Capítulo 28

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GIZELLY

Duas semanas depois

O Juiz já tinha marcado a data da audiência para daqui há alguns dias, eu precisava resolver de uma vez por todas o sumiço do caseiro onde Carlos Bencardino morava. O mesmo presenciou o crime mas fugiu a tempo de ser pego pelo assassino, que até então foi preso graças a minha defesa de acusação sobre si. Carlos Bencardino é um empreendedor muito requisitado e muito poderoso.

Alguns meses atrás, Carlos cometeu um crime fatal contra um de seus empregados na grande mansão onde morava. Sérgio Barreto, o caseiro, viu o crime sendo executado mas correu recebendo atrás de si rajadas de tiros a queima roupa, mas o mesmo conseguiu fugir. O homem que até então estava refugiado na casa da família em São Paulo, me procurou assim que soube que Carlos estava sendo procurado pela Federal e foi encontrado aqui no Rio. E agora preso. Sérgio queria prestar depoimento para ajudar no caso onde Carlos acusava seu outro funcionário, o jardineiro Wilian, um jovem de apenas vinte e quatro anos.

Segundo Sérgio, a principal testemunha, Wilian não teve nada haver com o caso. Na noite do assassinato, Wilian estava no jardim da frente. O assassinato ocorreu no jardim de inverno, nos fundos da casa. O mesmo ouviu os tiros e foi até o local de onde vinha o som. Os funcionários da mansão Bencardino, todos tinham porte de armas pois a casa era tão grande que tantos os moradores quanto os funcionários andavam em alerta. Por tanto, quando foi até o lugar de onde foi ouvido os disparos, José Antônio da Silva estava deitado na grama já sem vida.

No meio tempo em que o caseiro conseguiu escapar, ligou para a polícia e em minutos foram ouvido sirenes de carro de polícia, ambulância, IML e peritos.
Wiliam foi pego em flagrante com sua arma de fogo em mãos e as digitais no jardineiro desacordado, então foi levado para a delegacia. Os pais do rapaz me procurou e contratou meus serviços como advogada de defesa para o mesmo. Enfrentamos um julgamento e conseguimos que o Juiz desse a prisão preventiva de Carlos Bencardino com algumas provas que tínhamos mas não foi possível tirar Wilian da cadeira, pois a testemunha que poderia livrar o rapaz de uma vez por todas, sumiu.

Na minha ida para São Paulo, conversando com os familiares de Sérgio Barreto, o caseiro, fui informada que Carlos Bencardino andava ameaçando o mesmo. Com esse sumiço repentino, estou de pés e mãos atadas mas não vou desistir.

- Eii !! - Digo pondo as chaves e a bolsa sobre a mesa.

- Chegou meu amor? Tudo bem? - Rafa diz e eu me sento ao seu lado dando um selinho na mesma.

- Tudo na medida do possível.- Suspiro me jogando de costa para o sofá.
- Cadê as crianças? -

- Dormiram.-

- Como foi tudo aqui? -

- Hoje estava tranquilo. Você que parece nada bem.- Rafa diz acariciando meus cabelos.

- Estou preocupada.- Confesso.

- É o rapaz que está sumido ainda né?- Pergunta e eu só aceno positivamente.

- Vai dar tudo certo! - Entrelaçou os braços em meu pescoço e me puxou para um abraço desengonçado devido a posição que estamos sentadas uma ao lado da outra.

(...)

- Amor? -

- Hum.-

- Você pode chegar mais cedo amanhã? - Rafa para o carinho que estava fazendo para me encarar e eu resmungo pegando sua mão e pondo nos meus cabelos novamente.

- Posso, mas por que quer que eu chegue cedo?-

- Preciso sair pra resolver algumas coisas no final da tarde, preciso que fique com eles.-

- Que horas quer que eu chegue? -

- Pode ser no final da tarde, só não chega a noite.-

- Pode deixar! - Fechei os olhos novamente aproveitando o carinho.

- Vai lá tomar o banhozinho, te espero aqui. O que você quer fazer depois?-

- Outro neném.- Digo e Rafa gargalha.

- Estou falando sério, besta.-

- Você escolhe! Qualquer coisa com você é a melhor coisa do mundo.- Digo e roubo um beijo.

- Então vai lá.-

Fui até o quarto, peguei um roupa leve e tomei um banho demorado e relaxante. Quando terminei, fui até onde minha esposa estava e a mesma tinha feito um lanche para nós duas na cozinha. Lanchamos e quando terminamos, fomos para sala atrás de um filme na tv. Abrimos o sofá e deitamos abraçadas uma na outra. Eu estava no meu lugar preferido no mundo, meu dia podia ser o pior dos dias mas quando meu corpo entra em contato com o seu, naquele abraço aconchegante e demorado, as cenas ao redor ficam em câmera lenta. Nada mais importa quando Rafaella me conforta dessa maneira e demonstra todo seu amor. Me protege e me faz sentir uma paz imensa.

Felizes Para Sempre ?¿ (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora