quatro

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boris

estava passando na frente da casa de s/n.

como eu sei onde ela mora se nós não somos próximos?

bom, eu sou um ótimo observador...

moro na mesma rua que ela, mas s/n não sabe disso.

desde que entrei na escola, três anos atrás, me senti atraído por ela.

nunca falei com ela por causa dos boatos... achei que ela tinha medo de mim.

mas depois que ouvi ela falar para jaeden na praça que não acreditava neles... comecei a tentar me aproximar.

e acho que tá dando certo!

vim até sua casa entregar o desenho que fiz para ela.

s/n acabou esquecendo de pega-lo.

quando viu que era quase 5:00 da manhã, saiu correndo da praça.

nós ficamos muito tempo lá, desenhando, no caso eu desenhei, mas foda-se.

conversando...

é, só fizemos isso, mas foi divertido.

eu acabei inventando uma desculpa qualquer para falar com ela.

já tinha feito outros desenhos dela, mas queria conversar então...

paro de pensar nisso e vou até a porta de sua casa.

toco a campainha e espero alguém atender.

após um tempo, a porta é aberta por s/n.

ela estava usando o moletom que emprestei pra ela, e uma calça preta.

seu rosto estava vermelho e inchado.

— oi. — fala com a voz falha.

— oi...

— o que tá fazendo aqui? — pergunta fungando.

— vim te entregar o desenho, você esqueceu ontem. — entrego o desenho para ela.

— ah, valeu.

— porque você saiu correndo depois de ter recebido uma ligação? — pergunto.

— meus pais... — fala com lágrimas nos olhos. — eles estavam voltando do aeroporto, acabarão podendo sair mais cedo da viagem a trabalho e... sofreram um acidente de carro. — ela fala começando a chorar.

rapidamente a abraço.

como era bom tê-la em meus braços... ela ainda não era nada minha... ainda.

shhh... fica calma. — acaricio seus cabelos.

— e-eu não posso perder os dois d-de uma vez, b-boris. — fala soluçando.

— você não vai. — aperto sua cintura. — cadê o jaeden? — pergunto.

— saiu da cidade com o primo dele... ele ainda não sabe.

— foi no hospital depois de receber a notícia?

— não... — fala saindo do abraço. — eu odeio hospitais e... não quero ir pra lá sozinha.

ela tranca a porta e me olha.

— eu... posso ir lá com você, se quiser. — digo.

— certeza? — assinto com a cabeça. — tá. — diz com a voz fraca.

— quer ir agora?

— não. recebi uma ligação agora pouco de lá e... os dois estão em cirurgia.

— o estado é grave? — pergunto.

ela assente com a cabeça, deixando outras lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

— ei, não chora... — praticamente imploro.

me doía ver s/n chorando.

e eu não podia tirar a dor dela.

não podia fazer nada...

fiquei olhando para ela, e acabei me lembrando de uma coisa que minha tia, que mora em las vegas, me disse.

"boris, quando uma garota estiver chorando, não importa o motivo, abrace-a, não fale nada, só deixa ela se sentir segura e protegida."

s/n estava sentada no sofá, encarando o chão.

sento ao lado dela e coloco a mão em seu ombro.

ela me olha chorando, e eu não penso duas vezes antes de abraça-lá novamente.

ela se aconchega no abraço, e eu deito no sofá, para os dois ficarem mais confortáveis.

eu sabia como era perder os pais, a dor era horrível, e não queria que ela sentisse.

muitos vão achar que eu não sei como é perder um pai... já que eles acham que eu o matei.

ah, se eles soubessem toda a história... tenho certeza que não falariam nada.

volto a olhar para s/n.

ela estava praticamente em cima de mim.

seus braços abraçavam minha cintura, suas pernas estavam entrelaçadas com as minhas, e seu rosto estava enterrado em meu peito.

já eu, abraçava seus ombros de uma maneira protetora, e acariciava seus cabelos.

ela não podia sentir a mesma dor que eu.

não aguentaria vê-la sofrendo.







ok, esse cap tá muito grande KKKKK
me empolguei gnt

 middle of the night, boris pavlikovsky+youOnde histórias criam vida. Descubra agora