Por algum motivo, algumas lágrimas começaram a brotar nos olhos de Jennie junto a um sorriso que apenas crescia em seus lábios, como ela foi tão burra e lerda em não ter percebido aquilo?
Era tão óbvio!
Ela deu mais alguns passos até estar mais próxima de Lalisa rindo baixo no fim depois de um longo tempo de olhares fixos. A loira segurou na mão de Jennie, se sentando junto aonde estava antes e fazendo a morena a acompanhá-la, elas olharam para a água e para as ondas leves se formando, ainda surpresa Jennie deu uma risada um pouco mais audível, era inacreditável.
- Você já sabia? Quando descobriu?
- N-na festa da Ji-Jisoo. Eu só queria t-ter certeza que era re-realmente você.
- Porque não me disse antes?
- Que graça t-teria?
Elas se calaram por um tempo, até que Jennie sentiu a mão da sua vizinha descansar em cima da sua, sem olhar para ela, Lalisa sorriu em ver que o seu toque era aceito por Jennie que observava o céu ansiosa para a chuva, mas se tocando do real motivo que a levará até lá.
- Cadê o Ryder?
As duas olharam em volta vendo o irmão de Jennie sentado um pouco mais afastado junto ao mesmo cachorro no qual conhecera no começo da noite, Jennie suspirou temendo que quando ele voltasse para a casa dos pais seu jeito regressaria juntamente, mas não queria pensar naquilo agora.
- Os seus textos são incríveis, Lisa.
- Os s-seus questionamentos tam-também são incríveis, Nini.
- Céus, como eu não havia percebido isso antes? Tão claro é tão óbvio!
- Qual seria a g-graça da vida se não t-tiver um pouco de adrenalina, não é mesmo?
- Sim você está certa, mais uma vez.
Lalisa sorriu vendo o agitamento das pessoas, faltava menos de cinco minutos para a tão esperada hora, a hora que o céu choraria prata, dando a possibilidade para os crentes sobre tal hábito, um pedido fútil mas esperançosos.
- Hoje na sua vida, Lisa, eu sou como o sol ou como a lua sobre o mar? Seja sincera?
- V-você é um pouco dos dois, Jennie. E pode ter c-certeza que a c-calmaria sempre habita em mim q-quando você está p-por perto.
Então ao longe Jennie viu a primeira estrela cadente cair, e não demorou para vir grandes quantidades de esperança a uma nova vida a ela, os olhos meio esverdeados de Lalisa brilharam acompanhando com um sorriso maravilhado em seu rosto enquanto deixava a sua mão entrelaçar na de Jennie, que tinha uma sensação extasiada em seu corpo, tão boa quanto aquele meio beijo que elas trocaram na varanda.
"A varanda"
Lalisa depois de fechar os olhos e fazer um pedido simples se virou para Jennie que mantinha seus olhos fechados de uma forma suave, ela sorria enquanto balançava a cabeça em positivo, aquela imagem, o rosto de Jennie claro por conta das estrelas fez Lalisa se apaixonar de uma forma pura, como se o amor pudesse transformar cada canto do mundo um lugar melhor, como se cada união levemente calculada pudesse acabar com todo o mal, sua mente estava viajando em um arco-íris e ele tinha nome.
Ele se chamava Jennie.
- O que você pediu?
- O q-que você p-pediu?
- Eu perguntei primeiro, Lisa!
- P-pedi para que n-ninguém nunca nos s-separe.
- Eu pedi para que nunca você me solte.
- E-eu n-nunca vou te soltar...
Jennie se aproximou da loira assim que o sussurro da mesma chegará em seus ouvidos, a conexão era tão forte que as ondas debaixo dos pés das duas presenciaram o amor mais belo que poderia existir entre dois seres totalmente diferentes, dois seres tolamente não compatíveis, mas tão idênticos que chegava a ser estranho. Os longos e finos dedos de Lalisa recolheram alguns fios que cobriam o rosto da morena os colocando atrás de sua orelha, seu estômago reconhecendo o ânimo e a vibração ao lado de fora, levando ao cérebro algo que dormia.
O primeiro beijo.
Lalisa começou a tremer depois de lembrar daquilo, ficando nervosa e fazendo Jennie perceber, ela se xingou violentamente por dentro por ter estragado o melhor clima criado para o momento.
- Está tudo bem?
- S-sim... es... está.
Jennie sorriu não conseguindo esconder o quão achava fofo ver a loira sem jeito, ela não sabia o que causava o nervosismo da sua vizinha, mas sabia o que queria fazer naquele momento. A morena segurou o rosto de Lalisa não fazendo qualquer drama ou lentidão, apenas deixando um calmo beijo nos lábios carnudos da garota que mesmo sem saber o que fazer, moldou aquele selar de uma forma gloriosa e apaixonada. Queria avisar a Jennie que nunca havia feito aquilo, mas será que soaria patético demais?
- Nini...
- Me... me desculpe... - Jennie logo se afastou sabendo que aquilo não era o certo, que Lalisa não queria aquilo, ela se odiava naquele momento.
Mas tudo pareceu sumir e parar assim que sentiu os braços longos de Lalisa a abraçarem pela cintura puxando em sua direção voltando ao que Jennie estava fazendo a segundo atrás. Pega de surpresa as mãos de Jennie descansaram nos ombros da menina que parecia pegar a confiança para o que queria fazer, precisava fazer, necessitava fazer.
A língua inquieta da morena se moveu para frente, passando pelo o lábio inferior da loira querendo a passagem mas receosa sobre a resposta. Lalisa entendeu abrindo a sua boca deixando que Jennie a guiasse e a levasse para qualquer lugar qualquer longe da sua dor, a dor da solidão que agora começava a ser preenchida por ela. Sentiu levemente a língua quente da morena tocar a sua se aventurando em uma dança lenta e poderosamente suave, fazendo qualquer fio do corpo de Lalisa ligar, sua língua começando a se mover igualmente a da Jennie que suspirou em deleite em ver que Lalisa a correspondia. Ainda perdida, mas querendo tornar daquela noite a mais especial da sua vida, as mãos de Lalisa entraram levemente pelo o tecido do casaco de Jennie tocando a pele da sua cintura diretamente juntando cada vez mais os seus corpos, suas línguas agora brincando de uma forma alegre e precisa lá dentro.
A cada vez que sentia que tudo iria se perder, Jennie abraçava o pescoço de Lalisa mais forte e mais intensamente, fazendo a garota retomar a forma animada e desejosa daquele beijo. Mas o ar faltou em pouco tempo, fazendo os dentes de Lalisa se prenderem no lábio inferior de Jennie o puxando com calma para ela enquanto a respiração ficava ritmada mas fora do ritmo. Elas sorriram, sorriram como uma criança vendo o papai noel no shopping uma primeira vez.
A luz de cada estrela que caia fazia as duas brilharem, os olhos castanhos de Jennie fitando Lalisa de uma forma completamente apaixonada e a loira, apenas sorria em ver o quão linda a mulher a sua frente era. Não conseguiram dizer uma sequer palavra depois daquilo, acho que o segundo beijo trocado já falava por elas.
Uma conversa que elas com certeza não teriam, uma conversa que apenas os corações entenderiam.
E por enquanto aquilo bastava, aquilo era o necessário.
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Letras (Jenlisa)
FanfictionUma vida nornal, sem regras, sem arrependimentos. Era assim que Jennie Kim vivia. Do outro lado da parede, uma menina insegura, com traumas, com medo, e sem comunicação com o mundo. Isso muda quando Lalisa descobre um lápis e papéis de cartas.