O Jogo.

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Marília Mendonça's Point Of View.

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Sabe quando você sente uma conexão muito forte com alguém? Quando em pouquíssimo tempo você e uma pessoa possuem uma química fora do comum? Quando você está em um momento bom e aquela pessoa não está ali, mas você queria muito que ela estivesse? Ou quando você fecha os olhos e o rosto dessa pessoa está fotografado na sua memória, você lembra de cada traço dela e do quão você ama cada um deles. E quando você tá triste ou passando por um momento ruim, você sabe que só o abraço dessa pessoa vai te reconfortar, te fazer se sentir segura. Você sabe exatamente o jeito dela de falar em cada ocasião, suas expressões sérias, descontraídas e fofas. Isso tudo em questão de um pequeno tempo. É assim que eu me sinto em relação à Maraisa.

Estou deitada em minha cama, 3:45 da manhã de uma sexta - feira, olhando para o teto refletindo sobre como essa semana foi diferente das outras, desde o momento que avistei ela sentada na beira da piscina. Sorrio ao lembrar de quando meus pensamentos diziam "Vá, Marília, tente conhecê-la", obedecer minha intuição nunca me deixou tão feliz.

Nesse momento meu corpo e minha mente estão carregados de saudades do abraço de Carla. Teríamos passado todo o tempo dos dias da semana praticamente juntas, se não fosse o fato de nós estudarmos em salas diferentes. Isso nos deixava extremamente tristes. Comecei a pensar em um modo de como ficaríamos todos juntos, eu, ela e nossos amigos. A turma estava toda formada comigo, Maraisa, Maiara, Luiza, Lauana, Henrique, Juliano e Luiz. A forma mais fácil seria se Maraisa e Maiara pedissem transferência para nossa sala, já que são menos pessoas. Só não sei se a diretora Miller aprovaria duas pessoas mudarem de sala de uma só vez, mas só saberíamos se tentássemos.

Me virei para o lado, agarrando meu travesseiro e consequentemente pegando no sono.

(...)

- Não sei se isso vai dar certo, Miller é séria demais, será que ela aprovaria? - Lauana disse incerta.

Estávamos todos no refeitório tomando café da manhã, discutindo sobre como faríamos para que as gêmeas fizessem parte da mesma sala que nós.

- Acho que sim, elas só precisam de uma boa desculpa. - Luiza diz confiante.

- Exatamente. Miller é séria, mas também é compreensiva. - Digo.

- Tem argumento melhor que o de eu precisar ficar perto de Marília? - Maraisa falou me olhando, deixando meu coração quentinho.

- "Do jeito que você me olha..." - Luiza cantarola e eu a repreendo com o olhar. Essa menina é audaciosa demais. Todos rimos.

- Precisamos decidir isso logo, ou melhor, hoje. - Digo tomando um gole de meu suco. - E quanto mais cedo, melhor. Porque à tarde vai ter jogo, eu e as meninas precisamos animar a torcida.

- Vai ficar ainda mais linda com o uniforme de cheerleader. - Maraisa disse baixinho próximo ao meu ouvido, sorrindo. Sorri para ela de volta, sentindo meu coração esquentar de novo.

- Então vamos agora falar com a diretora, minha sapatinha. - Maiara disse se levantando da cadeira, pegando a mão de Maraisa, que se levantou também.

- Mas vocês nem falaram o plano pra gente. Se é que tem um. - Luiz disse sem entender.

- A gente inventa alguma coisa no caminho. - Maiara diz piscando pro loiro dos olhos verdes.

As duas saem do refeitório conversando entre elas, com certeza planejando o que vão falar.

- MAS QUE ÓDIO! - Luiza diz impaciente, olhando pro celular.

The Cheerleader | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora