Capítulo 67

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GIZELLY

Aquela mensagem de Clara acabou com toda a minha semana relaxante que eu tive até o dia de hoje em questão de segundos. O que mais me preocupa no meio disso tudo são as pessoas que eu amo e está nítido que Carlos Bencardino quer me atingir através delas. Quando Rafa se afastou e foi para onde as meninas estavam, eu fui até a área externa e me deitei na rede pondo meu antebraço sobre meus olhos impedindo da claridade atrapalhar meus pensamentos.

- Gi? -

- Oi Tatá.-

- Tudo bem? Rafa disse que você estava toda estranha. Aconteceu algo lá no Rio?-

- A Clara me ligou.- Pela primeira vez naquela conversa, encaro Tábata.
- Ela recebeu uma mensagem e nessa mensagem tinha uma foto minha com a Rafa e a Manu de alguns meses atrás quando saímos juntas.-

- E ela não sabe quem mandou essa mensagem?-

- O número ta privado, mas com certeza é um número descartável. Não vai dar em nada se fomos atrás.-

- Deixa eu comparar aqui.-

Entreguei meu telefone celular na mão de Tábata para a mesma comparar os números a qual ameaçou Clara e ela. Tábata olhou os dois números de celular que mandou as mensagens e constatou que os números eram diferentes.

- Eu disse.- Suspirei frustrada e irritada.

- Não tem como nem levar pra rastrear, pelo menos pra saber de onde mandaram essas mensagens?-

- Vai ser a primeira coisa que eu vou fazer quando chegarmos em casa. Eu já falei com o Siro, aquele nosso amigo que me ajudou da outra vez com o celular da Rafa. Lembra? -

- Lembro..-

- Então. Só não vou pra casa agora, para não dar bandeiras aqui e as meninas desconfiarem.-

- É, mas vai ter que contar pra Letícia, Ivy e Taís né?!-

- Amanhã falo com elas. Tô sem cabeça agora.-

Por fim, Tábata concordou e saiu. Voltei minha posição inicial suspirando fundo e tentando esquecer por hora o que estava acontecendo. No meio da noite quando todas já tinham jantado, resolveram brincar numa rodinha em que sentaram perto da piscina. Não estava no clima, então decidi me recolher depois do jantar acompanhada do meu filho que não estava tão bem aquela noite. Antes de subir dei meu boa noite para todos naquela área e fui em direção ao quarto. Tomei um banho e deitei na cama na tentativa de pegar no sono, mas foi em vão. Um tempo depois de eu estar deitada, quando finalmente resolvi fechar os olhos, Rafa entra no quarto.

- Ei?- Chama minha atenção sentando ao meu lado. -Ta tudo bem mesmo? Quer que eu fique aqui?- Pergunta passando a mão em meu rosto em forma de carinho.

- Tudo sim, só estou cansada. Mas pode ficar lá com eles, não tem problema.- Respondo antes de deixar um beijo estalado na palma de sua mão.

- Qualquer coisa me chama ok?!- Respondi apenas acenando com a cabeça, torcendo para que a noite passasse rápido e junto com ela, a angústia.

***

No dia seguinte acordei melhor, é nosso último dia aqui e nada vai estragar a paz e harmonia que há neste lugar. Acordamos cedo e fomos para a praia, fizemos campeonato de vôlei na areia. Dividimos os times em esposas contra marido e esposas. Obviamente, Rafa e eu ficamos em times opostos e eu sabia que isso não ia dar certo. Rafa não aceita perder de jeito nenhum, e leva à sério esse negócio de competição. Começamos o jogo e marcamos o primeiro ponto deixando as demais esposas com sangue no olhos.

- Isso não vale, tem muito homem aí e eles são mais fortes.- Escuto a voz de Tábata no fundo.

- Nada haver ué, só tem três homens aqui.- Taís responde ao meu lado.

- Aceite que dói menos.- Bianca grita atrás de nós me fazendo rir.

- Gizelly, se ficar indo na pilha delas cê vai ver.- Rafa diz do outro lado da rede e eu passo as pontas dos meus dedos em minha boca em um movimento de zíper se fechando.

Continuamos a brincadeira até cansarmos e cair dentro da água salgada, todos. Fui tentar abraçar Rafa dentro da água mas a mesma estava de bico desvinculando meus braços da sua cintura por ter perdido a partida. Eu disse que ela não aceita. Depois de muitas tentativas me dei por vencida e desisti, saí da água rindo em direção a areia onde meus filhos brincavam junta com a Gabi e troquei com ela, pra ela ir para a água.

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Enquanto eu estava me divertindo, os pensamentos e a angústia que outrora eu sentia, foram embora

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Enquanto eu estava me divertindo, os pensamentos e a angústia que outrora eu sentia, foram embora. Mas quando me sentei na cadeira vigiando meus filhos que brincavam na areia, tudo veio a tona outra vez. Meu mundo estava aqui na minha frente, meus meninos que brincavam inocentemente e minha esposa que agora chegava perto e sentava em meu colo.

- Não vai me dizer o que ta acontecendo?-

- Vida...-

- Gi..- Me interrompe. - Não adianta dizer que está tudo bem porque eu sei que não ta. A expressão que seu rosto estava ontem, voltou agora de novo. Só pode ser algo muito preocupante, pra te deixar assim do nada. Você estava rindo e brincando até agora, meu bem.-

- Eu vou conversar com você mas não aqui, ta bem? Vamos chegar em casa e a gente conversa.-

Ela concordou e ficamos ali por mais algum tempo em uma conversa aleatória observando nossos meninos brincarem. Era uma paz absurda que aquela cena me trazia, Frâncis com sua pazinha tentando colocar areia no balde e Maitê passando areia na cara da sua bonequinha. Eles são sim, o meu ponto de paz e nada no mundo tiraria eles de mim.. Nem que eu vá ao inferno e volte, mas com minha família ninguém mexe.

Felizes Para Sempre ?¿ (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora