Capítulo 31

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Acordo com um rastro quente sendo formado pelo meu braço. O calor se estende do meu ombro até perto do meu pulso.

Meu corpo se arrepia com o contato e me encolho, abraçando mais o corpo grande e quente quase embaixo de mim.

Sorrio e arrasto meu nariz pelo seu pescoço, sentindo a textura macia da sua pele e absorvendo seu cheiro.

Ele não foi embora dessa vez. – penso.

É a primeira vez que, conscientemente, acordo ao seu lado. Sem contar que ele ficou comigo mesmo que não tenhamos feito sexo.

Sorrio mais uma vez ao constatar que talvez eu esteja errada e que além do sexo incrível que fazemos, Lorenzo e eu sejamos uma coisa a mais.

— Te acordei? — sua voz está mais rouca que o normal e acredito que seja por causa do sono, mas ainda sim faz meu corpo se contorcer e manda mensagens para lugares que eu desejo que sejam tocados.

— Uhummm. — murmuro preguiçosa. — Uma forma deliciosa de acordar. Obrigada.

Seus dedos continuam acarinhando meu braço esquerdo e ainda mantenho os meus olhos fechados, sentindo meu corpo responder ao seu toque.

— Mattia ligou. — ele diz. — Nós precisamos levantar. Você tem que ir à delegacia.

Faço uma careta de desgosto e me escondo no vão do seu pescoço. Lorenzo solta uma risada e inclina sua cabeça sobre a minha.

Deslizo minha mão sobre o seu peito. Mesmo por cima da sua camisa consigo sentir cada curva dos seus músculos. Aperto minha coxa que está sobre a dele, tentando acalmar o centro nervoso entre as minhas pernas.

Era impossível estar ao lado do dele e não pensar em sexo. Ele é como um fodido deus da luxúria, exalando paixão e desejo por onde passa.

Ele deve ter sentido minha agonia, porque sua mão esquerda deixou meu braço e foi para o meu quadril. Seus longos dedos apertaram a minha carne ao mesmo tempo que ele soltou um rosnado baixo.

Seu braço direito se ergueu para me tocar, mas Lorenzo não conseguiu. Seu gemido de dor fez com que eu abrisse meus olhos e o encarasse.

Sua feição de dor me assusta e me sento na cama imediatamente.

— O que houve? — pergunto preocupada e olho o seu ombro. Sua camiseta, mesmo sendo preta, está mais escura que o normal e quando toco na mancha, a ponta dos meus dedos fica vermelha. — Você está sangrando. — digo desesperada.

— Não é nada. — ele desdenha. — Deite-se aqui, ainda temos alguns minutos antes de nos levantarmos.

Fico olhando em seus olhos sem acreditar no que ele me pediu. Ele está com dor, sangrando e me pede para me deitar ao lado dele. Absurdo.

— Vou procurar alguma coisa para limpar isso. — me levanto da cama e começo a vestir minhas roupas.

Saio do quarto e procuro por alguém, como não encontro, começo a vasculhar as portas do corredor atrás do banheiro social. Lá deveria ter um álcool, soro e gaze. Alguma coisa tinha que ter.

Assim que encontro o banheiro, acho uma caixa de primeiros socorros no armário branco embaixo da pia.

Quando volto para o quarto onde dormimos, escuto o chuveiro aberto e como Lorenzo não está na cama, imagino que seja ele ao chuveiro.

Deixo a caixa de primeiros socorros em cima da mesa de cabeceira. Ao lado dos pertences do Lorenzo e da sua arma.

Tiro toda a minha roupa e caminho até o banheiro. Ele não percebe minha presença e quando o abraço por trás seu corpo se sobressalta quase que imperceptivelmente.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora