Planos

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Olá roseslunaris! Perdoem-me caso haja algum erro ortográfico. Espero que gostem, e não esqueçam de dar estrelinha e comentar o que estão achando do rumo da história. Nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙

                                 <𝟯

Mesmo rodeada de pessoas, a deusa sentia-se só.

Vosso esposo era um torturador e seu padrinho um traidor. Questionava-se se havia alguém em quem poderia verdadeiramente confiar, pois sua intuição dizia-lhe que haviam mais segredos a desvendar.

— No que minha deusa tanto pensa? -pergunta adentrando o quarto vendo-a observar a noite fria.

— Meu Pai. Tu o conhecestes, certo? -vira-se em sua direção.

— Claro que sim, porque o perguntas agora? -lhe lança um sorriso simples.

— Queria saber mais sobre o dito-cujo. -se aproxima do marido.

— Um bom homem, de coração nobre mas de fracos instintos. -diz simplista.

— Como se chamava? Onde está no momento?

— Muitas perguntas, minha deusa. Seu "amado" Pai está em um tártaro eterno. -confessa.

— Nunca o vi pelas extremidades Osteiras... posso ao menos saber seu nome, meu marido. -beija levemente os lábios avermelhados.

— Deveras desinteressante este tema. O único em quem deves dedicar teus pensamentos, és a mim. Deveríamos comemorar, estamos bem e nossos filhos estão crescidos, uh? -acaricia as laterais de sua face.

— Tens total razão, vamos apenas aproveitar nosso momento, meu Rei. -o encara com um leve levantar no canto dos lábios rubros.

Assim como podia sentir mentiras, era proibido de conta-las. Hades sabia o real interesse por trás de tais dúvidas, no entanto, não estava disposto a esclarece-las para sua bela esposa. Sabia que sofreria com tais descobrimentos e por mais que tenha errado com a mesma, a queria ver bem e extremamente feliz ao seu lado.

Já pelo lado de Perséfone, mesmo sabendo que Hades lhe ocultara sobre seu Pai, ela jogaria com o mesmo pois só assim chegaria a origem do emaranhado de mistérios que a rodeava.

       "Porque fôra obrigada a se casar?"

"Porque vossa mãe o permitiu?"

                                       "Quem era de fato?!"

           "Quem eram seus pais biológicos??"

Ela descobriria, no tempo certo. No momento se contentaria em "brincar" com o nefasto em seu leito.

Após dias e mais dias de questionamento, buscou respostas no "Pápyros tis Ceos", o grande livro da existência onde todos os seres tem seu nome e descrição gravada a mão pelo Titã do conhecimento.

O manuscrito de capa dura se encontrava na biblioteca do castelo em uma categoria solitária: Apagorevménos.

Mesmo dizendo ser algo proibido, a deusa deixou-se ser guiada pela curiosidade e buscou seu nome no mesmo, o que por acaso não havia. Em nenhuma página havia o nome "Cora", então buscou por sua atual nominação, Perséfone, estranhando encontrar dois tópicos:

                 Persephone e Perséfone.

𝐏𝐞𝐫𝐬𝐞𝐩𝐡𝐨𝐧𝐞 contava a história de um belo pássaro criado por Selene e Hélio como representação de força, divindade e proteção. Porém o deus das forjas odiava o canto da ave celestial, então a atraiu e incendiou-a por completo parando seu canto pela eternidade. No entanto, Nêmesis não gostou dos atos contra o ser animalesco dotado de doçura e grandeza, assim o abençoando e dando-lhe o dom de ressurgir das próprias cinzas, surgindo a tão enigmática Fênix, sendo símbolo de renascimento e tendo a primeira de sua espécie denominada 𝐏𝐞𝐫𝐬𝐞𝐩𝐡𝐨𝐧𝐞 por significar personificação.

Encantada com todo o conto por trás da descendência de sua ave, pôde sentir-se parte desta herança pois querendo ou não, ela também teve de nascer das próprias chamas.

Buscando as origens por trás de si, pôs-se a ler sua parte do papiro, no entanto, antes que pudesse de fato iniciar a leitura o papel entrou em combustão e deixou-se queimar provocando uma enorme onde de fumaça no local. O cheiro ruim não era algo que a fez desistir, continuou a tentar recuperar o artigo só parando quando a música de sua caixinha ecoa pelo ambiente. Ele estava lá.

Nem toda fumaça foi capaz de fazer a imagem de Hades desaparecer, seus cabelos úmidos e seu tronco levemente exposto davam-lhe o ar de frieza e sensualidade, exatamente como desejava.

— Suponho que esteve quebrando regras, meu amor. Este manuscrito estava na ala dos proibidos, acaso não viste este detalhe? -diz sínico com uma falsa calma.

— Somente queria obter conhecimento. -ofegante e um tanto surpresa, lhe responde pensando em uma fala que ocultava a realidade e não saísse da mesma.

— Sugiro que aprenda que certas coisas não são para serem descobertas, por mais que ansiemos por isso. -afirma com dureza em seu tom.

Hades reparava bem em sua rebeldia porém a deusa não possuía o fruto místico e sem ele nada ela descobriria por completo. Mesmo sendo inteligente Perséfone não era profana e isso encobria muitas das verdades que tentava ocultar.

Se retirando do cômodo e deixando a menina com mais intrigas, a mesma pensou que tudo estivesse perdido mas então lembrou-se da única pessoa que jamais lhe mentiria, sua adorável Mãe.

A buscaria para desvendar os segredos por trás de sua existência e principalmente, para saber o que tanto Hades temia que descobrisse.

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