Revolta

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Minthe era constantemente humilhada por Perséfone.

A mesma ordenava que limpasse o salão, os porcelanatos utilizados nas refeições e principalmente, os dejetos de Cerberus.

Os trigêmeos estavam felizes com a volta de sua adorada mãe, pois assim Minthe seria dispensada de seu cargo. Entretanto, a ninfa das trevas ainda tinha uma carta em mãos, o sexo.

No quarto de Lathifa, Minthe apertava as fitas de seu espartilho enquanto gritava com a garota dizendo que a mesma havia engordado, mas a menina não ignorava.

— Por favor, se retire de meu quarto. Não aguento teus gritos de hiena! Faz sangrar-me os ouvidos. -diz cansada das reclamações de sua governanta.

Em um impulso de raiva, a governanta levantou a mão para bofetear a face da Princesa, contudo, é impedida por sua Rainha quem segura seu pulso com agressividade.

— Pensava em agredir minha amada filha? Estás louca?! Olhe para ti e olhe para ela. Tu não passas de uma imunda insolente! Já Lathifa, uma verdadeira Princesa do Submundo. Ponha-se em seu lugar, verme. -grita com revolta.

— Não te esqueças que este verme aqui é quem satisfaz teu homem, bom, marido porque homem, ele é só meu. -sorri em soberba.

— Cale-se!

— Entenda de uma vez por todas, podes ser sua rainha, podes ter uma coroa de diamantes, podes ter tudo, menos um homem porque para isso, teves de ser uma mulher, e tu não passas de uma garota mimada que só porque foi traída e tem o título de soberana, te achas a tal. Teu comportamento rebelde e insosso enjoa Hades. Admita, tu podes ser superior a mim, mas nunca será suficiente para lutar por ti, e principalmente, nunca serás mulher para satisfazer um homem, Perséfone. -debocha.

Mesmo com ódio e desejando refutar tais palavras, Perséfone sabia que uma porcentagem das mesmas, eram verdade.

Guardas com grandes armaduras de ferro se reuniram no local e retiraram Minthe do local. A mesma sorria em vitória pois tinha conseguido deixar a deusa sem palavras.

— Este ser tentou golpear a Princesa, levam-na para os escombros e me aguardem. Eu mesma darei sua punição. -afirma veementemente.

Enquanto a mulher era arrastada para o local de tortura, a flor que caminhava pelos corredores, pôde notar Hades mais uma vez bisbilhotando as cartas de Hélio mas somente o ignorou e se dirigiu ao jardim, um lugar de paz que fôra testemunha de uma traição, uma traição que não perdoaria.

Com uma pequena tocha, incendiou o local por completo. As árvores que antes eram grandes e vistosas, agora somente tinham galhos carbonizados. As flores de diversos tons, agora se resumiam em pó negro. O paraíso tornou-se um inferno cheio de cinzas.

Um bom banho quente e um tempo com seus filhos era tudo o que precisava. Conversar com os mesmos e rir com eles não tinha preço, suas estrelas brilhantes eram seu motivo de continuar a lutar.

— Deixem de falar daquela bruaca! Como a Senhora esta, Mamãe? -pergunta Lathifa com um tom de preocupação.

—Melhor agora minhas estrelinhas, melhor agora. -responde positiva.

— Imagino que já saiba de Minthe e Papai... -revela despretenciosa.

— CALYPSO!! -grita fuzilando-a com o olhar.

— O QUEEEEE?!!! -devolve a ação.

— Não se preocupem, eu sei de tudo e acreditem, estou melhor do que nunca. -sorri para ambas.

Tempo depois da conversa com seus filhos, Perséfone estava no local que ordenou levarem a ninfa, com uma adaga de puro prata, em mãos. Os guardas seguravam fortemente a mulher enquanto sua Rainha se aproximava da mesma.

— Poderia punir-te agora, acabar com tua existência nesse exato segundo, mas quero divertir-me. Estas a ver aquela arena em ruínas? Suponho que saiba que era o local de combate dos seres inferiores, e agora, é o local em que lutaremos. Se me ganhas, tudo será como antes tendo-te como a protagonista, mas se ganho eu, irei fazer de ti o que desejar. Ah, e como sei que não possuis poderes, iremos jogar limpo, luta corporal, sem armas, sem poderes, sem truques, apenas nos duas. O que me diz Minthe, pronta pro combate? -lança um sorriso desafiador.

— Prepare-se para a derrota, minha Rainha. -sorri em vitória.

Uma em cada extremidade da arena, ambas olhavam-se confiantes enquanto esperavam o guarda dar o sinal. Minthe achava-se em vantagem pois provavelmente Perséfone só lutava com seus dons, mas estava equivocada.

Quando ecoa o sinal ambas correm em suas direções. Uma continha soberba e a outra, ira. No primeiro golpe de Minthe a mesma pôde ver que sua oponente era boa em reflexos, mas não era tão forte para detê-los, já Perséfone, notou que Minthe não possuía diversidade, era apenas golpes fortes e em uma sequência rítmica o que dava-lhe a chance de desviar dos mesmos.

Com o tempo acabando, Minthe pôde ver que claramente Perséfone sabia lutar, e que por mais que fosse mais forte, a agilidade e inteligência sempre venceriam a força bruta. Com o aviso do fim da luta, ambas se separaram e rumaram para fora do circuito envelhecido. Perdeu por uma mulher 600 anos mais nova, que julgava ser inferior.

Minthe foi derrotada.

A ninfa em desespero, pensou em atacar sua oponente desprevenida mas sabia que sua imortalidade não afetaria em nada, então optou por tentar fugir entretanto, fôra pega por um dos guardas alí presentes.

— Como todos aqui puderam ver, lutamos honestamente e com ambos lados satisfeitos com seus possíveis prêmios e perdas. Então como vencedora, decreto a morte de Minthe. -dita com soberania.

— Esta luta foi armada! Tu não saberias lutar sem poderes!! -busca safar-se do castigo.

— Se pensaste que não era boa em um combate físico, pois saiba que sou. Ao contrário do que crês, eu sim tive aulas de etiqueta porém quando podia fugia delas para treinar junto das amazonas. Aprenda Minthe, nem tudo é o que parece ser. -olha direitamente em seus olhos.

Sendo segurada pelos guardas, pôde ver quando sua Senhora pegou uma adaga em brasa fervente e aproximou-a de si.

— Como ousaste levantar as mãos para minha filha menor, eu as cortarei. Como ousaste difamar-me com esta língua peçonhenta, eu a devorarei. E como arruinaste o reino tentando usurpar meu trono, sua alma será entregue a Tártaro. Meu adorado Tio-Avó morre de fome e creio que mereça ser alimentado. Tua alma irá para ele mas teu corpo, esse irá para Cronos. Sofreras duas vezes mais, uma por tua alma e a outra pelo teu corpo. -sorri em divertimento.

Com fúria nos olhos, a deusa pega uma das correntes em meio ao fogo, e começa a chicotear-la ouvindo seus gritos sôfregos mas que de certa forma, eram prazeroso.

A dor era boa e causa-la neste ser, era melhor ainda.

— Mande saudações a eles por mim, e diga que quem lhe enviou foi a Rainha do Submundo, Deusa da Destruição, Perséfone. -afirma prazerosa tendo seus olhos em uma coloração escarlate.




















Olá roseslunaris! Mais tarde posto outro capítulo. Me perdoem caso haja algum erro ortográfico, não esqueçam de dar estrelinha e comentar o que estão achando dessa mudança toda da nossa Rainha. Amo muito vocês e nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙

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