Capítulo 53

1.4K 140 18
                                    

GIZELLY

Na manhã de Terça-feira, fui até a penitenciária conversar com Willian, meu cliente. Meses atrás, fiz o pedido de Habeas Corpus que foi negado perante provas insuficiente que eu tinha em mãos. Há algumas semanas assim que voltei de viagem, fiz o pedido novamente para Willian cumprir sua pena em regime domiciliar. Como já havia resolvido partes do caso, eu já tinha em antemão as provas que convenceram o novo Juiz que está de frente neste caso.

Chegando à penitenciária, meu cliente já tinha sido avisado da sua saída e me esperava na sala de visitas para juntos deixar-mos o lugar.

- Bom dia doutora! - Willian diz assim que entro na sala.

- Bom dia, Willian. Tudo pronto?- Puxo a cadeira e me sento.

- Tudo sim, estou tão feliz doutora. A senhora não tem noção, não sei nem como agradecer.-

- Não agradeça, é meu trabalho. Bem, antes de irmos quero deixar alguns recomendações com você e espero do fundo do meu coração que você os façam. Sua "liberdade provisória" depende disso.- Fiz sinal de aspas nas duas palavras.

- Sim, sim.-

- Bom, primeiro de tudo a partir de agora você tem exatos noventa dias para conseguir um emprego. Caso não consiga, justifique suas atividades.-

- Sim, saindo daqui vou atrás de um novo emprego.-

- Não portar espécies nenhum de armas. Mesmo que você tenha porte, aquela que você guarda e usa no trabalho... Nunca mais.-

- Pode deixar.-

- Durante o período determinado no termo de audiência, sair só para o trabalho. Permanecer em casa nos domingos e feriados por período integral.-

- E qual é o horário do período? -

- Dàs cinco da manhã às dez da noite, no máximo.-

- Sim, sim.-

- Residir no endereço declarado, relacionando-se bem com seus familiares e vizinhos, devendo comunicar com antecedência à VEPERA eventual mudança de endereço.-

- Ok.-

- Esses são os tópicos mais importantes, eu trouxe aqui uma cópia de tudo que eu acabei de te dizer e os outros demais pra você se ligar.- Digo tirando da minha pasta uma cópia do regulamento.- Wilian, você não está sendo solto, apenas indo para casa. Você ainda está preso.- Entrego a cópia em suas mãos.

- Sei doutora, to ligado.-

- Ah, e mais uma coisinha.. As más companhias, fuja delas. E entorpecentes e bebidas alcoólicas, nunca mais, pelo menos neste período.-

- Sim, senhora.-

- Vamos? Sua mãe te espera lá fora.- Digo levantando da mesa.

- Doutora, mais uma vez muito obrigado. Eu juro que vou seguir tudo direitinho.- Diz pegando em minhas mãos.

- Confio em você! -

Terminamos mais algumas políticas e seguimos para fora do ambiente. A mãe de Willian nos esperava com um sorriso que não cabia no rosto, isso fez meu coração rir junto. Me agradeceu e eu fiz questão de mencionar que ainda não era um caso encerrado, mas que trabalharia bastante para esse dia chegar. Segui para o meu carro e liguei o motor.

Cheguei ao escritório onde trabalhei por mais algumas horas e quando me dei conta, já estava escurecendo. E quando me levanto para guardar minhas coisas, Tábata entra na sala.

- Gi, preciso falar com você com urgência.-

- Vai ser rápido? Estou doida para ir para casa.- Digo juntando as coisas na mesa.

- Recebemos uma mensagem de ameaça.-

- E ta espantada, por que? Eu já sabia que isso ia acontecer assim que o nosso cliente estivesse aqui fora.- Digo guardando alguns documentos e minha pasta. - Óh, to levando esse, vou dar uma olhada lá em casa.- Dou uma leve sacudida no papel em minha mão.

- Gi, você acha que....-

- Eu não acho nada. Só posso pedir para tomarem cuidado. Mas fica tranquila, não vai acontecer nada.. Já passamos tantas vezes por isso.-

Nos despedimos e cada uma foi para sua casa. Confesso que eu não estou tranquila cem por cento com a notícia em que recebi, mas precisava passar tranquilidade para elas. O que me conforta e me faz ter força todas as vezes, é a lembrança da Rafa me dizendo que essas coisas ruins que Carlos faz, é para nos intimidar pois o mesmo tem medo. E eu e nem minha equipe, podemos mostrar insegurança nesse momento e nem nunca.

Tudo o que eu mais preciso agora é chegar na minha casa onde meu mundo gira. Mesmo com Rafa chateada comigo e eu sei o porquê mas me fiz de desentendida, é a melhor hora do meu dia. Chegar em casa e encontra-los, fazia tudo ficar melhor.

Felizes Para Sempre ?¿ (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora