Capítulo 30

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- Lorenzo narrando:

Emma adormece nos meus braços assim que se aninha em meu peito.

É uma sensação gostosa para caralho tê-la em meus braços e eu daria tudo o que tenho para isso nunca acabar.

Tenho pensado no dia em que ela irá embora da Sicília e isso está me enlouquecendo.

Madonna! Só a encontrei há alguns dias e ela se tornou algo vital para mim.

Sei que sua passagem de volta é daqui há 3 dias e sei também que, muito provavelmente, ela não poderá voltar para NY nem tão cedo.

Então porque a possibilidade da sua partida é tão dolorosa para mim, mesmo sabendo que não está tão próxima assim?

A aperto mais em meus braços, chegando seu corpo nu mais para o meu e beijo seus cabelos.

Por favor, Emma. Não vá, mesmo quando puder ir.

A súplica é mental, mas a grito com o coração.

Seu cheiro doce acalma as batidas do meu coração e adormeço com ela em meus braços.

...

Não sei por quanto tempo eu dormi, mas acordo com o meu celular tocando.

Tiro o braço e a perna da Emma de cima de mim com cuidado e pego o aparelho em cima da escrivaninha.

Pronto, Enrico.

— Chefe, desculpa te incomodar, mas tem alguma coisa errada. — antes dele terminar a frase já estou fora da cama, procurando as minhas roupas pelo chão.

— O que houve, Enrico? — pergunto alarmado enquanto visto minha calça.

— Tem uma Land Rover preta rondando a casa, já passou por mim três vezes. — ele diz como um sussurro. — Não sei não, chefe.

— Estou descendo, não saia do carro. — desligo a ligação e pego as minhas coisas em cima da escrivaninha. As coloco nos bolsos da calça e a arma presa ao cós. Visto minha camisa e calço os sapatos.

Olho para cama e Emma ainda dorme como um anjo. Um fino lençol branco está enroscado em seu corpo. Suas pernas estão expostas, assim como parte das suas costas. Seu cabelo loiro está espalhado pelo travesseiro e seu rosto sereno me indica que ela está relaxada e dormindo o sono dos justos.

Caminho até a cama e me inclino sobre ela. Dou um beijo suave na sua testa e outro em seu ombro nu.

— Por favor, não faça nenhuma besteira. — sussurro em seu ouvido e saio do quarto.

Destranco a porta e a encosto lentamente. Meus passos são calculados para não chamar a atenção de ninguém. Se Paola estava de prontidão a meia noite, provavelmente Marco deve estar agora perto das 6 da manhã.

O sol já ameaça nascer quando deixo o quarto da Emma.

— Lorenzo! — Marco quase grita surpreso quando saio do corredor e entro na sala.

Merda!

— Marco, eu posso explicar. — começo, mas ele me interrompe.

— Cara, Vicenzo vai matar você. — ele ri.

— Sei que não tenho esse direito, mas agradeceria se você não contasse a ele que me viu aqui. — ele assente, mas não confio nele. — Eu não vou voltar, só precisava saber se ela estava bem.

— Eu não vou dizer nada, fica tranquilo. — ele diz. — Dessa vez não, mas não posso ficar te acobertando sempre. Eu sinto muito.

Eu o entendo. Marco tem família, uma esposa e dois filhos. É um dos melhores da minha equipe, não quero que seja exonerado e perca sua carreira por causa de mim.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora