Capítulo 23

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Ministério da sacanagem adverte: esse capítulo tem HOT carregado de saudade.

Enjoy!

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Quando acordo novamente já está de dia e começo o primeiro dia do ano completamente perdida.

Acho que pela primeira vez na vida eu não sei o que fazer.

Não sei para onde ir e nem ao menos o que pensar.

Preciso encontrar Reese e ligar para a minha mãe.

Talvez Reese tenha as respostas para as minhas dezenas de perguntas.

Suspiro com a frustração que me cerca e me viro na cama para ver se Lorenzo ainda está sentado na poltrona, mas o encontro deitado ao meu lado.

Ele ainda está como estava ontem a noite. Apenas com sua calça social preta e seu torso nu. Seus braços estão dobrados em cima do travesseiro e suas mãos atrás da cabeça.

Ele está tão bonito. Seu rosto está sereno enquanto dorme, sua face relaxada. Nunca vi uma expressão assim no seu rosto. Seus lábios bem delineados estão entreabertos e seu cabelo está tão bagunçado que seus fios formam pequenas ondas sobre a sua testa. Sua pele bronzeada e desenhada é tão convidativa e deliciosa.

Ergo uma das mãos para tirar seus fios desordenados que caem pelo rosto, mas a recolho quando lembro que ele pode ser o inimigo. O meu inimigo.

Olho a tatuagem em seu peito, a do ombro esquerdo, dos seus braços, dedos... tenho certeza de que cada uma deve ter um significado e lamento por não ter tempo para descobrir.

Duas cicatrizes em seu abdome me chamam atenção. Elas são redondas e bem delineadas, só pode ser uma cicatriz feita por uma bala. Ele já levou um tiro.

Preciso sair daqui.

Toco uma delas com as costas do meu dedo indicador e vejo sua pele arrepiar com o meu toque.

Me levanto com cuidado, fazendo movimentos suaves e o máximo de silêncio que consigo para não o acordar. Procuro meu celular na mesa de cabeceira da cama, mas não o encontro.

Vou até a minha mala praticamente pisando na ponta dos pés e pego a primeira roupa que vejo.

Paro em um lugar do quarto onde eu consiga ver seu rosto, caso ele acorde.

Tiro a camisola de seda, que eu nem sei como vesti, e passo um suéter pela cabeça, esticando os meus braços e o vestindo em seguida.

Quando ia vestir a minha calça jeans Lorenzo abre os olhos e se estica na cama. Os músculos do seu abdome se contraem me mostrando o perfeito delineamento entre eles e desvio o meu olhar.

— Aonde você vai? — pergunta confuso e se apoia nos cotovelos para me olhar.

Não sei o que dizer, só consigo tremer e sentir medo quando seus olhos encontram os meus. De repente me lembro que ontem eu desmaiei quando ele se levantou da poltrona e pegou a sua arma.

Meus olhos percorrem o cômodo e o primeiro lugar que procuro é a pequena mesa no quarto. Quando paro meu olhar nela vejo uma das pistolas em cima do pequeno tampo de madeira.

A pego com a mão trêmula e aponto na direção dele.

Não sei o que fazer com ela, minhas mãos tremem e estou, realmente, com muito medo de atirar nele. Se eu o fizer vai ser acidental, eu jamais atiraria em alguém, ainda mais nele.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora