Capítulo 25

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Me sento no carro de novo e Lorenzo faz o mesmo, depois de dar a volta por fora do veículo e entrar pela porta do motorista. 

— Reese está segura, Emma. — ele diz com o carro ainda parado. Eu apenas assinto, não quero respondê-lo de forma grosseira. — Tenho certeza de que Mattia cuidará pessoalmente da segurança dela.

Ele dá a partida no carro e voltamos para a autoestrada.

Junto minhas pernas no banco do carro, após colocar o cinto de segurança, e abraço meus joelhos. Deito meu rosto neles e fico olhando pela janela.

Conheço o caminho que ele está fazendo. Já viajei por toda a Sicília desde que minha mãe se mudou para Gangi. Estamos indo para Taormina. A cidade mais turística da Sicília, uma das mais visitadas da Itália e uma das mais altas, pois está localizada em cima de morros e subidas.

— O que vamos fazer em Taormina? — pergunto quando mudo a face do meu rosto que está deitada sobre os meus joelhos e o olho para o Lorenzo.

— A delegacia fica em Taormina. — ele diz. — O quartel e a minha casa também.

Assinto e sua mão pousa em minha bochecha que está exposta. Seu polegar faz círculos na minha pele e eu inspiro fundo, absorvendo seu carinho e o seu cuidado comigo.

Lorenzo se mantem concentrado na estrada, então ele não vê quando uma lágrima silenciosa sai do meu olho e molha a minha calça.

— Vai dar tudo certo, Emma. — ele me olha rapidamente e volta sua atenção para a estrada. — Não vou te deixar sozinha.

Coloco minha mão sobre a sua e a aperto em meus dedos.

— Promete? — dessa vez ele desvia os olhos da estrada por tempo demais para olhar em meus olhos.

— Eu não vou te deixar sozinha, Emma. — ele reafirma. Sua expressão é séria e me transmite sinceridade. Decido confiar nele e acreditar que até o final do dia vou estar em casa com a minha mãe.

Depois de dirigir por quase uma hora Lorenzo para o carro em frente a um pequeno prédio antigo e amarelo claro. A construção parece um minicastelo e acredito que deva ter sido construída no século passado.

Lorenzo coloca os óculos escuros no rosto e desce do carro, dá a volta e abre a porta para que eu saia.

O agradeço quando ponho os meus pés no chão e deixo a sua mão que segura o meu braço me guiar para dentro do prédio.

Me sinto uma criminosa entrando em uma delegacia com um policial me segurando, mesmo que esse policial seja o Lorenzo.

— Martina, avise ao Vicenzo que já cheguei. — ele diz para uma mulher na recepção da delegacia. — Esquece, vou ligar para ele da minha sala.

A cumprimento com um breve aceno quando passamos por ela e caminho atrás de Lorenzo até uma porta de madeira escura com um quadrado de vidro fosco no meio dela. No centro tem uma pequena placa dourada, nela está escrito Lorenzo Conti.

— Entre, Emma. — ele gesticula quando abre a porta e eu entro. — Sente-se, vou ver com Vicenzo a melhor hora para você depor.

Ele sai da sala e me deixa sozinha. Gostaria de ter um celular para ligar para a minha mãe. Droga! Se eu tivesse ao menos gravado o seu número.

Essas merdas de smartphones fazem isso com a gente. Nos acostumamos a pôr tudo no celular e esquecemos que se um dia estivermos sem ele não teremos nada.

Suspiro derrotada e ouço a porta abrir. Giro meu corpo e vejo Mattia e Lorenzo parados no batente de madeira.

— Onde está a Resse? — pergunto aflita a Mattia.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora