quarenta e dois

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s/n

— s/n? — brooklynn me chama.

eu, ela e boris estávamos assistindo um filme qualquer na sala.

— oi? — a olho.

— eu posso dormir com você hoje? — pergunta.

sinto o olhar de boris em mim.

— pode sim, brook. — sorrio fraco.

boris me abraça pelos ombros e sussurra em meu ouvido:

— é sério?

— amor... você esqueceu da noite passada? — sussurro de volta.

— é claro que não! mas... eu to com saudade. — leva sua mão até minha cintura.

— amanhã, meu amor. — solto uma risada baixa.

ele suspira e deita sua cabeça no meu ombro.

escuto um barulho na escada e levo meu olhar até lá.

vejo theo olhando para nós com os olhos inchados.

— o que houve, theo? — pergunto.

ele vem até nós e se senta ao lado de brooklynn.

— aconteceu alguma coisa? — boris pergunta, pausando o filme.

o garoto continua quieto.

olho para brooklynn, que parecia não entender nada.

— querida... você pode subir? vai lá com o noturno, a gente precisa conversar com o theo. — peço.

a garotinha assente e sai dali.

— o que aconteceu? — pergunto.

— o f-freddy... ele apanhou hoje. — sussurra chorando. — ele disse que teve que ir para o hospital...

— meu deus... — boris murmura.

— sabe o pior? ele apanhou porque é gay! bateram nele porque ele é gay! — começa a chorar mais.

arregalo meus olhos e abraço o garoto com força.

— shhh... fica calmo. — sussurro.

— o freddy tá bem, né? — boris pergunta.

— s-sim... ele me ligou antes pra falar que tava no hospital... — responde. — acabaram quebrando o braço dele... — o garoto sai do abraço. — enfim, ele disse que precisa de alguém pra passar a noite com ele.

— vai lá então, theo. — boris chama sua atenção. — freddy precisa de você agora.

— tá bom... eu vou falar com a win. — se levanta e sai dali.

— eu não to acreditando... — murmuro.

— nem eu. — boris me abraça de lado. — é triste saber que essas coisas ainda acontecem.

— é mesmo. — concordo.

conversamos mais um pouco, até theo aparecer na sala com uma mochila ao lado de winona.

— eu vou levar o theo até o hospital, cuidem da brooklynn. — a mais velha pede.

— pode deixar, tia. — boris sorri.

os dois se despedem e saem dali.

— são quase onze horas, vamos pro nosso quarto? — boris pergunta.

— vamos.




boris

— eu to com sono. — brooklynn murmura, deitando a cabeça no ombro de s/n.

— quer dormir agora? — pergunta.

brook assente com a cabeça.

eu pauso o filme que estávamos assistindo e me levanto para apagar as luzes.

— boa noite, gente. — brooklynn se deita entre mim e minha namorada.

— boa noite. — eu e s/n falamos.

a mais velha passa o braço pelo corpo de brooklynn e eu sinto sua mão em meu braço.

— boa noite, amor. — s/n sussurra. — eu te amo.

— boa noite, princesa. — seguro sua mão. — eu te amo. — dou um beijo ali.


— não... me solta. — escuto uma voz.

abro os olhos devagar e olho para o lado.

— me solta... por favor. — brooklynn pede, se debatendo.

— ei, brook. — seguro seu braço cuidadosamente. — brooklynn, acorda. — sussurro.

— não... não me bate por... — a interrompo.

— brooklynn. — falo mais alto.

a mais nova acorda e se senta na cama rapidamente.

— o que aconteceu? — pergunto preocupado, ao perceber que ela estava chorando.

— e-eu tive um pesadelo. — sussurra chorando.

solto um suspiro e puxo a menor para um abraço.

— shhh... fica calma, pequena. — acaricio seus cabelos. — você está segura aqui, ok? eu não vou deixar nada acontecer com você.

— me promete? — pergunta baixinho.

— eu prometo. — respondo. — você tem que dormir... tá tarde, brook.

— eu não quero dormir, vou ter pesadelo de novo...

— ei... eu vou estar aqui com você, ok? não vou sair do seu lado. — saio do abraço devagar e deito na cama. — vem cá. — abro os braços.

brooklynn se aproxima e deita em meu peito.

— pode dormir... eu não vou sair daqui. — sussurro e beijo sua cabeça.

a menor se aconchega ali e solta um bocejo.

— obrigada, boris. — é a última coisa que ela fala antes de adormecer.

respiro fundo e olho para s/n, que dormia tranquilamente com noturno em seus braços.

dou um sorriso e levo minha mão até a sua.

junto nossas mãos com cuidado para não acorda-lá e dou um sorriso bobo.

eu amo essa garota demais...

 middle of the night, boris pavlikovsky+youOnde histórias criam vida. Descubra agora