Persephone

Verdade

>•< Dêem estrelinha e comentem o que estão achando. Desculpem os erros ortográficos e, nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙>•<

Semanas após o ocorrido, Cora descobriu-se grávida. A alegria retornou aos seu esposo, que após saber que sua gestação era de risco, tomou providências extremas para que tudo corresse bem com seus herdeiros.

Fôra um período de muita dor. Demeter se estabeleceu por um tempo no submundo e ajudou a cuidar da mesma, porém como era algo inovador para a garota, sua sensibilidade estava aguçada.

Nos primeiros dois outonos, um mal-estar incontrolado. Nos seguintes três invernos, muitas visões e vozes s atormentavam. Nas três penúltimas primaveras, desmaios constantes, e no último verão, um medo aterrorizante, seguido de um sussurro.

"Pilares da maldade sustentarão o elemento puro, cujo as lágrimas são de ouro e vidro."

Depois de um ciclo de insegurança, os Trídyma vieram ao mundo, cheios de saúde e graça. O melhor presente de Cora.

Um garoto de pele alva, e cabelos e olhos escuros. Uma menina parda de cabelos roxeados e olhos amêndoa. E uma menininha alva, de cabelos rosados e olhos turquesa.

Príncipe Thanatos, o deus da tortura.
Princesa Calypso, deusa das tempestades.
Princesa Lathifa, deusa dos medos e pesadelos.

Tanto Cora quando Hades, estavam felizes pelo nascimento de seus herdeiros. Era tanta a alegria que houve uma festividade em seus nomes, onde espectros, subnys, ciclopes e outros seres viventes do submundo, foram convocados a comparecer. Porém uma das convidadas, que sempre fôra chamada para diversos eventos, dentre eles o nascimento de deuses, mas nunca compareceram, este fez questão de apresentar-se.

Cloto, Láquesis e Átropos.

Cloto segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilícia, Ártemis e Hécate, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
Láquesis puxava e enrolava o fio tecido, atuava junto com Tique, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
Átropos cortava o fio da vida. Juntamente a Tânato, Moros e as Queres, determinava o fim da vida.

As três irmãs lúgubres, foram em direção aos cestos que guardavam os filhos de Hades, cada uma enxergava pontos em seu destino, sejam eles vírgulas ou pontos finais, porém o que as impressionou, fôra a ambiguidade dos mesmos. Eram um misto dosado de tudo, entretanto deveriam escolher que caminho percorrer, e Láquesis sabia por qual trilhariam, o que a fez sorrir.

— Jovem Príncipe Thanatos, teu nascimento fôra uma fortuna ganha. Um líder sábio que luta por igualdade. -diz Cloto.

— Tens saúde e força, tua vida será grandiosa, muitos o admirarão, serás um homem afortunado, assim como seus descendentes. -afirma Láquesis.

— Entretanto deverá escolher qual caminho seguir. Observador ou guerreiro, deves escolher antes que o fim se concretize. -finaliza Átropos.

Após receberem um agradecimento, as irmãs foram em direção a segunda estrela, e sem dúvidas, a que mais interferência fôra sentida, Calypso.

— Pequena Princesa Calypso, desde teu respirar estás a lutar, mas acalme-se tudo tem seu tempo de terminar. -dita Cloto.

— És uma princesa inteligente, que assim como os mares de Poseidon, possui instabilidade e riqueza. Caos lapidado por diamantes. -confessa Láquesis.

— Muitos dirão que não tens um coração, mas o tens. Verás um rio de lágrimas douradas surgir da própria fonte, e terá de ter coragem para enfrenta-lo, ou inundar-se junto ao mesmo. -adverte Átropos.

Novamente uma saudação e seguiram para a última princesa. Porém uma voz novamente assombrou Cora, era o mesmo sussurro, ela estava confusa, ela estava com medo.

"Lágrimas de ouro e vidro, coração de espinhos  e olhos de raiva... a morte de uma rosa."

Cloto percebendo seu estado, lhe sussurra, fazendo-na acalmar-se, olhando para a mesma e em silêncio agradecendo-a, mesmo que seus olhos estivessem em sua filha mais nova.

— Doce Princesa Lathifa, trouxeste luz para o lar dos mortos. Vossa presença delibera harmonia, serás uma linda pétala de jasmim. -Cloto acaricia seu rosto.

— Possuis algo poderoso dentro de si, algo capaz de mudar o destino. Uma força tão poderosa que trará esperança, a mesma que permaneceu na caixa da criação do deus das forjas, Pandora. -Láquesis toca seus cabelos.

— Serás subestimada. Teu irmão possui força, tua irmã será poderosa, porém tens o mais valioso, o puro. Quando descobrires o real significado disto, serás o ser mais poderoso, estando abaixo apenas de uma. -sorri Átropos.

Porém desta vez, só Cora agradeceu. O que já era esperado pelas lúgubres, pois podiam ver a incógnita em Hades, afinal, o puro é adverso do profano.

Após horas de celebração, Cora teve coragem de dirigir-se a mãe com o intuito de perguntar-lhe sobre seu tio. Mesmo sendo sua mãe, não achara um momento adequado durante a gestão, e a mesma estava para partir dentro de horas então resolveu dialogar durante o festejo.

— Mamãe. -chama-a.

— Sim, minha flor? -sorri.

— A Senhora está bem? -pergunta acanhada.

— Prefiro não contar-te isso. -desvia seu olhar.

— Preciso saber Mamãe. Por favor, eu preciso entender. -implora.

— Cora, é a pior coisa que pode acontecer. Não desejo-te isso e por este motivo, prefiro que falemos de outro tema.-diz severa.

— Só me responda, meu Tio estava embriagado?  -ditou fraca.

— Não, não estava. -depois de um longo suspiro lhe responde.

Angustia tomou seu peito, então seu Tio estava ciente de tudo. Ele a violou por puro prazer, e isso era desprezível.

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Mesmo sendo um dia de alegria, a noite junto de Ying, trouxe tristeza. Uma mentira com gotas de verdade, chegou ao imperador dos mortos, fazendo-o questionar o real significado da palavra lealdade.

"Possuis um belo sorriso, lastima que será manchado por lágrimas. Mas não te apures, converta tua dor em poder e verá o quão poderosa és. O quão soberana és...Perséfone."

A Rainha adormeceu em lágrimas após o ocorrido. Seu marido possuía muitos dons, mas um que certamente lhe faltava, era a calma. Os socos eram fortes, os chutes certeiros e os tapas contínuos...tudo pareceu feixes de luz para a mesma. Seus gritos e a possessividade com que tomava seu corpo, fôra algo sem descrição, mas o mesmo estava certo, afinal era seu marido e somente está cuidando de seu amor, ou era isso que a mesma gostaria de pensar. Utilizou desse pensamento para si pois, uma mentiras vezes contada se torna uma verdade, certo? No fim, era doloroso pensar diferente, pois era melhor acreditar em uma ilusão bonita, do que aceitar que fôra agredida e estuprada por seu esposo, alguém que jurou ama-la.

Enquanto a mesma chorava silenciosamente nua e jogada em meio aos lençóis, Hades só pensava que estivera errado o tempo todo. Cora o traiu, era uma traidora, e que os recém-nascidos que foram intitulados como seus filhos, poderiam não ser seus realmente. Mas ele pessoalmente comprovaria, porém antes faria a mesma saber que trai-lo foi o pior crime que poderia cometer em toda sua existência.

}•{ Eu deixo vocês odiarem Hades, afinal, eu também o odeio.}•{