Ando muito preocupada ultimamente com as questões do meu trabalho. Isso me leva à me ausentar um pouco de casa, o processo que estou enfrentando esta me deixando de cabelos brancos mas como todos os outros, vai passar e tudo vai voltar ao normal. Rafaella marcou de sair com a nossa amiga Manu e eu vou ficar em casa com os nossos filhos. Rafa precisa sair de casa um pouco.
Naquela manhã, levantei com o choro da nossa filha em seu quarto ao acordar. Fui até lá, peguei a pequena no colo levei para o banheiro, dei um banho na mesma, preparei sua mamadeira e a coloquei em sua cadeirinha de alimentação com a tv ligada em algum desenho animado.
Em seguida, meu celular toca e eu vou até a sacada para atender. É a Tábata!
G: Oi!
T: Bom dia, Gi.
G:Bom dia! Tudo bem?
T: Sim, Gi ando recebendo ameaças do homem que estamos mantendo na cadeia. O que vamos fazer ? Estou preocupada. Daqui a pouco ele vai querer ir atrás de vocês e das crianças.
G: Não vai Tatá, fique calma. Vamos resolver isso. Vem aqui mais tarde e a gente conversa.
T: Gi, não quero que a Rafa saiba. Ela acabou de sair do resguardo e tem maior cuidado com a família de vocês.
G: Sim.. Não, fique tranquila que a Rafa não vai estar.
No meio da ligação, percebo a movimentação de Rafaella na sala então apresso em terminar a chamada antes que a mesma sinta a minha falta. Mas sem sucesso, Rafaella esta parada atrás de mim. Desligo o celular e me viro para lhe dar atenção.
Eu não tinha muito o que dizer, então eu só dei uma desculpa e entrei na sala. Estou tão cansada que ao menos hoje eu queria folga de tudo, inclusive da cozinha da minha casa.
- Rafa, que tal almoçarmos fora hoje?- Pergunto mas Rafa não responde.
- RAFA ? Tô falando com você.- Chamo mais alto e a mesma leva um susto.
- Oi! -
- Quer almoçar em casa ou prefere sair?-
Pergunto e ela me encara, parece que ta com a cabeça voando. Ela fica em silêncio por alguns segundos com o olhar distante, continuo olhando-a esperando alguma reação, alguma resposta. Eu ia lhe perguntar novamente quando ela resolve dizer:
- Você que sabe! -
Vejo ela pegando nossa filha da cadeirinha e me levanto indo até o quarto para me ajeitar..
- Então, vamos adiantar as coisas pra descer?! -
No restaurante, sentamos em uma mesa bem arejada. Logo veio um funcionário trazendo uma cadeirinha infantil para colocarmos nossa filha, pedimos um pf (prato feito) e almoçamos. Rafa estava seca, monossilábica, não respondia direito. Estava distraída demais aquela manhã, eu não estava entendendo aquele comportamento.
.....
Fomos para casa e Rafa foi cuidar das crianças antes de começar a se ajeitar para sair. Fiquei na sala assistindo um pouco de tv e deitei no sofá para descansar um pouco.
Acabei dormindo e fui acordada pela minha filha em pé, apoiada no sofá batendo a mãozinha no meu rosto. A campainha toca e antes que eu me levante para atender, Rafa passa pela sala MA RA VI LHO SA me fazendo babar olhando-a de cima a baixo. Me perco naquele cheiro doce que fica no ar, me fazendo ter delírios sexuais, mas logo me recomponho pois preciso me concentrar na vida.
Manu entra na sala e vem em nossa direção, Rafa volta para o quarto e Manu pega minha filha no colo brincando com a mesma. Nos cumprimentamos e conversamos um pouco até Rafa voltar e as duas irem até a porta.
- Gizelly, já estou indo ta? Tetê já jantou e o bebê ja mamou mas deixei uma mamadeira dentro do microondas caso ele acorde antes de eu voltar. É só esquentar.-
Ela diz pegando nossa filha no colo e se despedindo da mesma antes de coloca-la no chão e andar em direção a porta.
- Não vai me dar beijo? -
Ela volta, se inclina deixando um selinho em meus lábios e sái. Fico sentada no sofá pensando o que se passa. 'Rafaella é maluca, uma hora ta bem e outra hora não ta. Deve ser os hormônios mesmo'. Vou até a sacada e olho para baixo vendo Manu e Rafa entrar no carro e darem partida. Fico ali por alguns minutos até que minha filha enjoa na sala e eu volto para socorre-la.
Um pouco depois o interfone anuncia a chegada de Tabata na portaria, eu autorizo sua subida até meu ap e espero a mesma na porta. Assim que ela chega, preparo um lanche e sentamos para conversar. Tinha muita coisa a ser resolvida aquela noite. Na mesa tinha papéis e documentos espalhados, no tapete da sala tinha brinquedos e minha filha sentada no meio deles.
Algumas horas depois, já tínhamos estudado um pouco daquele caso. Minha filha enjoou e Tabata aproveitou para se despedir e ir pra casa, já estava tarde. Minha filha dormiu e não demorou muito para chegar uma mensagem da Rafa em meu celular.
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Respondi as mensagens, fui até o banheiro, tomei banho e coloquei meu baby doll. Depois de algum tempo, voltei para sala e deitei no sofá. Procurei alguma programação interessante para esperar Rafa chegar. Depois de algumas horas, escuto barulho de chave na porta. Rafa entra em casa encarando o relógio na parede da sala e eu observo ela por a bolsa e as chaves na mesa e vim em minha direção, sentando no sofá e tirando os sapatos.
- A noite foi boa em.- Digo rindo recebendo um olhar de advertência.
- Pelo jeito não foi só a minha.- Ela diz e se levanta indo em direção ao quarto.
Fico parada tentando processar o que acabou de acontecer. Penso em me levantar e ir atrás de respostas, mas prefiro deixar pra lá, afinal, Rafa esta alterada. Fico ali mais um pouco até me levantar e ir até o quarto, onde me deito e fecho os olhos. Um pouco depois, deixo de escutar o barulho de água caindo do chuveiro. Escuto barulho da porta do closet correr algumas vezes antes de sentir o colchão afundar do meu lado e Rafa deitar.
