Hard way (finalizada)

Far from normal

P.O.V JADE

De fato, eu estava com um pé atrás com o Justin, por tudo o que aconteceu nesses últimos dias. Mas, confesso que seu gesto de ajudar Emy me amolecia, e há quem diga que eu posso estar doida, mas, eu conseguia sentir algo bom nele.

O teto-solar de seu carro estava aberto, confortante era o vento que invadia meu rosto e meus cabelos, que voavam em sintonia com o mesmo. Eu poderia ter uma visão completa do céu azul e sem nuvens, e aquilo me confortava, a estrada da cidade estava calma, havia ar puro no ambiente, era Domingo. Cantarolando algumas músicas que passava na playlist de Justin, me identifiquei com o gosto, o que fez com que ele me olhasse indiferente, meio surpreso.

— Você gosta de rap? — Ele me entre-olhou rapidamente, puxando sua atenção para a estrada no mesmo segundo.

— Quem não gosta? — Dei ombros, dando uma leve risada.

Ele sorriu de volta, e então eu bufei, bufei pelos meus pensamentos e pelo meu subconsciente que insistiam em me lembrar o quão bonito era o seu sorriso.

Quando chegamos no centro, a calmaria não era a mesma da estrada, ainda era cedo e os comércios ainda não haviam finalizado o expediente. Justin fechou o teto-solar do seu possante, fazendo-me arquear as sobrancelhas, eu estava gostando do vento e da liberdade.

Em questão de poucos minutos já estávamos na avenida da boate, o trânsito nos sabotou quando pensávamos que chegaríamos em instantes. Justin bufava a cada segundo, estava nervoso e dava pra notar, ele sempre estralava os dedos e molhava os lábios passando a língua. Eu ria sozinha e em silêncio, mas o trânsito já estava começando a me incomodar.

— Ainda não consertaram o poste — Avistei o mesmo poste onde Caitlin e eu batemos com o carro, ele ainda estava um pouco destruído, mas não muito.

— Animada pra dar a notícia para a sua amiga?
— Puxou sua atenção para mim e então eu assenti, animada, fazendo-o dar um leve sorriso de lado.

Justin aproveitou o trânsito para fazer ligações, e então pude notar que a conversa era importante, falavam sobre minérios e escavações, e então eu abaixei o volume da música para não atrapalha-lo. Suspirei pelo calor e o mormaço que insistia em querer me fazer soar, mesmo com o ar-condicionado do carro. Ainda bem que eu estava com um cropedd de apenas uma alça, short de pano e uma rasteirinha.

Eu estava ansiosa, eu tremia só de imaginar que eu iria passar meu aniversário fora da boate, longe de Margot, e ao lado de Emilly sem qualquer retalhação ou banheiro sujo para limparmos. Aos poucos o trânsito ia se abrindo, em questão de poucos minutos já estávamos em frente à boate, Justin manobrou e estacionou o veículo com cuidado.

— Quer que eu entre junto? — Me encarou amigável, e então senti vontade de aceitar tal ato, estava nervosa e ele poderia me ajudar a lidar com isso, ou não.

— Vamos.

Saí do carro ainda bufando, mas dessa vez não era pelo calor e sim pelo nervoso que eu sentia. Justin entrelaçou seus dedos junto aos meus, e os agarrei firmemente. Seguimos até a porta principal da boate, e como de costume Baltazar estava vigiando.

— Bom dia Angel — Baltazar recepcionou-me de forma educada.

— Jade — corrigi-lo, sorrindo levemente.

Justin apenas balançou a cabeça, como forma de cumprimento, frio como sempre.

Dessa vez fui mais direta, nem sequer zombei com a cara de Morena ou de qualquer outra, pedi logo que avisassem a Margot sobre minha entrada ao quarto de Emilly. Segundo Bieber, ela já sabia sobre o trato, e então eu me senti mais segura.