Capítulo 35

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Acordo assustada. Uma fina camada de suor cobre a minha pele e minha respiração está mais rápida que o normal.

Sei que tive um pesadelo, mas não me recordo dele. Suspiro aliviada porque se a sensação do pesadelo já é ruim, imagina lembrar dele.

Rolo na cama e percebo que estou sozinha. Mais uma vez.

Abraço seu travesseiro e inspiro profundamente, absorvendo seu cheiro. Perfume masculino e xampu. Somado ao cheiro único da sua pele, se transforma em uma fragrância inebriante.

Que dia é hoje?

Calculo os dias rapidamente e pelas minhas contas deve ser dia 11 de janeiro, talvez 12. Levo em consideração o dia que tudo aconteceu, os dias que fiquei em Castelmora e os 7 dias que fiquei isolada na encosta da praia.

Já estou na Itália a mais de 20 dias... Eu deveria ter ido embora dia 4. Deveria estar em Nova York aprovando as pautas da edição de janeiro da Indie. Sentada na minha mesa tomando meu café expresso com a Reese ou simplesmente resistindo as investidas do Christian. Antes disso deveria ter me bronzeado por dois dias em Castellammare del Golfo, meu lugar preferido na Sicília, para só então deixar a Itália.

Já deveria ter devolvido a Mercedes também. Merda.

Será que Reese fez isso por mim? Talvez ela nem esteja mais na Sicília. Não sei se é melhor ela estar a frente da revista em NY ou em Gangi dando apoio a minha mãe.

Quero tanto vê-las de novo que a saudade chega a doer no meu peito.

Me levanto da cama e vou até a janela. Abro as cortinas pretas e a claridade quase me ofusca. O dia está lindo. Não tem nenhuma nuvem no céu, deixando o dia mais quente e convidativo.

Tem uma piscina bem à frente da janela. Tenho certeza de que Lorenzo não se importará se eu a usar.

Ele não está aqui mesmo.

Escovo os dentes e lavo o rosto quando vou ao banheiro. Coloco um short leve de tecido e uma camiseta de alças estampada. Pego os meus óculos escuros e caminho até a porta. Gostaria de colocar um biquíni, mas não tenho nenhum aqui.

Saio do quarto e me forço a lembrar por qual corredor devo seguir. A casa é enorme e me vejo perguntando por que Lorenzo precisa de uma casa desse tamanho para viver sozinho.

— Bom dia, Srta. Davis. — ouço uma voz masculina e sobressalto. É o homem que eu vi com o Lorenzo ontem, apontando a arma para Paola. — Enrico. — ele diz quando vê em meu rosto a minha confusão.

— Bom dia, Enrico. — digo constrangida e ligeiramente assustada. — Sabe onde está o Lorenzo?

— Ele foi à delegacia. Tinha algumas coisas para acertar. — sinto meu corpo estremecer com a informação e engulo seco. — Disse que virá para o almoço e pediu que servisse seu café da manhã na piscina. — assinto e olho em volta tentando achar a porta que dá acesso a parte externa da casa. — Você estará perfeitamente segura aqui.

— Tenho certeza que sim. — digo em um tom ácido e assinto. Me viro e caminho atrás da porta que me levará a piscina.

Claro que o Lorenzo cuidará de tudo. Ele me deixará bem confortável para voltar a noite e foder comigo.

Afinal, não era para isso que eu estava aqui?

Ontem quando eu saí da academia, ele não veio atrás de mim. Acho que dormi sozinha, porque até o momento que fechei os meus olhos ele não se deitou comigo. Eu fugi da academia porque não queria chorar na frente dele. O vazio que senti quando olhei em seus olhos depois do sexo incrível que fizemos me magoou de uma tal forma que não consegui permanecer ao seu lado.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora