Changgu

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Capítulo escrito e revisado por Liss F.H©
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O dia seguinte estava se tornando uma tortura para Changgu.
Ele se sentia doente. Havia ido a faculdade a contra gosto e sequer estava prestando atenção nas aulas. Hongseok sabia bem o motivo daquilo, a noite anterior havia sido bastante complicada.

Agora, eles estavam sentados com os amigos de Hongseok, uma conversa divertida havia sido começada e mesmo assim Changgu não conseguia sorrir. Ele estava sério e distraído, levado por pensamentos confusos sobre Seunhye.

— Olá. — uma voz interrompeu a todos e atraiu a atenção de Changgu. — Eu queria falar com Yeo Changgu.

— Sou eu. — Changgu se levantou e encarou o rapaz a sua frente. Ele tinha a sensação de ter visto ele na noite anterior na festa, mas não sabia seu nome.

— Venha comigo, por favor.

Changgu levantou e Hongseok o encarou preocupado.

— Eu volto logo, Hong.

O Yeo seguiu o garoto que o levou para fora do prédio da faculdade.

— Quem é você? — Changgu finalmente perguntou.

— Desculpe meus péssimos modos. — o garoto se desculpou. — Eu me chamo Lee Taemin.

— Eu o vi na noite anterior... Você é conhecido da família Kim?

Taemin apenas sorriu.

— Mais do que imagina.

Os dois pararam em um parque, ainda não havia ido aquele lugar, mas era tranquilo e não havia ninguém ali, exceto por alguém que estava de costas sentado em uma cadeira de balanço.

— Vá até ela.

Changgu encarou o Lee e depois a figura da pessoa que agora lhe parecia familiar.
Ele andou até onde estava e ao se aproximar reconheceu quem era.

— Seunhye.

A garota se levantou e virou, seu rosto já não tinha mais o sorriso cativante de antes e seus olhos não tinham mais o brilho que Changgu adorava ver.

— Oi. — ela murmurou baixinho.

Changgu não gostava nada da visão. Ele não sabia o que sentia agora, se aquilo era raiva ou tristeza por vê-la tão frágil e triste como nunca havia visto.

— Eu sei que não quer me ver, eu entendo, mas precisava falar com você...

— E explicar as coisas, não é? — Changgu riu em descrença. — Você quer falar agora? Mesmo? Me diga Seunhye, o que vai mudar se você fizer isso?

Seunhye se encolheu e engoliu a vontade de chorar.

— Changgu, por favor... — ela suplicou com a voz arranhando em sua garganta. Ela poderia chorar a qualquer momento. — Eu sinto muito, de verdade.

Changgu se aproximou dela com seu coração apertado, ele estava pronto para gritar com ela e descontar toda sua raiva, mas ao ver que ela sequer erguia sua cabeça para encará-lo, ele segurou os ombros de Seunhye e a puxou para um abraço. Aquilo foi a gota d'água para a Kim que desabou em lágrimas.

— Eu estou sendo egoísta por magoar você, mas meu irmão precisa de mim... — ela começou a tentar explicar, mas fazia longos minutos de pausa por causa das lágrimas. — Eu ia te contar, eu juro, mas foi tudo tão rápido... Eles... Eu não esperava que a festa fosse sobre aquilo.

Changgu ouviu tudo atentamente, em momento algum disse algo, mas continuou acariciando o cabelo de Seunhye e mantendo a Kim em seus braços num abraço bem apertado que ela também não parecia ter a mínima intenção de soltar.

— Hye. — ele a chamou quando ela terminou. A garota ergueu seu olhar, finalmente, mas seus olhos estavam avermelhados e ela agora tinha a maquiagem borrada. Desde quando usava toda essa maquiagem? — Eu não posso mentir, eu estou mesmo muito magoado...na verdade é mais que isso. Estou de coração partido por sua causa.

— C-coração partido?

— Sim Seunhye. Você, Kim Seunhye, partiu meu coração em mil pedaços ontem e eu nunca pensei que você sentisse pena de mim, apenas o cara chato da sua faculdade.

Seunhye riu. Ela finalmente estava parando de chorar.

— Hye, eu sei que você faz isso pelo seu irmão, mas acha que ele iria querer que você estivesse fazendo isso forçada?

A Kim suspirou.

— Desista disso, Hye. — Changgu falou em tom sério. — Desista disso, eu sei que seu irmão vai entender. Não se case com ele, não faça isso...

Seunhye sentia seu coração doer. Ela achava que essa conversa resolveria as coisas, mas agora percebia que as coisas não saíram como imaginava.
A Kim segurou as mãos de Changgu e as afastou, se afastando também.

— Pensei que entenderia, mas estou vendo que não entende. — ela falou em tom baixo, sua voz embargada por mais lágrimas prestes a sair. — Eles sacrificaram tudo para me criar, eu faria o mesmo por eles. E vou fazer. Se você não entende isso, eu realmente lamento muito. Sinto muito Changgu, mas acho que nossa conversa termina aqui. Em breve irei me formar, então não nos veremos novamente nunca mais.

Uma despedida. Ela estava mesmo fazendo isso? Ela sentia alguma coisa por ele ou gostava de machucá-lo?

— Seunhye, você está me dizendo que não vai desistir dessa loucura?

Ela respirou fundo e assentiu. Changgu sentia a raiva crescer novamente em seu peito e antes de sair dali ele disse:

— Você, Kim Seunhye, é uma pessoa sem amor em seu coração. Espero que não se arrependa do que está fazendo, porque a partir de hoje eu não vou mais me importar com você. Que você seja feliz, porque isso é tudo que eu posso lhe desejar.

Changgu virou-se e viu Taemin e Hongseok observando de longe. Ambos se aproximaram e Changgu foi em direção a Hongseok.

— O que houve? — Hongseok perguntou preocupado. — Por que a Seunhye está chorando?

— Não se preocupe, ela tem quem cuide dela. Vamos.

Changgu sequer olhou para trás. Ele segurava a mão de Hongseok e puxava ele para o mais longe possível dali. Hongseok não ousou dizer nada, ele apenas seguiu o Yeo que se esforçava para não chorar, mas as lágrimas quentes escorriam suavemente por seu rosto.
Em algum momento ele não conseguiu olhar para o chão e tropeçou em alguma coisa, mas não foi para o chão porque Hongseok o segurou e o abraçou. Changgu se permitiu ser abraçado e chorar, mesmo que parecesse vergonhoso, ele confiava o suficiente em Hongseok.
Foram longos minutos ali naquela posição. O vento frio começou a secar as lágrimas no rosto do Yeo e quando ele se sentia melhor, se afastou um pouco para agradecer a Hongseok.

Mas o Yang o encarava com um olhar preocupado, seus rostos tão próximos que Changgu podia ver seu reflexo nos olhos do mais velho.

— Meu pobre Onnie, você está tão magoado... — ele acariciou o rosto do Yeo que permitiu-se sentir o toque suave da mão do Yang. — O que quer fazer agora? Quer ir a algum lugar? Eu trouxe meu carro, podemos ir a qualquer lugar que queira.

Changgu não sabia exatamente o que estava fazendo. Sua mente parecia uma bagunça e tudo parecia girar. Ele se aproximou mais do rosto de Hongseok e quando apenas uma fina camada de ar separavam seus lábios, ele murmurou.

— Me beije.

Hongseok parecia ter sido paralisado. Ele só podia estar sonhando, certo?

— Me beije. — Changgu repetiu.

Aquilo não era um sonho, mas se fosse, não queria acordar agora. Ele selou os lábios nos de Changgu em apenas um toque suave, sem pressa, apenas aproveitando a primeira sensação da maciez daqueles lábios que estivera em seus sonhos por muito tempo.
Changgu foi quem tomou iniciativa e segurou na jaqueta de Hongseok fazendo o garoto despertar de seu torpor e retribuir o beijo da forma que o Yeo queria.

Ao longe estava Taemin e Seunhye. Ela continuava olhando a cena sem conseguir ter uma reação. Ela agora estava provando do mesmo sabor que fez o Yeo provar na noite anterior, a dor de um coração partido.

— Me leve daqui, Taeminie. Por favor.

The Black Hall - PENTAGONOnde histórias criam vida. Descubra agora