Capítulo 11

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RAFAELLA

A semana passou, meu bebê completou um mês, voltei a trabalhar e contratamos uma ajudante para quando Gizelly e eu estivéssemos fora de casa à trabalho.
O sábado que Manu e eu tínhamos marcado de nos encontrar, chegou. Acordei naquela manhã apalpando a cama em busca da minha esposa, mas a mesma não estava.

Levantei, fui até o banheiro para fazer minha higiene pessoal, Tomei um banho e coloquei uma roupa casual. Fui até onde o som de música infantil estava tocando. Passei pelo quarto das crianças vendo meu filho dormindo em seu berço e cheguei na sala encontrando minha filha já de banho tomado e tomando sua mamadeira matinal em sua cadeirinha de frente para a tv.

Varri o apartamento com os olhos e nada de Gizelly. Escutei a voz dela na sacada da sala e fui ver se tinha mais alguém com ela, mas a mesma estava com seu telefone celular em chamada com alguém.

"Sim.. Não, fica tranquila que a Rafa não vai estar"

Ela diz de costa para mim e assim que vira, me ver em sua frente. O susto que ela leva faz a pupila de seus olhos saltarem e no mesmo instante, se despede de quem quer que esteja do outro lado da linha e desliga o celular.

- Ei, vida.-

- Quem era, meu bem? -

- No telefone? Minha mãe.- Ela diz meio incerta.

- E o que você quer que ela faça que a deixa desconfortável se eu estiver em casa? -

- Pedi pra ela vim me ajudar com as crianças mais tarde, Rafa.- Ela diz passando por mim deixando um selinho rápido em meus lábios.

Aquilo me fez ficar parada durante alguns minutos na sacada encarando os prédios do outro lado da rua pensativa e desconfiada.
Me encosto na mureta de braços cruzados, meus pensamentos estavam longe.. Pensando no que tinha ouvido da boca da mulher alguns minutos atrás "fica tranquila que a Rafa não vai estar". Será que era a mãe dela mesmo? Mas a mãe dela não tem e nunca teve problemas comigo.

- Rafa? Tô falando com você.- Gizelly me desperta da sala.

- Oi! - Digo entrando em casa.

- Quer almoçar em casa ou prefere sair?-

Minha cabeça ta dando voltas pensando, ainda, naquelas palavras. Fico encarando a morena mas minha mente não está ali.
Muitas perguntas que eu gostaria de fazer vem até a ponta da minha língua, mas prefiro me calar e confiar na mulher em minha frente. Mesmo que aqueles pensamentos me torture no momento presente.

- Você que sabe.- Digo tirando minha filha da cadeirinha já que a mesma fazia gestos com os bracinhos para cima, para que eu a pegasse.

- Então vamos adiantar as coisas pra descer?!- Diz levantando e indo em direção ao quarto.

***

- Manu vai passar lá em casa ou vocês combinaram de se encontrar em algum lugar? - Gizelly pergunta assim que sentamos na mesa do restaurante.

- Ela vai passar lá em casa.- Digo ajeitando Frâncis em seu carrinho.

- Que horas vocês vão sair? - Pergunta fazendo sinal para o garçom.

As perguntas só me fazem pensar o porquê daquele interesse todo. Mas prefiro pensar que ela só quer saber, pois é minha esposa e precisa saber meus passos e nada mais. Ainda mais que ela vai ficar com as crianças em casa.

- Marquei às oito com ela.- Digo tirando meu celular da bolsa para entregar minha filha que está impaciente na cadeirinha infantil do restaurante.

- Podemos pedir um prato feito. O que acha? - Pergunta olhando o cardápio.

- Pode ser.-

Minhas respostas estão tão no automático, que eu sou capaz de dizer sim para qualquer coisa que ela me perguntasse.
O prato chegou, almoçamos em meios as conversas mas eu nem prestei atenção em nada. A raiva e a desconfiança a essas horas, já tinha tomado conta de mim. Terminamos o almoço e fomos para casa.

A noite chegou e eu fui me arrumar. Coloquei uma calça cintura alta colada em meu corpo, um collant preto sem manga de gola alta e uma jaqueta por cima, no pé, meu scarpin preto.
A campainha tocou, anunciando a chegada da minha amiga. Passo pela sala indo em direção a porta, vendo Gizelly me lançar um olhar faminto me devorando dos pés a cabeça, aquilo me fez rir internamente.

- Oi amiga.- Manu diz assim que abro a porta.

- Entra, só estou terminando e já vamos.- Digo abrindo espaço e a mesma entra em direção as crianças.

Entrei no quarto indo em direção ao espelho, terminando a maquiagem e o cabelo. Quando terminei, fui até a sala e deixei algumas instruções com minha esposa.

- Gizelly, já estou indo, ta? Tetê já jantou e o bebê já mamou mas deixei uma mamadeira dentro do microondas caso ele acorde antes de eu voltar. É só esquentar.-

- Não vai me dar beijo? - Ela perguntou ao me ver indo em direção a porta.

Volto ao seu encontro, me inclino no sofá e dou um selinho demorado, ela me olha desconfiada mas não diz nada.

- O que ta rolando? - Manu diz assim que entramos no carro.

- Depois a gente conversa sobre isso.-

Chegamos ao local, pegamos uma mesa próximo ao bar e sentamos. Pedimos duas bebidas e alguns petiscos e engatamos a uma conversa. Até que um rapaz muito simpático chega a nossa mesa e nos cumprimenta.

Felizes Para Sempre ?¿ (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora