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- Você me pareceu incomodada no jantar, Jen. O que aconteceu?

- Nada, Mary, só não estou me sentindo muito disposta, apenas isso.

- Está com alguma dor?

- Não. - Jennie murmurou passando os braços envolta do pescoço da sua namorada, sentindo o seu cheiro confortante, suspirou se aninhando cada vez mais nos braços da namorada, que a carregou até seu quarto, mesmo com todas as brigas elas se amavam, e não trocariam uma a outra por nada nem ninguém. Mas as vezes Jennie se perguntava se aquilo realmente duraria para sempre, pois sabia que o para sempre não existia e tinha medo de sua namorada se cansar dela ou algo assim.

- Está confortável?

- Huhum.

- Estou na sala, qualquer coisa me chame.

- Mary.

- Sim?

- Amo você.

- Descanse, querida.

Por algum motivo Jennie se sentiu sozinha depois da saída de Mary, como se algo estivesse errado, talvez fosse o seu período menstrual e a sua tpm não tivesse ajudando muito nas suas emoções, mas não saberia dizer, era muito orgulhosa para isso, orgulhosa até demais para situações que envolvia os seus sentimentos. Pegou o seu celular quando percebeu que não estava com sono, olhando o mais novo texto publicado e também vendo uma simples curtida em seu comentário passado, ficou feliz por aquilo, era bom saber que havia ajudado alguém ou ao menos tentado.

Comentado por 96nini: Se sente em uma mentira agora?

Perdendo mais tempo no seu celular, Jennie respirou fundo ao escutar passos vindo em direção ao seu quarto, desligou tudo rapidamente e fingiu estar em um sono profundo. Os lábios da sua namorada tocaram a sua bochecha e ela acabou sorrindo escondida, mas sendo pega por Mary.

- Você não sabe mentir, Jen.

- Não estava mentindo e sim fingindo.

- Hum, é quase a mesma coisa.

- Vai ficar essa noite?

- Eu adoraria, mas você sabe que a minha mãe precisa de mim no bar.

- Cuidado ao dirigir.

- Tchau, Jen.

As duas sorriram uma para outra, e antes de Mary sair, Jennie correu até ela apenas para selarem os lábios em uma forma carinhosa de despedida. Mesmo tendo todo um amor grande por ela, Jennie sentia as coisas meio diferente de um tempo, mas fingia que tudo estava bem apenas por medo de sua namorada a achar fraca ou algo assim. Quando se deitou novamente, viu que havia uma unica notificação ali e sem muita animação conferiu se era realmente algo importante.

Comentado por 96nini: Se sente em uma mentira agora?

Resposta de _Cygnus97_: Você acha que a vida é uma verdade? Se sim, me diga os motivos para acreditar nisso.

Resposta de 96nini: A felicidade não é um motivo pra você?

Resposta de _Cygnus97_: A felicidade existe? 

Resposta de 96nini: Sim.

Resposta de _Cygnus97_: Tem certeza disso?

Lalisa esperou pela resposta que não veio, desligou o seu celular e após colocá-lo para carregar fechou os olhos, tentando imaginar alguma coisa que não a levava para aquela noite. Imaginava a sua vida fora dali, imaginava o seu futuro como sempre quis dês de pequena, queria publicar um livro, queria ser conhecida mundialmente, queria ser apenas uma pessoa normal, com sonhos normais, e com um passado normal, mas ela não teria aquilo, não a parte do passado normal. Tudo o que ela queria ela fantasiava, e achava aquilo um erro, pois as fantasias não eram a tal da realidade, os seus desejos não apareceriam nas suas mãos da noite pro dia, os seus sonhos não aconteceriam sem uma força de vontade partindo da mesma. Por isso que em alguns momentos, Lalisa odiava pensar, se sentia frustrada em saber que não conseguiria, ao menos se tentasse. Sentiu o seu celular vibrar, mas estava com muita preguiça de fazer qualquer coisa, então apenas se virou e tentou ter uma noite agradável.

Jennie ao contrário de Lalisa, ainda ficou um tempo pensando sobre a felicidade em questão. O que era a felicidade de verdade? Estava feliz namorando Mary? Era feliz no seu trabalho? Ela acabou se pegando em um mar de duvidas e incertezas, e sorriu ao ver que esse era o objetivo de cygnus97, a deixar em duvida talvez. 

Respirou fundo assim que acordou, coçando os olhos e se espreguiçando, Jennie tinha um sentimento estranho naquela manhã, mas resolveu continuar a rotina de sábado, que mesmo frio não a impedirá de fazer as suas caminhadas. Enquanto preparava a sua vitamina de frutas vermelhas, deu uma rápida olhada em seu celular, respondendo a sua melhor amiga mas logo sendo impedida de continuar ao receber uma ligação de seu pai.

- Oi, pai. Tudo bem?

- Oi, filha... desculpa estar te ligando tão cedo é que o seu irmão...

- O que ele fez agora? - já perguntou impaciente desligando o seu liquidificador. Obviamente coisa boa não era.

- Yure encontrou Ryder roubando coisas no mercado.

- O QUE?

- Pois é, sua mãe e eu estamos tão surpresos quanto você, ele disse que não foi a primeira vez que Ryder vez isso, só que deixava passar pois achava que era apenas uma fase. Mas estava dando prejuízo a loja e isso pode ir longe demais. 

- Eu sinto muito, pai. De verdade, eu já nem sei mais o que falar sobre ele.

- Posso te pedir um favor?

- Claro, o que seria?

- Sua mãe voltou a ter enxaquecas fortes por causa do seu irmão, e isso só vai aumentar se ele continuar assim. Poderia ficar com ele durante um mês? Seria uma forma de castigo.

- Pai...

- Por favor, Jennie, não adianta tirar vídeo-games, celular, computador, ele vai ficando cada vez pior. Apenas um mês. 

Ela suspirou já sentindo uma raiva grande sobre aquele acordo, mas poderia colocar o seu irmão na linha em um mês, ah se podia.

- Tudo bem, pode trazê-lo.

- Obrigada, minha princesa. Prometo que daqui um mês vou buscá-lo. Até mais tarde.

- Até.

Colocaria cada coisa no lugar, começando com o seu relacionamento, e terminando com as atitudes ruins do seu irmão, só esperava ter energia para aquilo tudo, e que desse certo pelo menos uma vez na sua vida. Sabia que Ryder lutaria até o fim, mas ele não sabia que a Jennie tinha armas secretas para acabar com cada graça dele. Que no fim, eram insuportáveis.

Letras (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora