Daddy!

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P.O.V JUSTIN

Estava no meu vigésimo copo de café, e eu detesto café. Porém, como não só de vontades próprias vive o homem, o café tem sido a única coisa que têm me colocado de pé, evitando que eu durma. Embora todos os médicos, enfermeiras, e Jade, insistam que eu descanse, eu não queria dormir, eu queria ficar acordado o tempo todo, de olho em Jade e em Vitória.

Estou feliz por Jade ter aceitado tão bem o nome que eu dei à nossa filha. Os olhos dela brilharam quando eu disse o significado por trás desse nome, envolvendo nossa história.

Sento-me em uma das cadeiras da recepção, folheando o jornal do dia, só de eu não estar na capa sinto um alívio, e esse alívio permanece quando folheio as páginas e não encontro nenhuma matéria sobre mim, ou sobre a minha família.

Levanto o olhar e vejo Chaz saindo da sala de Jade, franzo o cenho por saber que Jade estava dormindo com Vitória, e a entrada nele não seria permitida.

— E aí cara — Chaz se aproxima, e então me levanto e o abraço, dando dois tapas nas suas costas. Afasto-me e encaro-o nos olhos.

— O que estava fazendo no quarto de Jade?

— Como assim o que eu estava fazendo? — Franze o cenho — Eu estava vendo a Vitória. Aliás, belo nome, teve bom gosto.

Sinto-me ridículo por alguns segundos por ter tido ciúmes. Sinto-me ainda patético por pensar que um dos meus melhores amigos seria capaz de dar em cima da minha mulher. E a relação de Chaz e Jade era muito bonita, mas nunca passou de amizade, e nunca passará.

— Então elas já estão acordadas? — Sento-me ao lado de Chaz, goleando o café.

— Sim. Ela disse que hoje na parte da tarde ela terá alta — Ele disse sem me olhar nos olhos. E confesso que ele estava estranho desde quando pedimos à ele para dizer com quem ele estava saindo. — Ela está se recuperando muito bem.

— Está sim — Dou mais um gole, tentando disfarçar o quão desconfortável eu estava com a postura de Chaz. Entretanto, procurei um outro assunto para não ficarmos no silêncio, já que eu não queria lhe perguntar nada sobre isso, por enquanto — O que você achou sobre aquele assunto da minha mãe ter se arrependido?

— Ah, cara — Ele respira profundamente, como se procurasse as palavras certas — Eu não sei, eu não sei se sou a pessoa certa para te falar isso. Eu conheço sua mãe como uma tia que sempre me acolheu bem em sua casa, mas, só você a conhece como ser humano, com um olhar de sangue à sangue, vocês são família.

— Eu não sei — Nego com a cabeça — Família pra mim vai muito além disso. Tipo você — Ele me encara na mesma hora — Você faz parte da minha família, é como um irmão pra mim, e não temos o mesmo sangue. Eu te conheço mais do que à mim mesmo, isso de sangue é apenas detalhe.

— Fico feliz por isso cara, você sabe que somos uma família desde pirralho. Isso não vai mudar nunca.

— Então, já que eu me abri com você sobre minha dúvida sobre perdoar ou não minha mãe. Você podia se abrir comigo e me falar o porquê de está tão estranho. É sobre essa garota que você está conhecendo? — Pergunto, tentando ser menos invasivo possível, mas Chaz vira o rosto imediatamente, fugindo de qualquer contato visual.

— Você só entrou nesse assunto procurando uma brecha pra me questionar? — Chaz me encara com fúria, eu o repreendo com o olhar, ele vira para o lado novamente — Não tem garota nenhuma mano, vocês mesmos que inventaram essa pessoa. Eu nunca disse que estava saindo com alguém.

— Mas, você nunca ficou tanto tempo assim sem sair com alguém. Está há meses estranho, quieto, sem sair, você nunca foi assim. Na verdade, você sempre foi o viciado em mulheres. Nas festas, eu sempre tive que ficar te regrando na hora de ir embora, como um tio chato, já se esqueceu?

Hard way (finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora