Hard way (finalizada)

A long night

— O que foi? Engoliu a língua? — Justin encarava Chaz com fúria, exigindo que ele contasse o assunto que entramos em pauta. Era um assunto complicado para o Chaz, ele tinha medo de comentar e ser rejeitado pelo amigo.

— Nós só estávamos falando sobre...

— Jade — Ele me interrompe, negando com a cabeça diversas vezes — Eu não quero que você responda por ele. Eu ando percebendo que Chaz está estranho, e está fugindo há tempos, e agora descubro que há algo que eu não possa saber?

Jade encara Chaz de lado, como se tivesse passando a bola pra ele, ela não iria interferir mais, e era até melhor assim. Se Chaz havia um segredo e não confiava em mim pra isso, eu realmente estive errado sobre a nossa amizade, durante todos esses anos.

Chaz se levanta furioso, batendo os pés até a sala, deixando a área de piscina com uma fumaça pra trás. Ele calçava os chinelos, enquanto ignorava a qualquer custo a minha voz de protesto, pedindo pra ele parar onde estava.

— Se você passar por essa porta, tenha certeza de que não seremos mais amigos, irmãos, porra nenhuma — Ameaço, fazendo-o parar no meio do caminho, me encarando com fúria nos olhos.

— Está falando sério, Justin Bieber? — Perguntou irônico, e então eu assinto — Demorou, tenha certeza de que você nunca mais irá me ver, fique com essa tua cabeça quente, e veja se ela te levará há algum lugar.

E então ele se vira, pronto para passar da enorme porta da sala.

— É só dizer Chaz... O que é tão pesado ao ponto de não poder dizer para o seu melhor amigo? — Me estresso, enquanto ele continuava me olhando. E dessa vez não foi com fúria, foi algum olhar perdido. Eu não suporto drama vindo de um homem.

— É mais complicado do que você pensa, Bieber. E me pressionar pra dizer não irá adiantar nada. Não é questão de confiança, eu tenho é medo de ser rejeitado por todos da equipe. — Ele se explica, dessa vez, mais pacífico.

— Sendo assim, vai com Deus. — Dou ombros. Vejo Jade se aproximar da sala com Vitória nos braços, como quem não queria nada mas que estava ali obviamente pelo Chaz. Apresso meus passos para subir a escada, sem ao menos olhar pra trás.

Bati a porta com força, queria ter certeza de que todos haviam escutado, era um sinal para que todos me deixassem em paz. O dia de hoje foi atribulação acirrada. Kimberly, Chaz, Jade de segredinho com ele. O que mais poderia acontecer pra piorar o meu dia?

Meu telefone toca.

Eu bufo assim que vejo que se tratava de um número desconhecido, o que era bastante perigoso para um fugitivo. Porém, se tratando de hoje, não acharia ruim em ter algum tipo de adrenalina no sangue.

— Filho? — Ouço a voz de Pattie, fazendo com que minha boca secasse no mesmo instante.

É Deus, eu já entendi, sempre tem como ficar pior.

— O que você quer? — Pergunto, rude. Por algum momento estava torcendo para a ligação cair por se tratar de uma ligação vindo de outro país e o sinal ser mais curto.

— Eu só queria ouvir sua voz.

— Pattie — Dou risada — Meu rosto estava em todos os jornais das emissoras, você não viu? Não matou as saudades? — Ouço ela bufar do outro lado da linha — Graças a você a polícia voltou a se lembrar da minha existência. E agora eu te pergunto, valeu a pena me colocar na boca do sapo para ser reconhecida na emissora que te enxotou?

— Oh meu filho, deixa de ser ruim, eu já lhe pedi perdão. O que mais você quer que eu faça? Eu estou na pior e...

— Se eu lhe der dinheiro você some da minha vida? O problema é dinheiro, não é? Ficar sem suas bolsas caras e sem o seu spa diário.