Christine
Quando Eric me Beijou senti um aperto no peito, não sei distinguir o que era. Saudades? Amor? Compaixão? Despedia? Não sei a única coisa que fiz foi me entregar ao beijo daquele homem que amei e mesmo passando um ano o odiando entendi ao final que ele era um ser humano maravilhoso e honrado.
Como eu poderia decepciona-lo sabendo que o teria por tão pouco tempo? Mesmo estando apaixonada pelo seu melhor amigo ainda sentia um amor brando e calmo pelo Eric, naquele momento enquanto nos beijamos desejei do fundo do coração que ele ficasse comigo a vida inteira como um dia tínhamos imaginado.
Soltei-me dele e ainda de olhos fechados deitei minha cabeça em seu peito ouvindo o coração bater forte e acelerado, comecei a chorar já imaginando que um dia não ouviria mais isso. Já estava de saco cheio de manter a aparência calma e segurar minhas emoções na frente dele, apesar de saber que era isso que ele merecia, mas não dava não toda hora que imaginava o que seria do futuro dele.
- Cris, minha pequena não chora, ei, olha pra mim, não ficar assim vai dar tudo certo.
Eu acreditei nele naquele momento, me despedi com um beijo em seus lábios e fui em direção à toca dos lobos.
Assim que cheguei à construtora estacionei meu carro ao lado da vaga onde estava o carro do Marvin, e pensar nele naquele momento fez meu corpo tremer inteiro, estava com muita saudade do seu toque, do seu beijo, da voz rouca na minha orelha e dos gemidos dele. Afastei os pensamentos e foquei no que viria pela frente.
Entrei e fui direto a mesa da secretaria do Eric, a cumprimentei novamente com beijos e abraços apertados ela me informou que todos já estavam a minha espera novamente, eu jamais perderia aquela péssima mania de chegar atrasada nos lugares.
A sala estava composta dos acionistas, Paulo, Julia, Marvin e eu, e de mais 10 conselheiros, entre eles reconheci o homem que esteve conosco há uma semana e sei que ele tinha se encarregado de trazer mais conselheiros para nosso time.
Assim que entrei, sentei-me na única cadeira vaga ao lado de Marvin, todos me olharam e me cumprimentaram, então como na ultima vez Paulo levantou e começou a palhaçada.
Enquanto ele falava e eu fingia que prestava atenção minha visão periférica vi que Marvin nao tirava os olhos de mim, senti minha pele pinicar, minhas bochechas pareciam que pegariam fogo não aguentei e virei meu olhar ao dele.
FOGO foi o que eu vi. Por alguns instantes nos perdemos naquele olhar quando olhei para frente tentando recuperar o equilíbrio a vaca loira da Julia estava nos olhando com as sobrancelhas arqueadas como se tivesse nos pego no flagra.
Voltei ao foco em questão.
Paulo anunciara que começaria os votos em assembleia e votos abertos.
Começou a votação pelas pessoas que estavam sentados à mesa a sua direita claro a Julia era a primeira.
- Voto em você Paulo, e quero que todos tenham consciência que a empresa esta indo muito bem, com números fantásticos e perspectivas fabulosas para o futuro. - Ahhhh tá...vaca!
O Homem ao lado dela era o dir. operacional que esteve na casa do Marvin.
- Considero que precisamos oxigenar o grupo de tempos em tempos e dessa vez voto na Srta. Christine que á a nossa acionista majoritária.
Paulo arregalou os olhos e Julia deu um gritinho de susto, mas não disseram mais nada.
Na mesa de apoio ao lado estavam dois auditores e secretarias que fariam as atas, eles anotavam no quadro branco a votação.
O outro ao lado também votou em mim, mais um, e mais um e mais um....eles estavam brancos e trocavam olhares conspiratórios.
Estávamos em 14 pessoas e ao meu favor já tinha 4 votos, para Paulo tínhamos 2, claro que eu me abstive, Marvin olhou no fundo dos meus olhos ao votar.- Voto na Srta Christine tenho certeza que apesar da pouca experiência na West&Wings ela não é alheia ao mercado da construção civil já que trabalha como arquiteta, eu coloco minhas ações e meus votos nela, confio plenamente.
Sorri para ele agradecendo, e novamente quando olhei para Paulo e Julia os dois estavam à beira de um ataque de nervos, mal sabem eles o que os espera.
Ao final da votação como eu já sabia, seria a nova CEO da empresa com soma de 8 votos para mim e 4 para ele.
Julia levantou e começou a gritar com todos na sala.
- Seus idiotas não veem o que estão fazendo? Colocando a maior empresa de construção da mão de uma ninfeta de merda? Sem bagagem sem contatos? Acham mesmo que eu vou ficar aqui olhando a empresa cair? Seus idiotas!!! - Ela estava sem controle era visível, tremia as mãos pegando um copo de água, já Paulo tentava manter a calma, sorrindo e fingindo que aceitará sua derrota.
Quando os dois fizeram menção em sair à sala foi invadida por várias pessoas, alguns com distintivos da corregedoria de policia entre eles o mesmo amigo do Eric que também esteve conosco, e o jornalista dessa vez com câmera e gravadores ligados apontando para a cara dos dois.
A vaca continuava descontrolada.
- O que é isso, me larga seu idiota. - Ela gritava enquanto um dos homens a algemava olhou para o Paulo que estava bem atrás dela - Paulo isso é tudo culpa sua seu merda, olha aqui o que deu, eu te disse que ia dar merda, eu te disse. Ela gritava.
- Cala a boca Julia. - Paulo berrou, mas ela não deus ouvidos.
- Eu te disse que esse esquema um dia ia dar nisso, eu te avisei, me solta seu filho da puta - Ela dizia ao homem enquanto ele a empurrava em direção à saída. - Paulo, me tira daqui gente foi ele, tudo ele, foi ele ali - apontando para o Paulo - quem tramou tudo, o esquema de pagamento de propinas, o desvio de dinheiro eu não tenho nada haver com isso.
- Cala a porra da sua boca Julia- Toda a frieza do Paulo caia pelo chão, ele começou a suar frio enquanto outro homem ia a sua direção e foi nesse momento que tudo aconteceu, para mim parecia em câmera lenta.
Paulo tirou uma pistola deu um tiro para alto e eu que estava a tres passos dele fui puxada em direção ao seu peito com a arma em minha cabeça.
O tempo parou naquele instante, vi quando o Marvin correu apara o lado em que estávamos.
- Para ai mesmo Marvin, mais um passo e essa gatinha aqui morre, todos vocês, abram espaço eu vou sair com ela.
- Não, Paulo pare com isso, você está cercado não têm alternativas, sabe que vai ser preso.
- O caralho que vou Marvin, prefiro morrer. A Julia continuava gritando e vi quando os homens a tiraram da sala.
Ele apertou a pistola com mais força na minha cabeça, eu suava frio olhando para o Marvin, achei que seria meu fim, vi a cara de ódio que ele deu para o Paulo, ele estava com a mandíbula travada e respirava com sofreguidão.
Deu dois passos para trás e disse.
- Todos vocês fora, vamos o deixar eles sairem.
Todos saíram e então Paulo foi me empurrando e se apoiando nas paredes para sair da sala, em direção aos elevadores.
- Se alguém tentar me impedir de sair daqui eu morro, mas mato antes essa gatinha aqui.
Ninguém impediu, vi a cara do Marvin transtornada quando o elevador fechou na cara deles, o olhar de pânico dele me atingiu.
Descemos sem problemas pelos elevadores, depois ele me emburrou pela garagem até o seu carro ainda com a arma em punho me deu uma coronhada que vi estrelas e apaguei.
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O Chalé(Completo)
Storie d'amoreHoje ... A primeira coisa que eu pensei quando coloquei meus os pés aqui hoje, foi o quanto eu havia sido feliz nesse lugar, e o quanto eu havia sido infeliz nesse lugar. Você deve pensar que é difícil me entender né? Pois é! Eu penso isso o tempo...