Capítulo 21

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Pego uma taça de champanhe assim que um garçom passa por nós e voltamos para a nossa mesa.

— Você precisa me contar! — Reese insiste. Sua curiosidade é irritante.

— Não tem nada para contar, Reese. Graças a você. — ela ri e eu não resisto, rio com ela. — Se tornou oficialmente a empata foda de 2020 e olha que nem deu meia noite ainda.

Reese gargalha sem parar e eu dou um longo gole na minha bebida enquanto seguro o riso.

— Emma? — quase me engasgo com o champanhe quando ouço a voz do Lorenzo se aproximando.

Reese para de rir e passa o dedo embaixo dos olhos, que estavam lacrimejando de tanto que ela ria.

— Você esqueceu isso no banheiro. — ele me entrega o sobretudo e eu seguro o riso.

— Obrigada. — é tudo que eu consigo dizer após erguer meu rosto e encará-lo com superioridade.

Como ele faz comigo.

— Feliz ano novo, senhoritas. — ele diz com a voz rouca e acena com a cabeça.

— Feliz ano novo! — Reese ergue sua taça na direção dele. — Espero que não seja um ano de frustrações, não é mesmo Emma?

Lorenzo olha de uma para outra enquanto Reese ri suavemente, mas seus lábios estão tremendo. Isso indica que ela está segurando o riso.

— Feliz ano novo, Lorenzo. — olho para ele com seriedade e ele devolve o olhar com a mesma intensidade.

Ele se inclina na minha direção e deposita um beijo nos meus cabelos.

— Fique segura, não esqueça. — ele sussurra no meu ouvido e sai da mesma forma que apareceu.

— Jesus! — Reese murmura e se abana. — Amiga, se você não quiser, eu quero.

Nós rimos sem parar das coisas que Reese fala sobre o Lorenzo e quando dá 23 horas ela me convence a ir para a rua quando terminamos a taça de champanhe que bebíamos.

Eu não negaria isso a ela. Viemos de NY para ver a tão falada, por ela, festa na praça principal da Catania e por nada perderíamos o espetáculo. Nem mesmo pelas paranoias de um homem que eu acabo de conhecer e acha que pode mandar em mim.

Visto meu sobretudo preto e pedimos para a recepcionista do hotel chamar um táxi.

Em poucos minutos chegamos ao centro da Catania e como as ruas estão fechadas para a festa, o taxista nos deixa um pouco longe e temos que caminhar até a praça.

O local está lotado. As pessoas gritam animadas pelas ruas, algumas bêbadas, outras só felizes mesmo. Empolgadas com a entrada de mais um ano. Já passa das onze da noite, em breve teremos mais 365 oportunidades de fazer tudo diferente. De viver mais um pouco, ainda mais intensamente.

Eu adoro as viradas de ano. Adoro também os aniversários. Significam novas oportunidades, um novo começo. Um recomeço.

Gosto sempre de agradecer durante os fogos a chance de ter vivido um ano com saúde e vitalidade.

— Vou pegar um champanhe para a virada. — Reese diz e eu assinto antes dela se afastar em direção a um bar montado no canto direito da praça.

Fico completamente absorta em meus pensamentos, olhando as pessoas brincarem e se abraçarem enquanto esperam o ano novo. Queria estar com a minha mãe e queria também abraçar meus funcionários e poder desejá-los um ano novo excelente.

Bella Emma. — ouço a voz melodiosa do Franco e me sobressalto.

Jesus! Do nada ele aparece.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora