2. la saveur

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A forma como as pessoas se movimentavam e seus corpos respondiam exatamente os mesmos movimentos sincronizados, com pequenas divergências pela falta de atenção e o álcool que exalava assim que dois indivíduos se tocavam. Thomas estava dançando com Julie fazia um bom tempo, os dois não se desgrudavam. Só largavam um do outro quando precisavam comentar algo que a música alta não permitia.

Gio estava no outro canto, ela mantinha uma conversa sólida sobre a arquitetura do apartamento e como foi bem articulado e desenvolvido com duas jovens de sua idade.

Talvez a mais velha da festa seria eu.

Busquei a minha bolsa que estava jogada no canto do sofá onde estava sentada, procurando a cozinha para deixar meu copo vazio, após virar os últimos quatro dedos de vinho de uma vez só, ficando um pouco tonta.

- Ei, ei... cuidado. - um rapaz me ajuda a continuar de pé. - Está tudo bem?

- Sim, apenas preciso encontrar a cozinha para deixar o meu copo.

Ele me olha intrigado.

- Não posso deixar sobre os móveis, irá manchar. - respondo como se fosse óbvio.

- Está tudo bem, James. - a dona da casa se aproxima, dessa vez tinha uma garrafa de água em mãos. - É minha convidada.

- Na verdade...

- Shhh. - ela me ajuda a chegar em um cômodo com iluminação suficiente para enxergar meus pés e agradeço profundamente por isso. - Vem, senta aqui.

Puxa uma cadeira para que me sente.

- Está tudo bem? - tira alguns fios teimosos do meu rosto que mesmo no inverno, estava quente como o sol.

- Você está bebendo água?

Vocalizo o pensamento que até então estava apenas na minha mente.

- Ahn... Sim, é bom para hidratar. - sorri. - Toma, bebe um pouco. - pega minha mão esquerda, entregando a garrafa pela metade. - Bonita aliança.

- Hã?

- Sua aliança - aponta para minha mão, quando já virava o líquido transparente na boca. - é muito bonita.

Dirijo meu olhar para minha aliança também.

- Obrigada. - devolvo sua garrafa.

- Ele sabe que está aqui?

- Quem?

- O par da sua aliança.

- Digamos que... - soluço. - ele não saiba de muita coisa sobre mim e não é como se ele estivesse aqui.

- Lamentável. - ela vira mais um gole de sua água. - Precisa de ajuda para chegar em casa?

- Tenho ótimas amigas como pode ver.

- A morena está se dando bem com meu amigo.

- Só estou aqui por ele. - Aimée levanta as sobrancelhas em surpresa.

- Merda, não! Não é isso que está pensando. - suspiro. - Minha irmã está interessada nele e eu moro no apartamento do lado. - aponto para o lado, provavelmente o lado errado. - Então ela e minha estagiária me obrigaram a vir e agora estou aqui.

- Sua estagiária?

- Ah, a ruiva é minha estagiária. Ela trabalha comigo.

- Uau! - ela solta uma gargalhada. - Talvez você deva beber mais perto do seu marido, para que ele saiba de mais coisas sobre você.

- Isso foi ironia? Estou bêbada demais para identificar.

- Definitivamente.

- Você vai morar aqui sozinha?

02:09 Onde histórias criam vida. Descubra agora