Prólogo.

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Marília Mendonça's Point Of View.

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Sempre fui rodeada de afeto, incentivada a cultivar meus talentos, acredito que esse tenha sido um dos principais fatores contribuintes para toda a minha autoconfiança.

Meus pais cuidaram - e cuidam - muito bem de mim, eles souberam criar a filha que tiveram. Era de se esperar para uma garota que tem a mãe como uma figura inspiradora e uma de suas melhores amigas. Meu pai me aconselha tão bem quanto ela, os dois são um tanto ocupados, entretanto, a comunicação em nossa relação nunca foi algo a desejar, o que deixou muitas coisas claras. O fato de terem me criado bem fez com que eu também entendesse que o trabalho deles tinha total importância em nossas vidas, e que, eu saberia me cuidar sozinha quando não estivessem.

Eles demonstram estar orgulhosos de mim, afinal, estou no último ano do colegial. Isso sem dúvidas é uma vitória, e além do mais, em alguns anos eu comandarei minha própria vida. Céus! Como eu amo ver seus olhinhos brilharem por terem orgulho de mim!

Minhas raízes são fortes, me sinto segura como se estivesse em um batalhão próprio, apenas por saber que tenho minha família comigo. Gosto de pensar que nada pode contra mim, qualquer problema eu resolverei com calma e inteligência.

Meu pai costuma dizer que eu trilho meu caminho desde que nasci, pois isto não é algo que irá começar apenas agora por eu estar terminando o colégio, a trajetória é minha desde o início e ninguém poderá mudar isso.

Tenho medo de decepcioná-los um dia, ou até mesmo às outras pessoas que estão ao meu redor. Talvez eu me cobre muito, mas, o preço a se pagar pela perfeição não é muito barato. O bom resultado de meus esforços compensam esse medo.

É incrivelmente bom sentir que sou amada, que depositam certa confiança em mim, afinal, isso quer dizer que sou um ser importante e que minhas ações têm algum tipo de efeito.

O amor sempre foi descrito para mim, através de meus pais, como algo bonito, que necessita de esforços de ambas as partes. Me disseram também que amor é uma construção, ele nasce aos poucos e para isso precisa de cuidados, como minha relação com eles.

Quando contei aos meus pais que sentia atração por garotas e não por garotos, eles tiveram medo.

Medo do que poderia acontecer comigo, tendo em vista de que a sociedade não é muito tolerante ao que não gosta. E quase sempre a sociedade não gosta de garotas que beijam garotas.

Foi uma noite chorosa. Minha mãe me agarrou ao seu peito enquanto enxugava meus olhos, mesmo não conseguindo conter as lágrimas que saíam dos seus. Meu pai dizia que haja o que houver, minha família estaria ali por mim.

Agradeci aos céus por tê-los comigo. Era um alívio estar ali, no meu ninho.

Eu acreditava no amor, mas não vivia à espera de um. Tinha consciência de que não poderia viver em função de algo que ainda nem existia.

Às vezes, mas só às vezes, a curiosidade em saber quem seria a mulher que eu amaria por toda a vida vinha à tona. Pensei que ela chegaria depois dos meus vinte anos, mas aquela garota de olhos castanhos surgiu um pouco adiantada em minha vida.

Meu último ano no colegial foi marcado por sua chegada e, por Deus, ela poderia ter aparecido muito, muito antes.

- Para a minha Noite, de sua eterna Lua.

The Cheerleader | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora