Jennie se levantou meio cansada naquela manhã, não queria sair daquela cama, mas tinha coisas a resolver, como buscar o seu irmão mais novo no hospital, já que os seus pais estariam no trabalho naquela manhã. A menina sempre foi mimada por Kevin e Scarlett, seus pais deram tudo do bom e do melhor para Jennie e Ryder, porém não gostava da relação deles com o seu irmão de onze anos, Ryder era um menino tão insuportável por conta das regalias que seus pais davam, que ficar ao lado dele era muito difícil, ele se achava o rei do mundo por ter pais ricos, com varias empresas pelo o mundo e ser natural dos Estados Unidos não ajudava em sua nobreza. Causava problemas na escola por ser de um país diferente, se achava superior, e importante por ter um sobrenome respeitado por todos, Jennie mesmo sendo da mesma família, recebendo os mesmos benefícios que o seu irmão mais novo, não se comportava como uma patricinha. Ainda assim, sentiu o impacto quando Ryder nasceu, perdendo toda a atenção dos seus pais, que foram diretamente para o menino dos olhos claros.
Queria que a relação de irmandade melhorasse um pouco, mas não conseguiria se aquele menino continuasse daquele jeito.
"Pessoas não mudam, você não pode mudar as pessoas. Nascemos com mil personalidades, e cabe apenas a nós adotar uma delas. A sua tentativa de adotar uma outra será falha, mas a reconstrução de uma nova será sucedida a um ar mais leve, e talvez para alguém melhor"
Publicado por: _Cygnus97_
Jennie depois de ler aquela publicação, pensou a respeito de Ryder, e de como queria que o seu irmão fosse diferente, melhor como uma criança mais humilde talvez, algo assim.
Quando saiu, olhou para porta ao lado, seus vizinhos eram estranhos, silenciosos na maioria do tempo, nem um ranger de cadeira, ou uma única luz sequer acessa, ouvia barulhos de chaves raramente, e sabia que uma menina morava ali, pois uma vez a viu sair as pressas com rastros de sangue por onde passava. Ela lembrava daquele dia, pois foi a unica vez que a viu.
Seus pensamentos estavam distantes naquela manhã meio fria, queria lembrar de algumas coisas que pretendia fazer depois de deixar seu irmão na mansão dos seus pais, uma delas, era comprar o presente de aniversário da sua melhor amiga. Sabia exatamente o que Jisoo desejava, além de Chaeyoung, mas aquilo era impossível. A menina na qual Jisoo era completamente apaixonada dês da época de escola, teve o seu coração roubado por Suzy, a professora de dança. Jisoo sempre se perguntou o que aquela mulher tinha e ela não. Jennie por mais que achasse graça em tudo aquilo, tentava entender a sua amiga, e consolá-la da melhor forma, mas para os apaixonados não havia consolo, a não ser o próprio amor.
- Ande logo, estou com fome.
- Bom dia pra você também, Ryder.
- Eu falei, ande logo, eu estou com fome.
Jennie olhou pelo o retrovisor, seu irmão com a cara no celular, não conseguia vê-lo diretamente, pois a toca do seu moletom e os seus cabelos longos e escuros escondia o seu rosto, queria não fazer as suas vontades, mas não sabia agir diante de um moleque mimado de onze anos. Em silencio ela dirigiu até a mansão que deixara de ser sua casa a um bom tempo, mesmo amando seus pais, nunca se sentiu em casa, não naquela casa.
- Tchau-
Queria se despedir do seu irmão, que mais rápido que ela pegou sua mochila e bateu a porta do carro com toda a sua força.
- DÁ PRÓXIMA VEZ EU VOU BATER A SUA CARA AQUI, SEU IMBECIL! - conseguiu gritar antes que seu irmão atravessasse o enorme portão, que irritado com a situação e com a sua própria irmã, ergueu o dedo do meio e direcionou a ela. - Garoto idiota.
Ainda queria saber como possível serem irmãos.
Olhando pela janela do seu quarto, Lalisa queria entender quando tudo deu errado na vida dela, queria poder viver no ar livre e frio da Russia, mas não conseguia falar, não queria falar, tinha muito o que falar no caso, mas ninguém a escutaria.
A polícia talvez?
Já havia se passado anos dês de tudo, não acreditariam nela, poderia até ser presa por ter testemunhado um crime, e não falado antes, seus conhecimento sobre aquilo eram vagos, mas não se importou em gastar seu tempo na internet pesquisando sobre aquilo. Não tinha nada a perder.
Olhou e prestou atenção nos sons que o seu apartamento oferecia, queria verificar que seu pai não estava, assim poderia ser ela, apenas ela e os seus pensamentos sem sentidos algum. Caminhou até a sua cozinha, olhando cada armário e pensando o que lhe interessava, nada aparentemente, mas tentou arriscar, seus dotes na cozinha não eram tão ruins, ela mesmo achava isso, e lembrava de certa vez que ainda era feliz sua mãe e seu pai dizerem a mesma coisa.
Sentia falta de alguém as vezes, tinha os seus seguidores, comentários positivos e inspiradores, mas queria alguém físico. Um amigo era o que Lalisa mais desejava mas se culpava, como teria um amigo sendo que nem de casa ela saia? Pra ela nada mais fazia sentido. Então enquanto esperava a água ferver, sorria escondido vendo os comentários da sua publicação, sempre destacando aqueles que achava importante e inspirador, não se surpreendeu ao ver que mais uma vez, aquele certo seguidor que sempre a fazia sorrir com seus comentários.
96nini: Já pensou em mudar o mundo? Você me parece capaz de muitas coisas.
Sempre gostava de ler tais comentários, a deixava mais animada para praticamente tudo e não foi diferente daquela vez. Se sentou em sua cama com uma tigela de borscht e se afundou em um artigo sobre crimes sem soluções ou crimes nos quais o real autor nunca havia sido pego, percebeu que gostava daquele assunto, mas tinha medo de estudá-lo por conta do seu passado, que de qualquer forma queria esquecer, não da sua mãe literalmente, mas de quem a matou. Ainda tinha a esperança que seu pai voltaria e explicaria que tudo foi um grande mal entendido, o mal entendido que ela viu.
"Queria dizer que o que os olhos não vê o coração não sente, mas é mentira, a sua vida agora pode ser uma mentira, uma mentira que você tenta a cada dia aceitar que é uma verdade, tenta fazê-la verdadeira, tenta se convencer, mas sabe que irá fracassar. O coração sente o seu fracasso, fazendo automaticamente uma batalha com todo o seu corpo, te deixando cansado, cansado de viver, te fazendo notar que tudo nunca passou, de uma grande mentira."
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Letras (Jenlisa)
FanfictionUma vida nornal, sem regras, sem arrependimentos. Era assim que Jennie Kim vivia. Do outro lado da parede, uma menina insegura, com traumas, com medo, e sem comunicação com o mundo. Isso muda quando Lalisa descobre um lápis e papéis de cartas.