30. vous.

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Busco forças para me levantar e abrir os olhos para enxergar a torre Eiffel bem à minha frente. Estico meus braços para encontrar minha noiva desacordada ao meu lado. Faz três dias que estamos em Paris, nossa lua de mel está sendo incrível e voltar para a realidade será péssimo principalmente depois de conhecer as raízes de Aimée, sua história e tudo o que ela viveu nos primeiros anos de vida. Descobri mais sobre sua mãe e como uma mulher tão guerreira a apoiou para crescer e se tornar a mulher forte que ela é hoje. Me emocionei ao ver antigas fotos, corremos pelos parques em que ela correu durante a infância, visitamos o sobrado em que ela morou e pude imaginar uma menina frágil correndo dos pais e brincando com o irmão no parque comunitário do seu antigo bairro.

Alcanço meu celular para conferir minhas notificações. Gio está sozinha no escritório e mesmo confiando cem porcento em seu potencial, ainda fico apreensiva de não saber como está tudo por lá.

Julie me mandou foto de Chloe e que bebê adorável e tranquilo ela é no auge dos seus três meses. Meus pais estão se reencontrando e desde o meu casamento não se desgrudam. Ainda acho que Julie e eu fomos um empecilho para a história dos dois não dar certo da primeira vez. Abro o site do jornal de San Borat para me atualizar das notícias.

A manchete diz em negrito:

O ex-empresário William Graham é solto pela primeira vez após 10 meses na prisão e irá cumprir pena domiciliar.

E na matéria abaixo mais algumas informações.

O antigo proprietário da Grandest Company, que agora tem o nome de VECE (Valon Enterprise Clean Energy) foi solto esta manhã e recebido pelos filhos: Henry e Mark Graham. Os dois parecem apoiar o pai e em entrevista para o jornal, o caçula afirma: o que aconteceu com meu pai foi uma injustiça. Não consigo entender como podem haver pessoas tão ruins nesse mundo a ponto de tirar um império construído com o esforço e humildade do meu pai para transformar a companhia em uma fantasia. É ridículo! Agora vamos para casa nos reorganizar e manter a família unida, mais uma vez a justiça foi feita.

Acabo soltando uma risadinha. Como o cinismo pode ser algo tão fácil para este homem?

- Do que você está rindo aí? - ouço minha esposa, se espreguiçando e virando para me encarar. Não vestia nada e apenas o lençol branco a cobria.

- William foi solto. - viro a tela do celular para mostrar à Aimée que empalidece.

- Não acredito que soltaram esse filho da puta!

- Há alguma possibilidade dele recuperar a VECE?

- Não mesmo, o que mais me deixa puta é a justiça não condenar esse desgraçado para sempre.

- Sempre investiu muito em advogados. Já sabia que não iria durar muito tempo.

- Se ele se aproximar da VECE, destruo sua cara. - Aimée diz, com sangue nos olhos.

- É mesmo? - acho fofo sua carranca enfurecida e beijo a sua testa. - Você é ainda mais linda brava assim. - seguro sua mão, entrelaçando nossos dedos. - Não se preocupe. A VECE é sua e está indo muito bem. Não deixa de prosseguir com seus objetivos por isso.

- Não mesmo. Tenho tudo o que preciso bem aqui: você, a frança e sua bunda. - brinca, pegando descaradamente na minha bunda.

- Primeiramente, bom dia e segundo: precisamos nos arrumar para o almoço.

- Nah, prefiro ficar aqui.

- Ah, é? Você prefere? - ela me puxa para cima de si. - Me convença e talvez deixo você ir à frente com essa ideia.

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