Sinto os olhos desconfiados sobre mim e isso me incomoda. Eu tenho certeza do que eu vi, droga! Não estou ficando louca!
— Vocês precisam acreditar em mim. — me levanto com ímpeto e encaro Vicenzo, que ainda está de pé.
— Nós acreditamos, Srta. Davis. — ele assente como se reafirmasse o que havia dito e olha para o Lorenzo. — Leve a Srta. Davis até a sua sala, certifique-se que ela esteja confortável. — ele dá a volta na mesa e para ao meu lado. — Obrigada pelo seu depoimento, foi muito importante para esse caso.
— Posso ir agora? — pergunto olhando em seus olhos.
— Creio que não poderá ir tão cedo, Srta. Davis. — arregalo os meus olhos sem entender sobre o que ele fala e sua mão dá tapinhas suaves em meu ombro. — Em poucos minutos decidiremos o que fazer.
Fico parada no meio da sala sem saber o que fazer. O que ele quis dizer com "tão cedo"? Algumas horas, mais uns dois dias? Um a um eu vejo os homens deixarem a sala, até sobrar somente eu, Lorenzo e Mattia.
— Preciso ligar para minha mãe. — aviso e Mattia me encara com os olhos tristes.
— Reese já disse a ela o necessário. — ele diz simplesmente.
— Como assim o necessário? — digo exasperada. — Ela deve estar preocupada comigo, sabe que minha diária no hotel já acabou. — olho para o Lorenzo e ele me encara. — Eu deveria estar chegando em casa a essa hora. — nenhum dos dois me responde. Ninguém fala absolutamente nada. — Foda-se! Eu vou embora!
Quando passo pelo Lorenzo, ainda que a uma distância significativa dele, seus braços me seguram e em segundos estou sentada em um sofá de couro marrom que tinha no canto da sala.
Ele apoia seu joelho no sofá, entre as minhas pernas, e se inclina sobre mim, me imobilizando completamente.
— Você não está em uma posição boa para escolher, Emma. — sua voz denota toda a sua raiva e eu ergo o meu queixo, mostrando que ele não me assusta mais. — Olha onde a sua desobediência a levou.
— Me solta, Lorenzo. — rosno para ele.
— Se você sair por aquela porta em poucos minutos estará morta. — não foi uma ameaça, ele só quis me lembrar que algo ou alguém está atrás de mim. — Ou talvez alguém que você ama.
Suas palavras funcionam como um calmante ou como um soco no meu estômago, ambos imobilizariam alguém.
Lembro da minha mãe e de tudo que ela conquistou para ter uma vida confortável na Sicília. Quando fecho os meus olhos tenho flashes dela na praia, seus cabelos castanhos esvoaçando com o vento. Seus pés descalços na areia e o sorriso bobo de criança em seus lábios, por simplesmente adorar o sol.
Reese, minha melhor amiga, tão jovem e uma mente brilhante. Tanta coisa pela frente... uma vida inteira para viver.
Meu semblante suaviza e meu corpo relaxa porque não tenho para onde correr. Não posso mais lutar contra isso, não se trata só de mim. As pessoas que eu amo estão envolvidas e eu prefiro morrer a vê-las machucadas.
Não tenho escolha, então decido ceder.
— Me solta, por favor. — peço mais calma, sem olhar em seus olhos. — Eu não vou fugir.
Lorenzo ajeita sua postura e tira seu corpo, que pairava sobre o meu, do sofá.
— É a atitude mais sensata a se tomar, Emma. — Mattia aponta. — Não será fácil para ninguém, mas se você colaborar conseguiremos proteger todas vocês. — eu assinto com tristeza.
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Nos teus olhos - Livro 1.
RomansaEmma é uma mulher independente e segura de si. Aos 29 anos já tinha conquistado todos os seus sonhos. Tudo que almejava. Bem sucedida na carreira, nos negócios, estável financeiramente e solteira por convicção. A vida dela era perfeita. No final do...