Tortura

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•>•<• Não esqueçam de dar estrelinha e comentar o que estão achando do rumo da história. Amo muito vocês e obrigada a quem acompanha, espero que estejam gostando. Nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙 •>•<•



— Senhor, gostaria de lhe falar. -diz de cabeça baixa.

— Seja breve Vertigia. -responde sem paciência.

— Faz quase oito meses que a Senhora não é retirada do quarto do pânico. Não se alimenta, nem toma seus diários banhos de sol. Temo que a mesma entre em um colapso, por isso lhe peço Senhor, permita-me tira-la de lá. -implora.

— Poderia repetir minha ordem, por gentileza? -sua fala era fria e severa.

— "A Senhora Cora, Rainha do Submundo, está castigada por motivos confidenciais. Por este motivo a mesma permanecerá no quarto do pânico por tempo indeterminado. Uma refeição ao dia, sem saídas, sem lavagem, nada! Apenas gritos e escuridão." -repete tristonha.

— Vejo que se lembra exatamente de minhas palavras então, somente as obedeça sem questionar-me. Saía, desejo ficar em silêncio. -ordena.

— Como desejar. Com sua licença. -se retira.

Enquanto a serva se retirava do cômodo, Hades suspira encarando a pintura que tinha da mesma, tão bela porém tão fraca. Em certos momentos, sentia a preferência mais do que a adoração pelo mesmo, e isso o incomodava pois também era assim. A amava tanto que a punia.

— Não fique assim, meu amor. -seu tom era sensual e rouco.

— O que faz aqui? Não escutaste que quero ficar só! -pronuncia irritado.

— Não engane-me. Não engane-se. Sentes falta do prazer, do desejo, da paixão... da luxúria. -sussurra em seu ouvido.

Com calma, direcionou o rosto de Hades em sua direção, e o beijou. Demorou um pouco porém a mesma fôra retribuída com o ato feroz de seu imperador, fazendo o beijo se intensificar e transbordar ardor. Com uma das mãos segurava sua cintura, enquanto a outra puxava seus curtos cabelos negros, havia luxúria.

— Faça-me sua. -suspira sentindo selares em sua clavícula.

"Se a trair, se deitares com outra, o encantamento acaba e ela volta a sua forma original."

Lembrando-se da fala de Afrodite, interrompeu a cena. Mesmo desejando prosseguir com o ato caloroso, não deixaria- se levar pelas armadilhas do deus do prazer. Mandou-a embora, banhou-se, perfumou o ambiente, mandou arrumarem sua habilitação e prepararem certas porções de comida.

O corredor era escuro e o silêncio ajudava no clima medonho. Ao abrir a porta do quarto, pôde ouvir gritos e lágrimas de dor, era um lugar de tortura. Caminhou até a cela 27 e adentrou-a vendo uma menina assustada e machucada. Era uma onda de escuridão gigante entretanto, o mesmo observava-a de cabeça baixa, pernas e braços machucados e sangrando, vestido imundo, cabelos desarrumados e o pior, mesmo tendo vários pratos sujos com restos de comidas antigas, a mesma estava fraca ao ponto de alucinar. Era o próprio inferno.

— Não me machuquem mais... por favor... não toquem mais em m-min... -sussurrava fraca, repetindo a mesma frase diversas vezes.

Aproximando-se da mesma, ela pôde escutar uma melodia, sua antiga caixinha de música, presenteada pêlo agora marido. Assustada tentou se esquivar, sabia que em uma hora ou outra o mesmo viria, só não sabia se era para terminar o que começou em sua própria cama.

Vendo a mesma acuada e colada a parede, Hades se agacha perto de sua estrutura trêmula, tocando em seus cabelos, vendo a mesma chorar em silêncio.

— Creio que devas ter aprendido a lição, não é mesmo, meu amor? -questiona com divertimento.

O estado da jovem Rainha era deprimente. Mesmo obtendo e sentindo a imortalidade em suas veias, a morte parecia cada vez mais próxima.

— Estou de volta. Espero que tenhas sentido minha falta, minha bela flor. -toca em seu queixo o erguendo para que seus olhares se encontrassem, podendo ver o terror em seu olhar, fazendo-o sorrir ladino.

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