Capítulo 33

600 73 39
                                    

- Lorenzo narrando:

Ainda estou tentando processar a informação – absurda – que a Emma jogou em cima de mim. Ela disse como se isso não fosse nada, como se não precisasse da porra do estado para protegê-la. Não que eles fossem tão eficientes assim, mas a partir do momento que ela assinou aqueles papéis o governo italiano tem a obrigação de manter sua integridade física.

Suas palavras me atingiram como um tapa forte, bem no meu rosto. Onde eu precisei ofegar e buscar por ar.

Com certeza consigo dar conta da sua segurança sozinho, mas não posso arriscar. Se isso ficar só em minhas mãos e acontecer alguma coisa a ela, eu enlouqueceria.

— Emma, você não... — Paola começou incrédula.

Todos na sala tivemos a mesma reação. Até Enrico, que apesar de não trabalhar com a minha equipe no batalhão já serviu ao estado e sabe como as coisas funcionam.

— Ela pode sim. — Vallerio disse com a voz seca. — Só precisa formalizar o pedido na delegacia e Vicenzo comunicará ao Ministério Público, mas pode demorar alguns dias...

— Não vai ter pedido nenhum. — rosno para ele com raiva. Idiota, dando a informação completa para a Emma.

— Isso não depende de você. — ela sussurra olhando nos meus olhos. — É uma escolha minha.

— Por que você tem que ser tão teimosa? — digo entre os dentes, tentando controlar a raiva que suas palavras provocam em mim.

Ela ergue o rosto, me encarando com ar de desafio e se aproxima de mim. Ela espalma sua mão no meu peito e se aproxima o máximo que pode do meu rosto.

— Eu preciso de você para fazer isso. — suas palavras agem em mim de uma forma que eu não queria. Seu hálito quente assopra o meu rosto e o calor do seu corpo pressionado contra o meu me acalma instantaneamente.

Tenho certeza de que a palma da sua mão consegue sentir as batidas enlouquecidas do meu coração. Um efeito que só ela causa, seja me provocando ou apenas se aproximando de mim.

— Podemos conversar a sós? — peço tentando ignorar a súplica nos seus olhos e desfazendo o que me mantém preso a eles.

Ela assente, se vira e vai andando até a escada.

— Vou te esperar no meu quarto. — ela diz por cima do ombro.

Fico hipnotizado pelo movimento das suas pernas enquanto ela sobe os degraus e do seu quadril enquanto ela se move lentamente, levando sua bunda perfeita de um lado para o outro.

— Você está louco? — Vallerio esbraveja e caminha até a mim. Ele está irritado, mas seu tom lembra um sussurro.

Desvio os meus olhos da bunda da Emma e o encaro.

— Talvez essa seja a palavra certa. — digo com um humor negro.

Talvez eu estivesse mesmo ficando louco. Emma tem esse efeito em mim.

— Vicenzo vai te prender. Em poucos minutos a polícia italiana vai te considerar um foragido. — ele rosna. — É isso que você quer?

— Não. — abaixo meus olhos sem conseguir encará-lo. Não é, de verdade, o que eu quero, mas qual outra alternativa eu tinha quando não consigo mais ficar sem ela? — Você não entenderia.... — digo com a voz fraca.

— Ele está apaixonado, Vallerio. — Paola conclui, sua voz está quase animada, mas não chega a tanto.

Levanto os meus olhos assustados e fito seu rosto.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora