Jinho

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-Que loucura! -Jinho comenta, enquanto se ajeitava naquela cama desconfortável do hospital. Minhe olha para o garoto e senta ao seu lado, em uma cadeira que havia alí perto.

E ela, um pouco curiosa, se aproximou do Cho para perguntar algo que estava a deixando intrigada.

-Você sabe o motivo deles dois se vestirem daquela maneira? Bem, é estranho de mais, porém eu não quis parecer indiscreta e perguntar.

-E como você poderia supor que eu perguntei? -Jinho pergunta sorrindo.

-Você é curioso de mais, e eu sei que perguntaria para o Senhor Shinwon. -ela responde arqueando a sombrancelha, fazendo o Cho cair na gargalhada.

-Ok, talvez você esteja certa. É claro, eu realmente perguntei, era muito estranho, não acha? -ele responde de forma retórica, fazendo Minhe concordar. - Além do fato de que você se parece com Yenjn, esses dois assuntos me encabularam de mais. -Jinho murmura, deixando a Kim aérea naquele momento.

-De pessoas parecidas comigo, basta Minsu. Não preciso de uma desconhecida para me confuduir e fazer isso com você. - A garota responde no automático, fazendo Jinho negar enquanto ela voltava a olhá-lo.

-Mesmo que você pense assim e que aparentemente você não ligue para Yenjin, acho que você deveria entender o porquê deles usarem aqueles tipos de roupa. -ele comenta, e Minhe observa o garoto que se ajeitava na cama, para narrar tudo o que Shinwon havia o dito. Desde a vinda do outro século, a construção da máquina, o erro de ter parado no século deles e, o principal motivo de todo esse rebuliço: Shinwon fez tudo por Yenjin para que ela pudesse ter mais tempo de vida e que pudesse tentar se tratar melhor, já que no século deles, não havia nada que pudesse ajudar. -É uma história tão macabra, que eu pensei em não acreditar, mas aparentemente, é tudo verdade. E Shinwon realmente é sincero em seus sentimentos e em tudo que me disse. -Jinho retruca olhando para a porta do quarto.

-Eu espero que ela fique bem. - a Kim murmura, fazendo Jinho olhá-la.

-Você realmente está se importando com alguém que acabou de conhecer? -O Cho pergunta surpreso, porém com um pequeno sorriso brotando em seus lábios. - Que bonito de sua parte.

-Não fale como se eu fosse a pior pessoa do mundo. -ela responde cruzando os braços, o que faz Jinho levantar as mãos em rendição.

-Certo, não foi isso que eu quis dizer. - O mais velho diz, sem deixar seu sorriso morrer.

-Por que você está sorrindo assim? Está me assustando. -Ela brinca, fazendo o Cho a observar por uns segundos, o que deixa a garota de certa forma, desconfortável.

-Você parece diferente, Minhe. Bem, ainda é a Kim Minhe, a garota que olha para qualquer um com um olhar arrogante. -ele começa a falar, a fazendo cruzar os braços com o que ele havia dito. -Viu só? Você está me olhando dessa forma, agora mesmo. -ele acusa, fazendo a garota desviar o olhar, porém Jinho toca em seu braço, fazendo a Kim o olhar novamente, mas ela não queria deixar que parecesse que aquele simples ato, a deixou nervosa. -Porém mesmo ainda sendo essa Minhe, você também é a garota que eu vi pela primeira vez; sensível, vulnerável, que se importa com os outros, mesmo não querendo deixar transparecer, porquê você tem medo de vacilar e fazer as pessoas se aproveitarem disso.

Minhe ficou surpresa com o que ele havia dito, por parecer que o Cho a conhecia tão bem.

-O que te faz pensar isso sobre mim? -ela pergunta afastando seu braço lentamente das mãos de Jinho. O garoto tocou em um de seus machucados em seu rosto, e em um suspiro, volta a olhar a Kim.

-Eu comecei a ler você. A observar você. Mas eu nunca conseguir entender sua falta de consideração por mim. -O Cho responde, fazendo Minhe se sentir culpada naquele momento. Mas ela também não conseguia entender o porque da implicância. - Tanto é, que eu fiquei surpreso ao ver que era você que estava comigo aqui, eu realmente não esperava.

-Me desculpe. -É tudo o que ela conseguiu dizer, sentindo lágrimas se formarem. Ela nunca pensou sobre como Jinho se sentia diante do jeito que ela o tratava. -Bem, eu vou deixá-lo sozinho. -ela informa passando a mão sobre os olhos rapidamente e se levanta para sair.

Ao estar do lado de fora, Minhe se encosta na porta já fechada, do quarto que Jinho estava. Seus olhos se fecham lentamente, na tentativa de afastar a vontade de chorar por total culpa. E naquele momento, ela só consenguia pensar em como as pessoas estavam certas no que diziam sobre a Kim. Ela era egoísta, excêntrica, arrogante e sim, só pensava nela, de como ela se sentiria, e não no que os outros sentiam ou pensavam.

O Cho, ao citar adjetivos bons de Minhe, a deixou surpresa por não ser coisas tão ruins. Pois ela sabia que a maioria das pessoas só apontavam seus adjetivos obscuros, e ela começou a analisar cada um, concordando que parte dela, realmente só eram coisas ruins.

Jinho suspirou do lado de dentro do quarto, um suspiro de frustração e de puro estresse. Ele não estava conseguindo compreender aquele vazio estranho em seu coração, uma espécie de inquietação em relação a aquele desabafo. Ele teria feito certo ao dizer que não gostava de ser tratado daquela forma, certo?

Minhe começou a caminhar lentamente pelos corredores daquele hospital, ela se perguntava quantas pessoas mais teriam de morrer para que a cura finalmente fosse descoberta para aquelas doenças. Isso a fez lembrar de Yenjin. Mesmo no futuro, doenças antigas ainda existiam...como poderiam não ter cura?

A Kim se sentou numa cadeira no corredor e pensou no rapaz que veio com Yenjin, o Ko, ele a amava tanto a ponto de fazer tudo por ela. Finalmente, os pensamentos a levaram a Jinho naquela sala, todo machucado por tentar ajudá-la.

Quanto mais ela teria de ver acontecer para finalmente admitir que estava errada? Para começar a mudar e se tornar alguém melhor?

Enquanto Minhe estava remoendo culpas, Jinho pensava em todas as coisas loucas que aconteceram desde que conheceu Minhe.

-Pensando na sua amada?

Jinho se assustou ao ouvir Shinwon. Ele sequer percebeu que o Ko entrara em seu quarto.

-Como está Yenjin? -ele mudou de assunto.

-Está estável. -ele respondeu. -Eu preciso dizer que não vamos ficar por muito tempo. Pretendia levar ela para a linha temporal certa antes que o estado dela se agrave.

-Vocês vão embora? Quando?

-Daqui a 2 dias, quando eu configurar a máquina para ter certeza que estaremos indo para o século certo desta vez. -Shinwon respondeu.

-Isso parece bom. Desejo sorte a vocês.

Mas Jinho estava triste. Havia acabado de conhecer Yenjin e Shinwon e gostava deles, mas logo iriam embora, tão rápido como vieram.

-Sinto ir assim tão de repente, foi um prazer conhecer você e a senhorita Minhe. Graças a ela Yenjin ainda está viva, mas sei que não há cura aqui neste século.

-Eu entendo. Faça o que deve ser feito para salvar a mulher que ama.

Jinho sabia bem o que significava isso. Ele estava ali por causa de Minhe...mas era amor? Ele realmente amava Kim Minhe? Que outros motivos teria para ter feito o que fez?
Justiça?
Talvez não.

-Eu tenho algo para dizer a você também. -Jinho olhou para Shinwon que sorriu. -Não deixe de demonstrar o que sente, antes que seja tarde demais para amar. O amor é loucura, se não agirmos como loucos as vezes, perdemos a grande chance de amar.

Jinho sorriu e assentiu, absorvendo o que o Ko lhe disse. Era tudo o que ele precisava para parar de se perguntar o que fazer quando tudo que precisava era apenas demonstrar e esquecer por alguns momentos o orgulho.

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Preciso agradecer a Liss por te me ajudado a escrever parte desse capitulo. Sem ela, acho que não teria atualização hahaha rindo pra não chorar, sabe.
Espero que estejam gostando, kiss

The Black Hall - PENTAGONOnde histórias criam vida. Descubra agora