Capítulo 49

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- Lorenzo narrando:

Caminho pelo corredor dos quartos ajeitando minha ereção na calça fina de moletom. Essa mulher me enlouquece, acabamos de transar e ela consegue me excitar só de sussurrar daquela forma. Sem contar que ainda consigo sentir a pressão dos seus dedos pequenos firmemente agarrados ao meu pau.

— Chefe... — Enrico me cumprimenta quando eu chego à sala.

— Tudo em ordem? — pergunto já sabendo a resposta. Enrico apenas assente com veemência. — Estarei na academia.

— Divirta-se, chefe. — ele diz divertido.

Caminho até o galpão e assim que entro conecto a minha playlist ao alto-falante. O som de believer preenche o ambiente e eu ligo a esteira.

Corro poucos quilômetros, no ritmo da música, até começar a suar muito e reparar que eu não peguei nenhuma toalha para me secar.

Desligo o aparelho e desço da esteira em direção aos armários, mas não tem nenhuma toalha neles.

Decido ir até o meu quarto, assim pego uma toalha de rosto no closet e ver por que a Emma ainda não veio me encontrar na academia.

Aceno para Enrico e Alessio quando passo novamente pela sala e depois de percorrer o longo corredor, entro no meu quarto.

— Emma? — a chamo porque assim que entro vejo a luz do banheiro apagada, o quarto está escuro. Talvez ela esteja no closet, mas ao chamá-la vejo sua cabeça se mexer ao lado da cama, em frente a janela. Ela me olha por cima do ombro esquerdo e eu me justifico. - Não tem toalha na academia, eu vim pegar uma no armário.

Quando ela se levanta e se vira para mim eu vejo o seu rosto. Ela está chorando. Seu semblante é triste e doloroso, alguma coisa aconteceu. Meu primeiro pensamento é que ela está passando mal, porque a poucos minutos estávamos transando e rindo depois disso.

— Você está bem? — pergunto alarmado e já dando a volta na cama para chegar do lado dela.

— Não toque em mim. — ergo minha mão para tocar nela, mas ela se afasta, sua voz é quase um rosnado. Um misto de raiva e tristeza. Eu a encaro confuso, sem entender sua reação ou o que está acontecendo. — Seu cofre estava aberto, Lorenzo. — ela joga umas folhas de papel para mim, fazendo-as se chocar contra o meu peito, tamanha é a força que ela me entrega os papéis. Eu as pego e Emma se afasta de mim.

Não preciso olhar para as folhas para saber do que se trata. É a autorização do governo para transferência da Emma para os EUA. Aquela que eu estava escondendo dela a dias, com medo dela me deixar.

Não preciso olhar nos olhos da Emma para ver o quanto ela me odeia nesse momento e o quanto eu estou fodidamente ferrado. Porque enquanto eu mantinha sua liberdade escondida em meu cofre, eu mentia dizendo que nada havia mudado em seu caso.

Agora eu entendo a dor e tristeza em seus olhos. Ela está decepcionada comigo, com toda razão.

Meu peito se contorce de angústia quando lembro das palavras da Reese dizendo que a Emma não me perdoaria e me aproximo mais dela, me agachando em sua frente.

— Emma, eu posso explicar. — digo tentando ficar calmo.

Não sei por quanto tempo irei me controlar e conseguir manter a calma. Emma é uma bomba relógio agora, armada e sensível a qualquer toque. Qualquer coisa errada que eu dizer ela vai explodir, por minha causa.

— Deve ter uma boa explicação mesmo ou você mentiu para mim esse tempo todo à toa? — me odeio pela forma como ela me olha. Seus olhos marejados e sua voz entrecortada denunciam seu choro iminente. Eu também me odeio por fazê-la chorar.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora