Capítulo 39

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Acordo com o sopro quente da respiração do Lorenzo no meu pescoço. Ela faz alguns fios do meu cabelo voarem suavemente, causando cócegas onde eles encostam, principalmente no meu rosto.

— Espero que tenha um bom motivo para me acordar, Lorenzo. — resmungo ainda de olhos fechados e mexo o meu pescoço preguiçosamente, esfregando minha pele em seu queixo, sentindo sua barba me espetar.

Eu sempre odiei ser acordada, não importa o motivo. Não sou daquelas pessoas que têm mal humor matinal, mas não mexa com o meu sono. Gosto de despertar naturalmente ou no mínimo com o despertador do meu celular tocando, mas ser acordada desse jeito pelo Lorenzo não me irritou, pelo contrário, acendeu meu corpo, me despertando instantaneamente.

— Tenho uma surpresa para você, querida. — sua voz rouca sussurra em meu ouvido e seus dedos percorrem o meu antebraço, traçando na minha pele os pelos que se arrepiaram. — Quero te levar a um lugar da casa que é especial para mim.

— Uhmmm... — murmuro imaginando coisas que podemos fazer nesse lugar tão especial. - Precisamos usar roupas para isso?

Ele ri e esconde o seu rosto no vão do meu pescoço. O som rouco da sua risada vibra pela minha pele me causando sensações que já se tornaram familiar para mim.

— É, pelo visto você não se cansa. — comenta divertido.

Me mexo na cama e viro de frente pra ele.

— Eu deveria? — arqueio minha sobrancelha em desafio quando o encaro.

— De forma nenhuma. — seus lábios descem até os meus e quando eles me tocam sinto seu hálito de menta.

Me afasto e o encaro confusa. Seu cabelo está molhado e meticulosamente penteado para trás.

— Você já tomou banho? — o questiono, ele assente e sorri docemente. — Por que não me chamou, Lorenzo? — o reprovo.

Dou um pulo da cama e caminho até o banheiro enquanto me livro do moletom que eu uso.

Ainda estou amassada da cama e sem escovar os dentes. O homem já parece um semideus nas primeiras horas da manhã. Que injustiça.

— Você estava dormindo tão bem, Emma. — ele grita do quarto quando entro no banheiro. — Não quis te acordar, sei o quanto gosta de dormir.

Escuto sua risada antes de ligar o chuveiro.

Stronzo! — esbravejo e entro no chuveiro.

Deixei a porta do banheiro aberta, por isso não me surpreendo quando ouço sua voz bem próxima a mim.

— Acho que devo puni-la a cada vez que me ofender, Emma. — seu timbre é carregado de prepotência e instantaneamente meu corpo se arrepia. Aquela, bem-vinda, sensação de antecipação toma o meu corpo, contorcendo meu ventre e arrepiando minha pele, mesmo embaixo da água quente. Todas as vezes que Lorenzo fala assim comigo terminamos sem roupa, transando em algum lugar.

Abro meus olhos quando termino de tirar o xampu do cabelo e o encaro.

— Podia começar agora, o que acha? — deslizo minhas mãos pelo meu corpo, ainda escorregadio da espuma. Esfrego a palma da mão nos seios, na minha barriga, na coxa... por toda a minha pele nua e completamente exposta a ele.

— Emma... — Lorenzo me repreende. Seus olhos me dizem o contrário, eles me mostram todo o seu desejo. Sei que sua vontade é arrancar aquela calça preta de moletom e a blusa cinza que ele veste, entrar no box comigo e me tomar enquanto me imprensa contra a parede, mas algo o está impedindo.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora