O Jantar

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CHRISTINE

Tomei um longo banho me permiti relaxar por alguns minutos, abri a mala e comecei a escolher a roupa ideal para o jantar, já que era outono e apesar do calor durante o dia a noite soprava uma brisa mais fria.

Olhei as opções e agradeci aos amigos por serem tão "fashionistas" na pequena mala tinha tudo o que precisava, não escapou nada, decidi colocar um vestido que ficava um pouco acima do joelho era azul com flores vermelhas bem pequenas, tinha um decote que não mostrava muito, desse modo eu não passaria a mensagem errada: Eu não quero me perder naqueles braços masculinos e olhos da cor do mel e pecado! Quero?

Coloquei uma maquiagem bem leve com rímel e gloss conferi o espelho e o relógio, já eram nove da noite, estava um pouco atrasada, mas como no Brasil isso infelizmente é normal, não me importei, coloquei uma sandália de salto e sai. Logo nos primeiros passos me amaldiçoei.

- MERDA, saltos? Sério o que deu em mim? Agora não dá mais tempo estou atrasada de verdade vai assim mesmo. MERDA!

Foi com muita dificuldade que eu cheguei à casa do vizinho, pois a cada passo o salto agulha afundava na grama, mas eu persisti, quando já estava um pouco mais da metade do caminho os pelos dos meus braços ficaram arrepiados e senti que estava sendo observada, escutei um barulho que no meio da escuridão não saberia dizer o que era, mas senti com todas as forças que precisava correr.

- Mil vezes MERDA! Eu gritei quando conseguia tirar as sandálias e sair correndo, não olhei para trás, assim que avistei a luz da casa do vizinho corri mais ainda. Quando cheguei a casa comecei e esmurrar a porta.

- Socorro, Marvin abre, pelo amor de Deus, abre logo.

- Ei, o que houve? Ele me puxou pelo braço colocando minha cabeça no seu peito, me deixei ser aquecida e amparada pelos braços fortes e grandes dele enquanto tentava me acalmar.

- Ehhh, não sei, algo, alguém ou alguma coisa estava me seguindo, ahhhh eu achei que não ia conseguir chegar aqui, não conseguia correr com maus maldito sapatos, Deus!

Eu estava quase sem fôlego, falava com a respiração entrecortada.

- Shhhh, calma Christine, não foi nada! Ele disse enquanto passava as mãos no meu cabelo e nas minhas costas, afagando e protegendo. - Não foi nada, deve ter sido um urso, ou uma onça!

Me acalmei um pouco olhei para acima e me afastei do seu corpo , será que ele me acha uma idiota?

- Marvin, eu sei que não existem ursos no Brasil, onça sim, mas não nessa região.

Ele sorriu e puxou minha mão novamente trazendo o corpo todo de encontro ao seu , não tive alternativa a não ser encarar os olhos e a boca dele, a sensação era ótima e ao mesmo tempo assustadora, então ele quebrou o encanto:

- Calma Cris, eu só queria te acalmar e rir de si mesmo às vezes é a melhor opção.

Eu continuei com a cabeça aninhada no peito dele.

- Sim eu concordo, - me afastei um pouco para poder olhar para ele novamente.

- Nunca mais faça esse tipo de piada okey? Apesar da minha ameaça ele viu o leve sorriso que terminava no canto esquerdo da minha boca, afinal foi engraçado mesmo.

Cruzou os dedos e mostrou em sinal de promessa:

- Prometo! Venha, vamos jantar.

Ele me conduziu com as mãos entrelaçadas à mesa de jantar e só largou quando se viu obrigado a me deixar sentar, confesso que não queria largar suas mãos, eram acolhedoras senti totalmente segura com elas, todo o meu corpo vibrava com um simples contato. Subitamente ficou mais quente aqui?

Ele trouxe o jantar à mesa que já estava posta.

- Marvin como você consegue fazer isso? A mesa está linda, o cheiro maravilhoso, olha que eu posso me acostumar com isso, e costumo ficar possessiva com as coisas que gosto. Ooops, falei demais e sem pensar novamente, agora ele me acha mesmo uma idiota!

- Eu também posso me acostumar, espere até provar mais! E você não é uma idiota, longe disso!

- O que... Eu...- Fiquei desconcertada achei melhor não falar mais, como assim ele poderia acostumar-se, com o que? Como ele sabia que eu me achava uma idiota?

Percebi que ele tambem ficou pouco desconsertado, com um leve tremor em suas mãos, foi muito rápido e logo ele voltou ao controle.

- Sabe Cris, você é muito fácil de ser interpretada, sua emoção e sua expressão dizem tudo sobre você, quando você disse aquilo sua cara em seguida dizia: Nossa que idiota eu sou? O que ele vai pensar? Não foi isso?

Deus que homem é esse? Serio?

- Sim, isso mesmo, você realmente sabe interpretar uma pessoa, deve ser um ótimo... O que você disse que fazia mesmo ?

- Eu não disse.

Eu sabia que não havia dito nada não sou burra, muito pelo contrário, eu queria pegar mais informações sobre ele, já que a atração entre nós era inegável e estava cada vez mais divertida.

Gostava dele, do jeito calmo, as vezes sombrio mas com uma dose de bom humor, e ao mesmo tempo sempre tentando manter-se controlado. Estava atraída por ele isso eu admito! Mas preciso saber muito mais.

- Puxa, é mesmo, e o que você faz?

- Advogado.

- Ah, que ótimo, qual sua especialidade na área?

- Direito empresarial.

Sério? Ele ia mesmo manter um diálogo estranho? Okey eu posso lidar com isso.

- Nossa você está sendo muito sucinto em me contar um pouco da sua vida, enquanto eu praticamente abri o livro da minha vida pra você, será que você pode ser mais especifico com relação a sua parte profissional?

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