegaria as respostas para seu enigma, a mesma ficou perplexa com a ação de seu Esposo, porém entendeu o que o mesmo lhe dizia. Sem mais palavras a serem ditas, deixou a bela flor e rumou para o fim de sua jornada.


*Perdoem-me caso haja algum erro ortográfico, não se esqueçam de dar estrelinha e comentar. Nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙*

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