Desabando

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Indique a leitura para seus amigos.

beijos

Christine.

Apesar do aviso do Marvin eu realmente não estava preparada para ver o Eric, já tremia nas bases antes de entrar naquele apartamento, a sensação de náusea não me abandou em nenhum momento, apesar disso me mantive forte, e quando entrei e vi aquele homem lindo, magro, pálido sentado a minha frente quase vomitei o café da manhã , pus a mão na boca para evitar um grito de horror.

Meu DEUS, apesar de tudo que eu sofri não podia deixar de sentir uma dor profunda, mas dessa vez não era de raiva era de compaixão.

Aquele homem que eu amei mais que tudo na vida, ali na minha frente sorrindo e me estendo à mão, procurei me recompor e quando ele me chamou de pequena aquela raiva escondida veio à tona por alguns instantes, quando toquei a mão dele tudo veio à tona, chorei como um bebezinho sem compostura.

Ouvi tudo que ele me contou com a máxima atenção, mas eu no fundo ficava imaginado se ele tivesse me dito antes, eu jamais o teria deixado partir, e ao mesmo tempo em que eu compreendia eu sentia raiva por ele ter me deixado fora no momento em que mais precisou de mim.

Depois da nossa conversa percebi que ele estava sentindo muita dor, estava tentando negar, mas eu o conhecia bem, ainda tínhamos muita conversa, mas decidi que ele precisava descansar.

Assim que sai do Quarto dei de cara com o Eric sentado em frente à porta, lindo e desolado.

Depois da nossa conversa entendi que o "nós dois" tinha chegado ao fim, e concordava com ele, eu ficaria com Eric até que chegasse a sua hora, eu também entendia o que o Marvin sentia, eu sentia o mesmo.

Ele se sentia culpado, apesar de eu não concordar o compreendia, afinal eu sou a mulher que o Eric ama e ele nunca escondeu isso do amigo, depois que eu disse que o perdoava ele me deu as costas e saiu da sala, eu também compreendi que jamais ficaríamos juntos.

Fui em direção ao quarto do Eric, ele já estava dormindo, me informei com a enfermeira sobre os remédios e a rotina diária dela, daqui para frente eu disse que me revezaria nessa tarefa, compreendi que tudo tem um propósito nessa vida e agora eu sei que ele faria qualquer coisa por mim.

O Marvin sumiu depois da nossa conversa, peguei um táxi  para casa, o caminho inteiro só chorei, estava emocionalmente exausta, assim que cheguei ao saguão do meu prédio a Luiza me aguardava.

- Cris, pelo amor de Deus o que houve? Olha seu estado!

Só me a abracei e desabei novamente.

- Vamos subir, vou cuidar de você, depois você me conta tudo.

Eu estava sem forças, subi, tomei um banho demorado e quando voltei para a cozinha ela já estava com um prato de sopa quentinho me esperando.

- É sua preferia, senta e me conte tudo.

Eu contei tudo o que acontecera nas ultima 24 horas, quando falei do Eric vi que os olhos da minha amiga refletiam os meus, com lagrimas.

- Nossa Cris, Jesus que coisa triste, e o que você pretende fazer?

- Já me decidi Lú, vou fazer minhas malas e me mudar para ficar ao lado dele, vou tiras férias do trabalho e me dedicar ao pouco tempo que lhe resta.

- E o Marvin, como fica?

- Não fica. Nós já concordamos que não podemos ficar juntos, não dá para olhar o Eric sem sentir-me culpada ele também se sente assim.

- Mas ele disse que te ama.

- Disse.

- E você? Também se sente assim.

Demorei um pouco procurando no fundo da minha alma como me sentia em relação ao Marvin.

- Sim. Eu também estou apaixonada.

- Então me diga como você vai morar no apartamento dele, cuidar o Eric sem deixar que essa paixão te domine.

- Não sei amiga, mas eu vou dar um jeito, essa paixão que sentimos não dá, não era para ser.

Ela balançou a cabeça concordando comigo.

- Amanhã vou falar com Léo para assumir o escritório e meus projetos, eu preciso dormir, estou mega cansada, você fica aqui essa noite?

- Claro Cris, vamos dormir, amanhã será um novo dia e tudo se resolverá da melhor maneira possível.

Pensei na frase dela e lembrei-me da minha mãe, que sempre falava algo parecido quando eu precisava.

Tudo se resolve Cris, só não se dá jeito para a morte o resto tudo se conserta, o pior era que para o grande amor da minha vida não teria conserto.

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