Mitos

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"𝔔𝔲𝔢𝔯𝔦𝔡𝔞 𝔣𝔩𝔬𝔯 𝔡𝔢 𝔪𝔢𝔲 𝔧𝔞𝔯𝔡𝔦𝔪.

𝔈𝔫𝔱𝔢𝔫𝔡𝔬 𝔱𝔢𝔲𝔰 𝔮𝔲𝔢𝔰𝔱𝔦𝔬𝔫𝔞𝔪𝔢𝔫𝔱𝔬𝔰 𝔯𝔢𝔭𝔢𝔫𝔱𝔦𝔫𝔬𝔰, 𝔢𝔪𝔟𝔬𝔯𝔞 𝔫𝔞𝔬 𝔪𝔢 𝔞𝔤𝔯𝔞𝔡𝔢𝔪. 𝔗𝔢𝔲 𝔓𝔞𝔦 𝔰𝔢 𝔠𝔥𝔞𝔪𝔞𝔳𝔞 𝔈𝔩𝔢𝔫𝔢𝔲, 𝔢𝔯𝔞 𝔲𝔪 𝔭𝔬𝔟𝔯𝔢 𝔠𝔞𝔪𝔭𝔬𝔫𝔢𝔰, 𝔣𝔬𝔦 𝔞𝔩𝔤𝔲𝔢𝔪 𝔧𝔲𝔰𝔱𝔬 𝔢 𝔡𝔢𝔰𝔠𝔞𝔫𝔰𝔞 𝔢𝔪 𝔭𝔞𝔷 𝔫𝔬𝔰 ℭ𝔞𝔪𝔭𝔬𝔰 𝔈𝔩𝔦𝔰𝔦𝔬𝔰. 𝔈𝔰𝔭𝔢𝔯𝔬 𝔱𝔢𝔯 𝔰𝔞𝔫𝔞𝔡𝔬 𝔱𝔲𝔞𝔰 𝔡𝔲𝔳𝔦𝔡𝔞𝔰, 𝔪𝔦𝔫𝔥𝔞 𝔯𝔬𝔰𝔞. 𝔗𝔢 𝔞𝔪𝔬 𝔪𝔲𝔦𝔱𝔬 𝔢 𝔳𝔢𝔫𝔥𝔞 𝔳𝔦𝔰𝔦𝔱𝔞𝔯-𝔪𝔢 𝔠𝔬𝔪 𝔪𝔞𝔦𝔰 𝔣𝔯𝔢𝔮𝔲𝔢𝔫𝔠𝔦𝔞.

                                         𝔖𝔲𝔞 𝔐𝔞𝔢, 𝔇𝔢𝔪𝔢𝔱𝔢𝔯."


Perséfone sorriu. Hades mesmo não lhe respondendo sobre tais questões deu-lhe uma pista:

Se vosso Pai era justo, segundo sua Mãe, e também estaria morto nos Campos Elísios, por qual razão estaria enfrentando qualquer tipo de sofrimento ou tortura?

A morte incapaz de mentir, afirmou que vosso Pai estaria em um tártaro mas nunca disse-lhe que era o do Submundo. Estava vivo e sofria, e se sua Mãe e vosso esposo o conheciam, deveria de ter muita idade ou seja, era uma divindade, era um dos deuses olímpianos.

Tentar buscar respostas através de seus genes só a tornava mais confusa, era um grande emaranhado de caminhos a serem trilhados.

Cabelos vermelhos igual a Ares. Olhos verdes como Apollo. A pele alva de Zeus. Os lábios fartos idênticos ao de Poseidon... Se seguisse essa ordem, poderia considerar-se filha de todos.

"Minha primogênita, Perséfone!"

As vozes retornavam a sua mente dando-lhe pequenas dicas, entretanto ainda não enxergava o caminho a percorrer, era triste e angustiante ter pistas e não conseguir junta-las.

Mesmo tendo a suposição de que talvez fôra a primogênita de algum dos deuses, de quem seria descendente? Vários tinham milhões de filhos, como Zeus, Ares e até mesmo seu padrinho Afrodite.

Sem saber o que fazer, foi até o santuário da deusa da sabedoria em busca de algo que pudesse ajuda-la porém não obteve nada, apenas um imenso silêncio solitário.

Talvez fosse algo grandioso, afinal os primordiais estavam ocultando-o, e também, se até vossa Mãe lhe mentira, em quem confiaria? Foi nesse exato momento em que o nome de sua amiga se fez presente.

O palácio Oceanus era belíssimo mas suas paredes eram frias e tristonhas. Enquanto conversava com Anfitrite a mesma contou sobre uma lenda antiga que ouvira de muitos de seu povo, o que a fez focar sua atenção nas falas minuciosas da nereida a sua frente.

— A séculos atrás quando o mundo era domado por Cronos e seus titãs, Téia a Senhora da visão  criou uma arma capaz de revelar coisas ocultas, pensamentos perdidos. Um grandioso fruto de gosto doce, se buscasse enxergar o profano deverias de ingerir-lo, e se optasse pela pureza queimado deveria ser. Após a titanomaquia, concedeu três mudas únicas para cada governante porém somente a de Hades prevaleceu. O nome deste fruto era romã, "ro" deriva de "objetium porfanus"e "mã" tem origem de "factus purétions".

— Como somente a de meu marido sobreviveu? Tenho conhecimento de que meu Tio e vosso esposo é um amante de frutos cítricos com poeira doceira. -pergunta com certo interesse.

— Poseidon disse-me que utilizou dos frutos para a proteção de alguém. -responde-lhe com certa dureza.

— Sabes de quem se trata? -questiona-a.

— Sim. -afirma com convicção.

— Poderia dizer-me?

— Medusa. Usou do fruto para que Medusa fosse protegida e levada em paz durante sua morte.

— As histórias diziam que não se importava com ela, fora que não aparenta gostar da mesma ou sentir arrependimento de tê-la violado. -diz com certa surpresa.

— Não confie no que vês, creia somente no que sentes. Essa sim é a verdade sobre nos e sobre os demais, escolhemos o que pensamos mas não o que sentimos e é por esta razão que nosso ser primordial é leal, é por isso que mentimos. Tentamos ignorar tanto nossos sentimentos que acabamos por não senti-los mais..... apenas confie em seu coração e ele a levará a verdade. -apoia uma das mãos em seu ombro passando tranquilidade para a deusa da destruição que agora devolvia-lhe um doce e singelo sorriso.

Ao retornar ao castelo em meio aos pensamentos e falas de Anfitrite, buscou calmaria em seu ser para poder começar a ver o que seus olhos não alcançavam. Contudo fôra interrompida por uma onda de tristeza que invadiu seu peito a guiando em direção ao quarto de sua filha mediana, Calypso.

Ao adentrar o cômodo e notar seu marido abraçado ao travesseiro de sua menininha nem foram necessárias as palavras ou simples explicações, podia sentir a presença de sua florzinha sumir ao poucos. Foi ao encontro de Hades e o abraçou buscando conforto e reconforta-lo enquanto desejava que tudo estivesse bem com Calypso, embora soubesse que era exatamente o contrário.

•Amanhã teremos mais um capítulo. Não se esqueça de dar estrelinha e comentar. Perdoe-me caso haja algum erro ortográfico. Nos vemos no próximo capítulo, beijos e borboletas🦋💙•

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