Hard way (finalizada)

Distrust

New York — Bronx, 07:30am

P.O.V JADE

Hoje a cidade de New York estava triste, havia poucas pessoas nas ruas e o tempo estava nublado, o que fazia não parte de seu costume. A xícara quente de café queimava meus dedos e aquilo não me incomodava, pelo frio que se fazia presente.

Falando em escritório, ele era perfeito, Caitlin conseguiu deixá-lo a minha cara. Eu estava animada por ser meu primeiro dia na empresa e já ter conseguido entregar o fechamento das doações para Caitlin depositar e conseguir investir, e graças à minha eficiência ela pôde cumprir tudo o mais rápido possível.

Eu estava concentrada nos meus afazeres mas Kim não saía da minha cabeça. O aviso, sua feição decidida, tudo aquilo me incomodava, tirando o fato de que a há grandes possibilidades de ter sido ela que me enviou uma língua, no dia do meu aniversário. Não há mais pessoas em minha mente que queira me ver tão acabada quanto ela. E ela deixou claro que iria tentar recuperar sua vida de antes, e isso incluía Justin, e isso de fato estava me incomodando.

Mas, eu não poderia ser tão patética ao ponto de estar com ciúmes ou me sentindo insegura, já que minha relação com o Justin é apenas formal. Tirando o fato de que transamos. Mas, existem amigos que transam, certo?

Decidi que meus pensamentos não iriam me sabotar, não hoje. Eu estava muito feliz por me sentir útil, por ajudar Caitlin, por estar finalmente me sentindo livre, é a melhor sensação do mundo.

Marquei uma entrevista para Caitlin no jornal da tarde, isso iria ajudá-la para divulgar o projeto e encontrar mais investidores. Prendi o meu cabelo em um lindo coque e continuei marcando algumas viagens, ligando para algumas empresas que se dispôs a patrocinar a ong.

Decidi juntar as papeladas para Caitlin assinar, e para confirmar sua presença na entrevista, além de sua viagem para o Canadá, para se encontrar com o mais poderoso investidor de Stratford. Levantei-me arrumando minha saia, e tirei o meu coque que estava bagunçado. Dei três batidas na porta de Caitlin e ouvi "pode entrar" permitindo-me. 

Entrei na sala, vendo um sorriso no rosto de Caitlin como cumprimento, e havia uma pessoa sentada à sua frente, mas resolvi ignora-la.

— Atrapalho? — Arqueei as sobrancelhas, ainda me direcionando à sua mesa.

— Nunca — Sorriu amigável, fazendo-me sorrir de volta — Só estou resolvendo alguns problemas que me dão dor de cabeça. Já conheceu a mãe de Kim? — E então indicou para a mulher em sua frente, fazendo-me virar lentamente de frente, permitindo-me ter uma visão completa de quem estava ali.

Margot?

— Prazer — Ela encarava-me debochada, sem conseguir esconder isso. Enquanto eu só pensava em mil jeitos diferentes para insulta-la ou em jogá-la por essa enorme janela. Eu não acreditava no que eu via, mas não desacreditava, levando em consideração que na minha vida acontecem muitas coisas inexplicáveis e inacreditáveis.

— Prazer — Peguei em sua mão, ainda mais debochada, mas um tanto surpresa por dentro — Então você é a mãe da tal Kim? — Sorri de lado, agarrando-me firme nas minhas pastas com documentos.

— Conhece minha filha? É um amor de menina, a filha que qualquer mãe poderia ter, acredite — Sua intenção de me magoar falhou, mas eu não pude esconder minha aflição.

— Estamos falando de pessoas diferentes? Não estou entendendo, a Kim que eu conheço é soberba, ambiciosa, falsa, egoísta, aproveitadora, piranha, e por aí vai — Caitlin desabafou, fazendo-me soltar uma leve risada, mas logo depositei toda a minha atenção na papelada que eu estava abraçada, deixando-as em cima da mesa para Caitlin assinar.